Castelo de Palmela com obra de 2,9 milhões de euros

Intervenção nas encostas do Castelo já está no terreno

As encostas do Castelo de Palmela já começaram a ser reabilitadas. As terras que suportam o Monumento Nacional causam preocupação há muito, devido ao risco iminente de derrocada.  No âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, houve agora luz verde para a intervenção. O custo total do projeto vai ultrapassar os 2,9 milhões de euros. "Demorou alguns anos, sempre com o coração nas mãos, não fosse acontecer aqui alguma coisa. É uma intervenção ousada e fundamental para preservarmos os valores ambientais da nossa paisagem e os valores patrimoniais que aqui temos", disse Álvaro Amaro, presidente da Câmara de Palmela. A empreitada vai decorrer em três frentes. A urgência e a complexidade da intervenção prendem-se com o facto de, já em 2015, um estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) apontar a falta de segurança do monumento. 
Obras nas encostas do castelo decorrem até Maio 

A empreitada “Intervenção de natureza estrutural para evitar derrocadas nas encostas do Castelo de Palmela” teve início na dia 18 de Outubro. O arranque das obras foi assinalado com uma cerimónia realizada no Miradouro do Castelo, durante a qual o presidente da autarquia de Palmela, Álvaro Amaro, e o Subdiretor Geral do Tesouro e Finanças, Miguel Santos, descerraram, de forma simbólica, uma placa junto à primeira árvore plantada nas encostas.
Esta intervenção vai decorrer até ao final de Maio de 2019, com três zonas a serem intervencionadas em simultâneo. O valor global é de mais de 2,9 milhões de euros, sendo cofinanciada em 85 por cento pelo Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, no quadro do Portugal 2020, através da PI 5.2. (Promoção de investimentos para abordar riscos específicos, assegurar a capacidade de resistência às catástrofes e desenvolver sistemas de gestão de catástrofes). Os restantes 15 por cento serão assegurados pela Direção Geral do Tesouro e Finanças.
"Foram três anos de trabalho árduo e intenso, para chegarmos a este ato simbólico do lançamento de uma obra que queremos que corra muito bem", realçou Álvaro Amaro durante a cerimónia, que contou também com a presença de representantes da Enatur, da Direção Geral do Património Cultural, da empresa que vai realizar a intervenção, das equipas técnicas, autarcas, entre outras individualidades.
Dado o vasto número de parceiros envolvidos, o Álvaro Amaro acredita que a obra será "um exemplo ao nível da articulação fluída e cooperante entre as várias partes interessadas e os intervenientes mais diretos na operação".
O autarca sublinhou que são "obras muito complexas de sustentação do morro. Tem uma componente de engenharia muito forte de reforço, com betão", explicou Álvaro Amaro reforçando que "são também obras muito desafiantes do ponto de vista paisagístico porque todas as intervenções são complementadas com acompanhamento de restauro, arqueológico e ainda uma forte componente de arquitetura paisagística". 

Obras há muito esperadas pela segurança do monumento 
Este é o segundo castelo em processo de intervenção a nível nacional e o Subdiretor Geral do Tesouro e Finanças espera "que este seja um bom exemplo do trabalho a realizar no futuro" nesta matéria.
Os problemas de estabilidade das encostas do Castelo de Palmela remontam há várias décadas e, desde sempre, o município procurou alertar as várias entidades para a situação, intervencionando o que estava ao seu alcance. 
Em 2014, foi criado um grupo de trabalho, que se foi alargando e que conseguiu, junto da Tutela, assegurar a criação, no âmbito do POSEUR, de um programa específico, que permitiu a Palmela, Setúbal e Vila Nova de Gaia terem concursos abertos exclusivamente para si. 
Dada a complexidade da operação, foi necessário proceder a diversos estudos técnicos, para além do projeto de execução, atrasando a intervenção prevista e aumentando o seu valor global elegível. Estas alterações foram alvo de um pedido de reprogramação junto do programa operacional.
A Câmara de Palmela espera ter a obra terminada até ao final da próxima primavera. Ao longo da empreitada, o local continuará aberto ao público.

Agência de Notícias com Câmara de Palmela


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