Aeroporto do Montijo pode obrigar a radar para aves

Só estudo do impacto pode mudar propostas para o novo aeroporto 

O ministro do Ambiente disse sexta-feira que só com o estudo de impacto ambiental, será feita, se for o caso, uma proposta de minimização de impactos, desmentindo a instalação de um radar de aves no novo aeroporto do Montijo. “Não há nenhuma proposta da Agência Portuguesa do Ambiente, nem de radar nenhum. Não há sequer um estudo de impacto ambiental. E, portanto, só quando o estudo de impacto ambiental chegar é que o Ministério do Ambiente se pode pronunciar e fazer um conjunto de propostas de minimização de impactos, se for o caso”, afirmou.
Pilotos preocupados com as aves 


Em declarações à margem de uma conferência sobre Justiça Ambiental, no Porto, João Matos Fernandes, sublinhou que “o Ministério do Ambiente aguarda que o promotor do projeto entregue o estudo de impacto ambiental na Agência Portuguesa do Ambiente para ser avaliado como qualquer outro projeto”.
Em causa a notícia avançada pela TSF que dá conta que a grande população de aves na zona do novo aeroporto do Montijo poderia obrigar à instalação de um radar para sinalizar a presença das aves e que levou os pilotos a recomendar a reavaliação do projeto.
A Associação de Pilotos Portugueses de Linha Aérea teme que, devido às aves existentes na Reserva Natural do Estuário do Tejo, o novo aeroporto complementar de Lisboa tenha de interromper o funcionamento com frequência.
O presidente desta associação revelou à TSF que receia que os pássaros condicionem a segurança e a eficiente utilização do aeroporto, adiantando que as instalações que atualmente possuem este tipo de radar são de menor dimensão e não precisam de estar em constante funcionamento.
O piloto Miguel Silveira refere que este aeroporto não será como os restantes, onde o aparecimento de aves é pontual, e que o radar poderá não ser uma boa solução.
“Ali nós vamos certamente ter esse sistema a avisar com frequência pois as aves estão lá, vai existir ruído, elas entram em período migratório, etc., e estamos na eminência de ter um aeroporto em que todos os dias, sistematicamente, vai estar a dar alertas", declarou.
Segundo a mesma fonte, o primeiro estudo de impacto ambiental feito pela Ana-Aeroportos está a ser reformulado por ordem da Agência Portuguesa do Ambiente, nomeadamente por falhas na análise da população de aves nas imediações, pedindo que o futuro aeroporto tenha um radar que monitorize, em tempo real, a movimentação das aves detetadas no local, algumas delas espécies protegidas da Reserva Natural do Estuário do Tejo.

Agência de Notícias com Lusa 

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