GNR ia fechar às 17 horas em Alvalade e Ermidas-Sado

População e autarcas defendem reforço da GNR no município de Santiago do Cacém

O Governo recuou na decisão de transformar os postos da GNR de Alvalade e Ermidas-Sado, em Santiago do Cacém, em pontos de atendimento reduzido com apenas um efetivo e a funcionarem entre as nove e as 17 horas, anunciou a Câmara de Santiago do Cacém. A suspensão, um dia após a entrada em vigor da decisão de reduzir o horário de funcionamento daqueles postos da Guarda Nacional Republicana, decorre após o pedido de reunião “com caráter de urgência” por parte do presidente da Câmara de Santiago do Cacém ao Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. O autarca terá sido informado de que “a medida não irá para a frente no imediato”. Segundo Álvaro Beijinha o Governo reconheceu que a medida tinha sido tomada sem uma discussão prévia com a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia. 
Postos da GNR iam trabalhar das 9 às 17 horas 

Cerca de 50 pessoas juntaram-se, esta sexta-feira, frente ao posto da GNR em Ermidas-Sado. Não as demoveu o anúncio, pelo Governo, da suspensão da passagem do local a "ponto de atendimento reduzido".
Tanto a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Santiago do Cacém como o presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, se mostraram bastante críticos com a decisão do Governo de transformar os postos da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Alvalade e Ermidas-Sado em pontos de atendimento reduzido, a funcionar apenas nos dias úteis, entre as nove e as 17 horas.
Em declarações à Lusa, o autarca sublinhou que a decisão afecta cerca de seis mil habitantes e cinco freguesias do concelho do Litoral Alentejano, e disse ter solicitado uma reunião urgente ao ministro da Administração Interna, "para tentar reverter a situação" e exigir o reforço de efectivos nos postos.
Neste contexto, e tendo em conta que a região é atravessada por eixos rodoviários (IC 1) e ferroviários (Linha do Sul) estruturantes, a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Santiago do Cacém, a Junta de Freguesia de Ermidas-Sado e a Câmara Municipal de Santiago do Cacém agendaram uma concentração frente ao posto da GNR em Ermidas-Sado, contra "o encerramento dos postos" e "pelo aumento de efectivos e por melhores condições de trabalho".

Suspensão não demoveu população e autarcas

Numa nota, o município dá conta de que Álvaro Beijinha foi contactado, ontem, pelo chefe de gabinete do ministro da Administração Interna, que o informou da decisão do Governo de suspender "no imediato" a passagem dos postos da GNR de Alvalade e Ermidas-Sado a pontos de atendimento reduzido.
No entanto, sublinha a Câmara Municipal, se "autarquias e populações" ganharam uma batalha, não ganharam "a guerra", "uma vez que a medida foi apenas suspensa e não revogada", disse a autarquia.
Uma ideia que foi vincada na concentração, como previsto, frente do posto da GNR de Ermidas-Sado, que contou com a participação de cerca de cinco dezenas de pessoas.
A Comissão de Utentes entende a acção do Ministério da Administração Interna como uma tentativa de desmobilizar as populações e sublinha que a suspensão da redução de horário nos postos "não é suficiente". A "condição essencial para parar as lutas" é o "aumento dos efectivos de elementos da GNR e também a melhoria das condições de trabalho", insiste Álvaro Beijinha.
O autarca foi ainda informado da intenção da Secretária de Estado da Administração Interna agendar uma reunião com a Câmara Municipal de Santiago do Cacém “para discutir este assunto” sendo, no seu entender, um momento para voltar a colocar em cima da mesa o reforço de efetivos da GNR nas duas freguesias.
Desde 2014 que a Câmara de Santiago do Cacém se opõe à decisão de reduzir o patrulhamento nestas freguesias do interior do concelho de Santiago do Cacém.
A ir para a frente, esta medida trata-se de "mais um passo para um futuro encerramento definitivo dos postos" da GNR", diz o autarca.

Agência de Notícias com Lusa 

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