Bombeiros de Alcochete comemoraram 70 anos

Comandante pede criação de uma equipa permanente de bombeiros no concelho

Setenta anos de história, heróis anónimos, sócios benfeitores e as ações solidárias que têm contribuído para uma melhor prestação de socorro à população de Alcochete foram recordados e enaltecidos na cerimónia que assinalou o 70.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete, uma data especial que contou com a presença do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e que ficará inscrita na história da corporação local. O comandante dos Bombeiros Voluntários de Alcochete, Paulo Vieira, considera “urgente” a criação de uma equipa permanente de bombeiros no concelho. Fernando Pinto, presidente da Câmara de Alcochete, também não foi alheio às necessidades apresentadas por aqueles que habitam naquela que considera ser “a sua segunda casa”.
Alcochete quer equipa de bombeiros permanentes 

Perante uma casa repleta de homens e mulheres que dedicam a sua vida ao voluntariado e à prestação de socorro, as palavras de agradecimento e reconhecimento foram transversais aos muitos discursos que se fizeram ouvir numa cerimónia que teve início precisamente com o batismo de duas viaturas, uma oferecida pela REN e outra adquirida pela própria associação.
Mas os atos solidários não se ficaram por aqui: a câmara municipal entregou dois desfibrilhadores automáticos, que vão possibilitar que todas as ambulâncias estejam dotadas destes equipamentos vitais na prestação de socorro; o grupo Libertas entregou um contributo monetário no valor de sete mil e 500 euros para reabilitação da sede que necessita de melhorias; o grupo local da Juventude Social Democrática ofereceu duas malas de primeiros socorros que vão permitir equipar duas ambulâncias e Fátima Vieira ofereceu cintos de retenção de crianças até então inexistentes nas ambulâncias.
Numa data de celebração foi igualmente honroso e motivo de orgulho para os “soldados da paz” de Alcochete poderem contar com a presença do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, visto que há mais de duas décadas não contavam com a visita oficial de um governante.
A fechar o ciclo de intervenções oficiais, e depois de ouvir as reivindicações dos vários intervenientes na sessão, Eduardo Cabrita, destacou que depois de um ano 2017 dramático para a sociedade portuguesa, “o sistema de proteção civil e os bombeiros portugueses responderam de uma forma programada, dando o melhor de si àquela que é a necessidade de uma resposta cada vez mais qualificada a todo o tipo de riscos” e salientou que, este ano, a grande prioridade foi reforçar o apoio às estruturas de bombeiros com criação de equipas de intervenção permanente nos municípios com risco elevado de incêndio rural.
“Temos que nos preparar e reforçar a atenção à prevenção, à limpeza da floresta, aos riscos urbanos e industriais tão conhecidos aqui na nossa região. Trabalhar na autoproteção, na mobilização do voluntariado e na preparação, quando necessário, do combate. E por isso queremos reforçar o acesso dos bombeiros aos fundos europeus”, sublinhou o ministro da Administração Interna que elogiou ainda a mobilização de “500 efetivos em cerca de duas horas” da Península de Setúbal que, conjugando esforços com a restante Área Metropolitana de Lisboa, deram resposta em Monchique e ao incêndio que deflagrou logo depois em Cascais.

Autarquia quer  "melhorar as condições" aos bombeiros 
Com 62 elementos no quadro ativo, um milhão e meio de quilómetros percorridos, 7244 ocorrências e cerca de vinte mil horas de intervenções de serviços diversos, o comandante da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete, Paulo Vieira, afirmou que “o voluntariado não chega para dar resposta ao aumento dos pedidos diários de socorro”, num concelho em que se assumem como o único agente de proteção civil no que se refere ao socorro e considera “urgente” a criação de uma equipa permanente de bombeiros em Alcochete que assegure 24 horas de socorro apoiados pelos voluntários.
Paulo Vieira agradeceu ao presidente da Câmara de Alcochete “o carinho que tem demonstrado” com o corpo dos bombeiros e que é motivo de incentivo para toda a corporação e manifestou a necessidade de ter mais meios humanos permanentes para garantir que o socorro seja prestado.
“Quero marcar aqui hoje que têm um corpo de bombeiros que é respeitado, é reconhecido por inúmeras entidades e pessoas nos locais onde desempenhamos a nossa função e, muito embora ainda tenhamos muito para melhorar temos conseguido atingir o objetivo de socorrer e prestar o melhor serviço possível”, referiu o comandante que dedicou ainda muitas palavras de agradecimento e motivação à sua corporação.
Por sua vez, o presidente da câmara municipal, Fernando Pinto, também não foi alheio às necessidades apresentadas por aqueles que habitam naquela que considera ser “a sua segunda casa”.
“Compreendo e reconheço todas as necessidades já aqui invocadas, todas as carências que sinto nesta corporação porque esta é a minha segunda casa, esta é a minha segunda família. Desta forma é simples ser sensível às lacunas da associação que vamos preenchendo de acordo com as nossas condições quer financeiras, quer técnicas”, disse Fernando Pinto que prosseguiu referindo que esta é também uma causa deste executivo municipal que todos os dias trabalha no sentido de procurar “melhorar as condições destes homens e mulheres para que se sintam bem dentro destas instalações e que nada lhes falte quando saírem em socorro”.
“Não é uma tarefa fácil, no entanto, a qualidade dos serviços prestados pela nossa corporação e a sua dedicação e entrega à causa pública deixam-me sereno e tranquilo no desempenho e no exercício das minhas funções de presidente de câmara”, frisou Fernando Pinto nesta cerimónia em que se ouviram ainda intervenções dos representantes da Liga dos Bombeiros Portugueses, da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e dos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete.

Agência de Notícias com Câmara de Alcochete 

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