Parque Urbano da Várzea apresentado em Setúbal

População aprova mas manifesta preocupação com estacionamento e segurança

A autarquia garante que o futuro Parque Urbano da Várzea vai resolver o problema das cheias e dotar a cidade de um grande espaço verde vai permitir uma melhor vida à população e tornar Setúbal mais atractiva. O futuro Parque Urbano da Várzea promete ser um grande espaço de diferenciação da cidade de Setúbal. Para além da regularização da Ribeira do Livramento, irá resolver os problemas de cheia no casco urbano construído numa zona geográfica para onde convergem várias ribeiras, e criar um grande núcleo arborizado onde passam a existir áreas com dezassete usos e equipamentos distintos para lazer da população. São 19 hectares, correspondente à superfície de 40 campos de futebol, que vão transformar o visual de Setúbal. Agora falta convencer Bruxelas ajudar "a pagar a conta". 
Várzea vai ser o pulmão verde da cidade 

O anteprojeto do futuro Parque Urbano da Várzea, equipamento inovador que alia as funções de lazer e de prevenção de cheias na cidade, foi apresentado publicamente em sessão no Fórum Municipal Luísa Todi.
Um lago artificial, uma quinta pedagógica, campos desportivos e de aventura, parques infantis, miradouros, quiosques, jardins e áreas de recreio são alguns dos 17 equipamentos e usos distintos preconizados para os 19 hectares do futuro Parque Urbano da Várzea, considerado “O Coração de Setúbal”.
O futuro parque urbano propõe um conjunto de soluções contemporâneas de usufruto público, com percursos pedonais que atravessam áreas verdes em formato de bosquetes, e recupera memórias de uma antiga ocupação agrícola, com um extenso laranjal.
O investimento estimado de 4,5 milhões de euros, para o qual a Câmara de Setúbal procura apoio de fundos comunitários, contempla ainda a criação de mais bolsas de estacionamento automóvel e a expansão da Avenida de Moçambique, que passa a estar ligada à Avenida dos Ciprestes.
“Estas são as ideias gerais deste projeto, um parque da cidade, para o futuro, com uma forte componente de inovação”, destacou a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, sobre o projeto elaborado pelos serviços municipais, com arranque previsto para o primeiro trimestre de 2020, quanto à vertente de lazer.
A autarca adiantou que este “é apenas um anteprojeto do futuro Parque Urbano da Várzea, com um conjunto de equipamentos e usos pensados, que podem não ser definitivos”, ainda sem especificidades “que permitam a dinamização de um debate mais alargado para a recolha de contributos”.
O desenho do parque inclui acessos e caminhos, eixos pedonais integrados na estrutura urbana da cidade, áreas temática e equipamentos mobilizadores de vários públicos e uma forte componente de consciencialização ambiental direcionadas para a sustentabilidade e a energia.
No Parque Urbano da Várzea está ainda prevista a criação do “Jardim das Geminações”, um espaço a ser criado nas proximidades da rotunda dos vasos instalada na Avenida da Europa. “Vai ter espécimes das várias cidades com as quais Setúbal é geminada”, revelou Maria das Dores Meira.
No âmbito deste projeto está igualmente prevista a requalificação da Rua Engenheiro Henrique Cabeçadas, o que inclui a possível relocalização da entrada da Escola Básica Barbosa du Bocage para esta via, que ganha uma bolsa de estacionamento para cerca de três centenas de automóveis.
Na vertente paisagista, o projeto aposta em três áreas essenciais, concretamente linhas de água, zonas naturalizadas e um sistema de circulação de água, este último através do dimensionamento e da reutilização de águas pluviais em espelhos e jogos de água recreacionais.

Ministro do Ambiente "aprova" obra  
As bacias de retenção do futuro Parque Urbano da Várzea, em Setúbal, vão ajudar a diminuir o risco de cheias na cidade, disse o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, durante uma visita às obras, em Julho deste ano.
"O que está a ser feito é a criação de uma bacia de retenção muito grande, no próprio leito da ribeira, que vai fazer que, quando existirem cheias, uma grande quantidade de água fique aqui retida, sem transtornar ninguém", referiu o ministro do Ambiente.
Trata-se uma bacia de água com "mais de duzentos mil metros cúbicos", que "reduz bastante o risco de cheias na cidade", explicou.
Além da criação de bacias de retenção, a obra inclui também a elaboração de novas passagens hidráulicas, ações de desobstrução e regularização do troço final da Ribeira do Livramento.
Para João Pedro Matos Fernandes, este é um projeto "de grande inteligência", por estar desenhado para conviver com as cheias e proteger a cidade, ao mesmo tempo que é também "uma zona de convivência".

Retenção das águas em época de chuva intensa 
As linhas de água constituem um elemento estruturante e focalizador da paisagem, de riqueza, de diversidade paisagística e de valorização cénica, constituindo redes que interligam espaços diversificados e que potenciam a própria sustentabilidade do parque urbano.
As zonas naturalizadas são criadas através da instalação de uma galeria ripícola ao longo das linhas de água e de espécimes autóctones nos taludes intervencionados. Neste caso, o objetivo passa por interligar os espaços urbanos e rurais e, em simultâneo, criar áreas de lazer e acessíveis a todos.
A requalificação da zona da Várzea, na qual se enquadra o parque urbano, inclui uma obra estruturante a nível de engenharia hidráulica atualmente em curso, com ações de alteração topográfica para descida das cotas de terreno e a criação de uma bacia de retenção pluvial, para mais capacidade de armazenamento de água.
O grande desafio na criação do futuro Parque Urbano da Várzea, um equipamento de referência nacional e internacional, está relacionado com a “adaptação e transformação deste projeto de engenharia hidráulica”, explicou Nuno Viterbo, do Gabinete de Gestão, Requalificação e Imagem Urbana.
O objetivo, apontou o técnico municipal, “é ter um equipamento de usufruto público e disponível durante cerca de dez meses durante o ano e que sirva, se necessário, para funcionar como uma enorme bacia de retenção de água aquando dos períodos críticos de pluviosidade”.
Nuno Viterbo acrescentou que o projeto hidráulico é concretizado em harmonia com o futuro Parque Urbano da Várzea e que terá um “efeito de alguidar”. “Queremos um parque com um alguidar lá dentro e não um alguidar com um parque lá dentro”.
Esta primeira fase de beneficiação do território da Várzea, essencialmente relacionada com a prevenção de cheias na cidade, já a cumprir parcialmente o seu objetivo, tem conclusão prevista para o segundo semestre do próximo ano. Inclui, no imediato, a plantação de cerca de sete centenas de árvores e de 30 mil arbustos previstas no desenho do futuro parque.

Agência de Notícias com Câmara de Setúbal 

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