Barreiro e Moita vão criar gabinete de apoio à vítima

Eleitos têm “responsabilidades sociais acrescidas” perante esta realidade 

A Câmara do Barreiro vai criar um gabinete de apoio à vítima que vai servir os concelhos do Barreiro e da Moita, avançou o município. O protocolo para a territorialização da rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica foi celebrado pelo presidente da autarquia, Frederico Rosa, e pela secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, em conjunto com outras 17 entidades, como a Câmara da Moita e as comissões de proteção de crianças e jovens dos dois concelhos, numa cerimónia onde esteve também presente a secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte. Citado em comunicado, o presidente da Câmara do Barreiro sublinhou a importância desta decisão e adiantou que o gabinete servirá tanto o concelho do Barreiro, como o da Moita.
Vitimas de violência com gabinete especializado 


Este acordo representa, para Frederico Rosa, um momento “muito importante para a nossa cidade e muito feliz para a Câmara Municipal do Barreiro. Desde o primeiro dia (da tomada de posse), que é um designo para todos nós. Lutámos muito para o Barreiro tivesse esta resposta social”.
Agradeceu a todas as entidades envolvidas e em especial à Rumo que, “tiveram sempre uma palavra para nos apoiar para a concretização desta ação”.
O autarca do Barreiro referiu, ainda, a “imensa satisfação” pelo facto de o protocolo ir para além do Barreiro e abranger o território da Moita. “As duas populações não reconhecem esta fronteira administrativa, é um território uno. É uma população quase gémea e fazia sentido este serviço para os dois concelhos”.
Recordou uma reunião da Assembleia Municipal na qual foram relatados, na primeira pessoa, vários casos de violência. Destacou o caso de uma jovem de 18 anos: “há cerca de 15 anos um agressor no Barreiro fazia as primeiras vítimas, uma das vítimas de hoje tem 18 anos, tinha na época três anos. Nós enquanto sociedade falhámos na resposta a este caso, eu não quero que nenhuma criança que hoje tenha três anos daqui a 15 se encontre na mesma situação. Temos todos de forma concertada, de encontrar respostas”.
Na opinião do presidente "a luta pela igualdade não é só das mulheres. A luta pela igualdade é de todos os que acreditam numa sociedade mais justa, de oportunidades, e de direitos", sublinhou Frederico Rosa.
O autarca prestou um reconhecimento e agradecimento à cidadã Sara Ferreira, “antes de ter tomado posse como vereadora já nos dizia que era fundamental abraçarmos este desafio e só descansava quando o gabinete fosse uma realidade”.

Moita destaca trabalho de cooperação 
Na assinatura do protocolo, que decorreu no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, o presidente da Câmara da Moita afirmou que “a violência doméstica não é tolerável. É um problema grave e disseminado na nossa sociedade e só mantém essa presença porque ainda há demasiada complacência para com a agressão e a discriminação, designadamente das mulheres”.
Considerando que os eleitos têm “responsabilidades sociais acrescidas”, Rui Garcia referiu que “um problema desta dimensão convoca-nos, a todos, a tomarmos ações concretas e decisivas e sem qualquer tipo de complacência”. 
Neste sentido, o autarca considera que a assinatura do protocolo “é um passo importante”, realçando o “trabalho de cooperação” entre os dois municípios  e o “papel fundamental” do Governo e da “rede social que vai permitir ter uma intervenção basilar nestes casos”, valorizando ainda a criação de centros de apoio que torna possível que “as vítimas tenham voz e proteção”.

Investimento superior a 80 mil euros 
"A prevenção e combate à violência contra as mulheres exige respostas conjuntas no território, por isso é fundamental o compromisso e empenho ativo dos municípios nesta batalha pela proximidade às populações e pela responsabilidade na gestão e coordenação da rede de serviços e atores que atuam nos territórios. Só assim se potenciam estruturas de atendimento próximas das pessoas e integradas na rede nacional de apoio às vítimas", referiu Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade à margem da assinatura do protocolo que garante um apoio do Governo de cerca de 40 mil euros por ano, num investimento global, repartido com os municípios do Barreiro e Moita, superior a 80 mil euros por ano.
Com esta nova resposta, 10 dos 13 concelhos do distrito de Setúbal passam a contar com um gabinete de atendimento e apoio às vítimas de violência doméstica, com o Barreiro e a Moita a integrar uma rede de respostas nestes territórios. 
O Gabinete de Apoio à Vítima ficará na Baía do tejo – Parque Empresarial do Barreiro – Rua 19, nº 13, Caixa Postal nº 5063, 2830-138 Barreiro. Telefone/Fax 21 206 49 20/1

Agência de Notícias 

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