Fábrica de Palmela pára produção por falta de peças

Falta de motores obriga Autoeuropa a parar em Dezembro e Janeiro

A fábrica de Palmela deverá parar entre 23 de Dezembro e 3 de Janeiro do próximo ano, uma vez que os motores são produzidos em fornecedores sedeados na Alemanha e na Polónia e que, segundo o jornal Expresso, em situações de maior solicitação não conseguem responder em conformidade. Além disto, os constrangimentos, como paragens parciais, provocados pelas manifestações dos 'coletes amarelos' em França que impedem a chegada de camiões a Portugal e a greve dos estivadores no porto de Setúbal que impede que milhares de carros sejam exportados pode também estar na base do problema. A dificuldade de escoamento da produção por causa da paralisação dos trabalhadores no porto de Setúbal tem trazido alguns prejuízos à Autoeuropa que vê agora o terminal com capacidade de armazenamento de automóveis da fábrica esgotada.
Falta de peças e greves param Autoeuropa 

A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, vai parar por falta de motores por quase duas semanas.A paragem na produção deverá ocorrer entre 23 de Dezembro e 3 de Janeiro de 2019, escreve a edição online do Expresso. Até lá poderá haver ainda algumas paragens parciais em alguns dos turnos, sobretudo à noite.
Fonte da Autoeuropa confirma que a causa das paragens tem a ver com falta de motores, os quais são produzidos por fornecedores sedeados sobretudo na Alemanha e na Polónia e que, perante situações de maior solicitação - como agora sucede -, por vezes, "infelizmente não conseguem responder em conformidade".
O mesmo jornal diz ainda que já houve algumas paragens parciais devido aos constrangimentos provocados pelas manifestações dos ‘coletes amarelos’, em França, que estão a impedir a chegada a Portugal de muitos camiões com componentes fundamentais para a fábrica de Palmela.
Por outro lado, a continuação da paralisação dos estivadores no porto de Setúbal continua a impedir que milhares de carros produzidos na Autoeuropa sejam enviados para os respetivos destinos.
A greve dos estivadores levou ainda a que as empresas fornecedores da Autoeuropa, instaladas no perímetro da fábrica de Palmela, tenham de abrandar a sua produção e uma delas parou mesmo por completo.
Mas, a verdade, é que a dificuldade no escoamento da produção por causa da paralisação dos estivadores no porto de Setúbal, está a criar grandes problemas à Autoeuropa.
Diariamente, saem de Palmela, 850 automóveis, na sua esmagadora maioria do modelo T-Roc. Quase 100 por cento são para exportação.
Como a plataforma logística do porto de Setúbal está cheia, a Autoeuropa virou-se para a base aérea do Montijo, com a qual tem um acordo que lhe permite estacionar ali alguma da sua produção. Acontece que, como a paralisação dura desde 5 de Novembro também já começa a ficar esgotada a base do Montijo. No total, a Autoeuropa tem perto de 20 mil carros estacionados entre Setúbal e o Montijo, à espera de serem embarcados para os países de destino.
Em alternativa, a fábrica de Palmela está já a recorrer ao porto de Leixões e aos espanhóis de Vigo e Santander, embora em menor número.
Houve também um navio que foi carregado em Setúbal, na semana passada, debaixo de violenta contestação dos estivadores em greve e com forte presença policial. Mas serviu apenas para escoar pouco mais de dois mil veículos.

Casa Mãe na Alemanha atenta à realidade portuguesa 
A VW está confrontada com duas opções: ou encontra rapidamente mais alternativas de estacionamento para os carros que saem diariamente de Palmela – e a fabrica estuda utilizar parques em Águas de Moura, no concelho de Palmela - ou, na pior das hipóteses, terá de parar a fábrica.
Qualquer uma destas hipóteses está a deixar "em alerta" os gestores da VW na Alemanha, que durante todo o ano se debateram com contestação laboral na fábrica de Palmela. Agora que se atingiu paz laboral, com um acordo entre os trabalhadores e a administração da Autoeuropa, surge o problema de Setúbal.
A paralisação dos estivadores está também a afetar seriamente as importações, pois é também pelo porto de Setúbal que entram muitos dos automóveis que Portugal compra ao estrangeiros, assim como alguns produtos petrolíferos para algumas empresas industriais do distrito de Setúbal. Para além da Autoeuropa, também estão a ser afetadas a Siderurgia Nacional (aço), a Navigator (papel), a Repsol (químicos) e a Secil (cimento).

Agência de Notícias

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