Prisão para autor de atropelamento mortal na Moita

Atropelamento que matou irmã de Djaló terá sido intencional

Açucena Patrícia, irmã do futebolista Yannick Djaló, foi vítima, juntamente com outras cinco pessoas, de um atropelamento nas Festas da Moita, durante a madrugada deste sábado. A jovem de 17 anos foi transportada ainda com vida para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, mas acabou por morrer. As outras cinco vítimas do atropelamento sofreram ferimentos ligeiros e foram todas assistidas no local, tendo algumas sido depois encaminhados para o Hospital do Barreiro. O condutor foi presente esta manhã a primeiro interrogatório judicial, no Tribunal Judicial do Barreiro, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva. Está indiciado em doze crimes: um de condução perigosa; dez de homicídio qualificado na forma tentada e um de homicídio qualificado. 
Feridos foram para o hospital do Barreiro 

O condutor do automóvel que atropelou seis pessoas na madrugada deste sábado, entre elas a irmã do jogador Yannick Djaló, foi colocado em prisão preventiva. De acordo com o Jornal de Notícias, o incidente foi intencional.
O jovem condutor, de 21 anos, ficou em prisão preventiva enquanto o processo avança, decretou este sábado o juiz do tribunal do Barreiro, em Setúbal.
De acordo com o diário, o suspeito terá atropelado as pessoas de forma intencional, tendo sido detido por militares da GNR instantes depois do sucedido.
Em comunicado enviado à ADN-agência de Notícias, a Guarda Nacional Republicana explica que quando o homem se preparava para fugir, os militares “avançaram sobre o carro, conseguindo imobilizar a viatura e o seu condutor, evitando assim mais danos e vítimas”.
“No local foi necessário efetuar um perímetro de segurança, no sentido de salvaguardar a integridade física do autor do atropelamento, manter a ordem pública e garantir a rápida assistência médica às vítima”, acrescentaram as autoridades.

Como tudo aconteceu 
O atropelamento aconteceu junto a um bar da Moita, na Travessa do Açougue, uma rua que estava com restrições ao trânsito devido às festas em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, que terminam este domingo. Por causa deste condicionamento de trânsito, as pessoas circulavam à vontade naquela zona, explicou o Major Gonçalves, responsável pelas comunicações públicas do Comando Territorial da GNR de Setúbal.
A viatura seguia pela Rua Silva Evaristo e colidiu com um poste que se encontrava à entrada da Travessa do Açougue. O veículo ligeiro ficou imobilizado no local, mas não sem antes atropelar seis pessoas. O condutor foi detido ainda dentro da viatura, pela GNR que se encontrava a policiar a zona, confirmou o militar. O condutor, que esteve a ser ouvido no Tribunal do Barreiro desde as 10 horas deste sábado, teve como medida de coação prisão preventiva.
O bombeiro Francisco Jesus, que vive perto do local, ouviu o estrondo provocado pelo acidente e deslocou-se ao local, onde a GNR já se encontrava a fazer o perímetro de segurança, contou aos jornalistas. Prestou os primeiros cuidados a Açucena Patrícia enquanto esperavam pelos Bombeiros da Moita e pelas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMR), que chegaram pouco depois, do Barreiro, Setúbal e Almada.
Francisco Jesus conta que teve de ajudar a libertar as vias respiratórias da jovem que estava a sufocar devido ao sangue que estava a perder. Ao bombeiro, que encontrou a jovem inconsciente e enrolada no chão, parece que a mesma terá sido projetada contra uma parede devido ao embate do automóvel.
A GNR não confirmou a identidade das vítimas, se o condutor se encontrava alcoolizado ou outras causas possíveis do acidente. 

Jovem morre no Hospital de Almada 
Carro usado no atropelamento 
A jovem de 17 anos, Açucena Patrícia, ficou em estado grave, com múltiplas fracturas nos braços e pernas e danos internos no tórax e abdómen, e foi transportada para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde acabou por morrer devido aos ferimentos. As outras cinco vítimas sofreram apenas ferimentos ligeiros, mas quatro delas foram também encaminhadas para o hospital do Barreiro. Uma não precisou de receber assistência hospitalar mas apenas no local. Ali estiveram, além do INEM, os bombeiros da Moita e do Montijo. 
Fonte da GNR especificou que o condutor foi detido de imediato ainda dentro do próprio carro e não ofereceu resistência, mas não pôde revelar se foi ou não detectado álcool no sangue. Desconhecem-se as razões do acidente, que foi alvo de peritagem pelo núcleo de investigação da GNR.
Na Moita decorrem as festas de Nossa Senhora da Boa Viagem e na noite de sexta-feira para sábado realizou-se, a partir da uma da manhã, a última das habituais largadas de touros nocturnas na Avenida Teófilo Braga, uma das principais artérias da vila e situada a apenas 150 metros do local do acidente. O centro da vila costuma, por isso, estar vedado ao trânsito e o piso das ruas por onde passam os animais (e os populares em fuga ou que os toureiam) é coberto por uma camada de terra (que também não facilita a circulação e condução dos veículos).
Para conseguir chegar ao local com a viatura, o condutor teve que passar por ruas fechadas com baias e grades de segurança.  Naquela zona da vila da Moita, junto ao cais, há ruas muito estreitas, boa parte delas apenas com um sentido, com casas antigas, e a Travessa do Açougue, em cuja esquina com a Rua Silva Evaristo se deu o acidente, é uma delas.
Os militares do destacamento do Montijo foram os primeiros a chegar ao local porque eram a equipa que se encontrava a fazer o policiamento da festa. Os militares do destacamento de intervenção de Setúbal tinha já sido, entretanto, enviados para o local, seguidos do Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação. 
Como existiu uma vítima mortal no atropelamento, a Polícia Judiciária também foi notificada da ocorrência. Cabe ao Tribunal do Barreiro decidir quem continuará as investigações, explicou o Major Gonçalves: se for um acidente de trânsito com mortos será a GNR, se for considerado um homicídio será a Polícia Judiciária.

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