Sines dedica três dias às artes de rua

Teatro, circo, arte urbana e dança invadem as ruas da cidade 

Cerca de 100 artistas de Portugal, Espanha, Canadá, França, Itália e Argentina 'invadem' Sines, até este sábado, durante uma Mostra de Artes de Rua que quer lançar um novo olhar sobre a cidade.Teatro, circo, arte urbana, dança, performance, instalação e espaços para crianças e famílias, num total de 29 apresentações, de mais de duas dezenas de projetos artísticos, vão ser recriadas, entre quinta-feira e sábado, sob a direção artística e produção da companhia Teatro do Mar.
Artes de Rua invadem Sines 

"Os espetáculos vão ser apresentados em locais diferentes, que nos obrigam a circular por Sines e a reconciliar com uma cidade que está mais entristecida e distanciada da sua essência e do espaço público", explicou hoje à agência Lusa a diretora artística do Teatro do Mar, Julieta Aurora Santos.
O jardim das descobertas, a alameda da Paz, as muralhas do castelo, as ruas do centro histórico, a ladeira da praia, casas em ruína e a praia Vasco da Gama, em Sines, são alguns dos 'palcos de rua' onde o público poderá assistir aos espetáculos.
"Este é o único festival, no sul do país, dedicado exclusivamente às artes de rua, ocupando muitos espaços da cidade numa tentativa de valorização do nosso património histórico e natural e da nossa memória", adiantou a diretora artística.
A 2.ª edição da M.A.R. [Mostra de Artes de Rua] aborda, durante três dias, de uma forma mais ampla, as "diferentes disciplinas utilizadas nas artes de rua", como o circo contemporâneo e social, o teatro físico e performances diversas.
"Desde dança vertical em paredes e música com fogo aos palhaços contemporâneos ('clowns'), oriundos de Espanha, que vão apresentar o seu trabalho na praia Vasco da Gama, com o público a assistir no areal e com o pôr-do-sol como fundo, há muitos projetos imperdíveis", garantiu a produtora.
A mostra vai contar com expressões artísticas de companhias que fazem a sua estreia em Portugal, como os italianos 'eVenti Verticali', que encerram o festival com o espetáculo Wanted, no sábado, às 23h30, no Largo João de Deus.
"É um espetáculo muito grande com projeções de vídeo na muralha do castelo e dança vertical", relatou a diretora artística da M.A.R., que se despede do público, noite dentro, com o grupo de percussão e dança urbana 'Deabru Beltzak', de Espanha.
De acordo com Julieta Aurora Santos, na M.A.R., participam igualmente grupos e artistas portugueses, com destaque para o 'clown' Rui Paixão que, em Sines, apresenta, no sábado, o espetáculo Hanno, em conjunto com Rina Marques, no largo 5 de Outubro.
"Este 'menino-clown', de 22 anos, foi selecionado para ser protagonista do 'Cirque du Soleil' e dá o seu último espetáculo na M.A.R., antes de viajar para a China, onde vai estar durante dois anos e meio a trabalhar naquele que é considerado o espetáculo com a mais alta tecnologia do mundo", realçou.
Para  esta sexta-feira, estão previstos 10 espetáculos de rua, entre eles a performance visual 'Conserva', da autoria da artista portuguesa Paulina Almeida, que será apresentado ao público, a partir das 23:30, junto às ruínas das antigas salgas romanas da cidade.
"Ela tem viajado por todo o mundo e está em Sines, com um coletivo de artistas internacionais, em residência artística, na criação de um projeto que deriva da nossa própria memoria, como as conservas de peixe, as jangadas e as cabanas de São Torpes", esclareceu Julieta Aurora Santos.
O festival, que arrancou em 2016, com uma edição zero e "muito mais tímido", frisou a produtora, cresceu este ano "em número de espetáculos, de artistas convidados e de público diverso" a avaliar pela "hotelaria que está praticamente lotada" em Sines.
Em exposição permanente, durante os três dias, nas ruas do centro histórico e Jardim das Descobertas, vai decorrer a M.A.R.TE Urbana, com trabalhos de fotografia e ilustração de Vítor Seromenho e Marco Taylor, respetivamente, e o mural da autoria de Eduardo Cardoso.

Agência de Notícias com Lusa 

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