Obras na Ponte 25 de Abril obrigam a restrições

“Maior intervenção na 25 de Abril” em 19 anos

Começaram esta quarta-feira as obras na ponte inaugurada nos anos 60 que liga Almada à capital portuguesa. O trânsito poderá ser condicionado, mas nunca interrompido. Em Março, a Infraestruturas de Portugal anunciou que iria lançar uma empreitada de dois anos nesta ponte sobre o Tejo que se iria centrar nos elementos metálicos da ponte suspensa e dos elementos de betão armado no viaduto que dá acesso a Lisboa. Soldaduras, reposição de protecções anticorrosivas, limpeza ou pintura de superfícies são algumas das linhas gerais desta intervenção orçada em 12,6 milhões de euros. Os maiores constrangimentos são o corte total de um dos sentidos da ponte em quatro fins-de-semana (dois em Maio, dois em Outubro) e o corte de uma ou duas faixas.
Obras começaram esta semana 

Arrancam esta quarta-feira as obras na Ponte 25 de Abril, que se vão prolongar por dois anos.
“É a maior intervenção que acontece na Ponte 25 de Abril nos últimos 20 anos”, desde que foi acrescentada a linha ferroviária entre 1996 e 1999, diz Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infra-estruturas. As obras na ponte que liga Lisboa e Almada têm a duração de quase dois anos e acarretam um custo de 12,6 milhões de euros.
As obras de reparação e conservação na Ponte 25 de Abril vão obrigar ao corte total de um dos sentidos em Maio e em Outubro do próximo ano, sempre à noite e ao fim de semana, foi anunciado esta quarta-feira.
O corte total das vias de circulação, exclusivamente num dos sentidos, ocorrerá em quatro fins de semana do próximo ano: 11 e 12 de Maio, 18 e 19 de Maio, 12 e 13 de Outubro, e 19 e 20 de Outubro, em período noturno, sem ultrapassar as oito horas de duração.
Em 11 e 12 de Maio o trânsito estará cortado no sentido Almada/Lisboa, e, 18 e 19 de Maio no sentido Lisboa/Almada, enquanto em 12 de Outubro o tráfego será cortado no sentido Almada/Lisboa, em 13 de Outubro no sentido Lisboa/Almada, em 19 de Outubro no sentido Almada/Lisboa e em 20 de Outubro será suprimido no sentido Lisboa/Almada. Nestas datas apenas veículos de emergência serão autorizados a circular nas vias encerradas.
Os condicionamentos de trânsito na ponte que liga o rio Tejo entre Lisboa e Almada foram anunciados pelo presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Laranjo, durante a cerimónia de consignação das obras, adjudicadas por 12,6 milhões de euros ao consórcio vencedor.
Além dos cortes totais de um sentido, haverá ainda condicionamentos em uma ou duas vias de circulação, que serão igualmente à noite e durante menos tempo do que o previsto para as situações de corte total.
Estes condicionamentos manterão sempre uma ou duas vias de circulação abertas em cada sentido e ainda não têm datas definidas para acontecer, mas serão previamente comunicados pela Infraestruturas de Portugal (IP).
De acordo com o planeamento apresentado pelo presidente da IP, os cortes de uma via vão demorar entre cinco e oito horas, entre as 23 e as sete da madrugada, ao passo que os cortes de duas vias terão uma duração máxima de quatro horas, entre as duas e as seis da madrugada.
Fonte oficial da IP destacou à Lusa que estes últimos condicionamentos deverão ter um “impacto muito reduzido” nos utentes da ponte, que já é sujeita frequentemente a condicionamentos ao fim de semana e à noite para intervenções.

Obras necessárias 
A Ponte 25 de Abril é usada anualmente por 100 milhões de utilizadores, 300 mil todos os dias, na componente rodoviária e ferroviária, como foi hoje assinalado na consignação da obra pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.
A sua elevada utilização, as suas características, fazem com que tenha uma atenção muito especial por parte da Infraestruturas de Portugal e de tantos parceiros nos trabalhos de monitorização de grande detalhe realizados pelos melhores especialistas”, sublinhou.
O ministro frisou ainda que, “foi nesse contexto que, em devido tempo, se desenvolveu um projeto de intervenção por parte da [empresa] Parsons ao longo dos últimos anos e que, em janeiro deste ano, foi identificada uma necessidade de realização de uma intervenção com maior urgência”.
Solicitámos ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que procedesse à avaliação dessa primeira apreciação, o LNEC no mês seguinte confirmou a necessidade de avançar para a intervenção com alguma brevidade”, disse.
Segundo o ministro, essas avaliações técnicas concluíram que, se não avançasse a curto prazo - “no médio prazo, e não no imediato -, poderia ser necessário condicionar circulação, nomeadamente dos comboios, que teriam eventualmente de circular a menos velocidade ou com menos composições”.
Naturalmente, não ficámos à espera desse médio prazo, agimos de imediato e, portanto, logo em Março – o relatório do LNEC é de Fevereiro – procedemos a todas as autorizações necessárias e lançámos nesse mês no concurso de empreitada”, declarou.

“Esta é a ponte mais fiscalizada e monitorizada de Portugal”
Esta quarta-feira, no dia de arranque das obras da Ponte 25 de Abril, Pedro Marques afirmou que é com “acção e não com denúncias” que se dá início a um projecto “extremamente complexo” que, garante, está a ser planeado há meses.
O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, disse que esta quarta-feira é “um grande dia para a cidade de Lisboa”, uma vez que a ponte é “o maior canal de acesso à cidade” e tem “importância icónica” na paisagem.
O presidente da Câmara de Lisboa criticou ainda “a moda das obras iminentes”, sublinhando que avançar com obras na Ponte 25 de Abril é uma “decisão política que não se toma da noite para o dia”.
Nas palavras de Fernando Medina, a ponte ajuda a tornar Almada um espaço “vibrante e pujante”. A presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, ainda que presente, não discursou.
O presidente da Infra-estruturas de Portugal, António Laranjo, afirmou, por seu turno, que esta é a “ponte mais fiscalizada e mais monitorizada de Portugal”.
Em Março, a revista Visão noticiou que o Governo tinha recebido um mês antes um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil que alertava para a necessidade de “medidas urgentes” de reparação, depois de “terem sido detetadas ‘fissuras’ numa zona estrutural da travessia”.
As obras vão decorrer na ponte suspensa e no viaduto que permite o acesso ao norte. Num total de 12,6 milhões de euros, 9850 milhões vão ser gastos na intervenção da viga de rigidez da ponte. As obras vão incidir também no pilar 3, em passadiços transversais e na reabilitação do passadiço metálico no encontro sul da ponte.

Agência de Notícias 

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