Setúbal quer integração da penísula numa NUTS III

Deixar a Área Metropolitana de Lisboa pode trazer benefícios à região 

A presidente da Câmara de Setúbal defendeu a integração da parte norte do distrito numa NUTS III, mas diz que não se revê no estudo da Plataforma para o Desenvolvimento da Península de Setúbal, fundada por cinco associações locais. "Defendemos a integração do concelho de Setúbal numa NUT III, que diga respeito a toda a península, regressando à situação que vigorava antes de 2013", disse em declarações à agência Lusa Maria das Dores Meira. A autarca explicou que, apesar de a autarquia "estar sempre disponível para colaborar com todas as iniciativas que contribuam para o desenvolvimento do concelho", não se revê no estudo criado pela associação local. "Não nos revemos no resultado final deste estudo e nos indicadores que foram utilizados para chegar aos resultados agora conhecidos", apontou.
Autarca sadina quer região mais forte e unida 

A Plataforma para o Desenvolvimento da Península de Setúbal apresentou, dia 12 de Julho, um estudo com o objetivo de ajudar a que esta região deixe de ser uma NUTS [Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos] II e III da Área Metropolitana de Lisboa e, desta forma, voltar a receber os fundos comunitários da União Europeia.
O documento em causa apresenta indicadores económicos e sociais que pretendem provar que a região tem sido prejudicada pela inserção na Área Metropolitana de Lisboa, evidenciando que a Península de Setúbal é "a quarta região mais pobre do país" e "a que mais se afastou da média europeia".
Através do estudo, a associação defende que a Península de Setúbal tem condições para ser uma NUTS II autónoma e que é, "por direito", uma NUTS III.
Sobre este assunto, Maria das Dores Meira recordou as declarações prestadas ao jornal Expresso em 2016: "há uma desigual distribuição dos fundos da União Europeia que favorece certas regiões em relação à Área Metropolitana de Lisboa e que não se justifica".
De acordo com a autarca, as regiões mais apoiadas por Bruxelas "têm um financiamento de 80 por cento a 90 por cento, a fundo perdido", enquanto a Península de Setúbal não vai "além dos 45 por cento a 50 por cento".
"Precisamos de construir mais escolas, casas, investir na rede viária e no saneamento, porque o concelho tem mais de 130 mil habitantes e a população tem crescido muito", frisou a presidente.
O município de Setúbal defende, assim, "novas soluções que permitam que a região seja enquadrada de outra forma na divisão definida pelas NUTS", explicou.
A responsável acrescentou, porém, que não se revê no estudo e que este documento "não presta um bom serviço à península", ao referir que esta é a quarta região mais pobre do país.
"O concelho de Setúbal e a península a que dá nome sempre foram uma das regiões que mais contribuíram para a riqueza nacional", frisou.
A autarca lembrou, neste sentido, que na região "laboram algumas das empresas mais importantes do país, com elevado contributo para o Produto Interno Bruto Nacional", como a Autoeuropa e a The Navigator Company.
A agência Lusa questionou os restantes municípios da Península de Setúbal (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal e Sesimbra) quanto ao objetivo do estudo criado pela associação local, mas até ao momento não obteve resposta.

Agência de Notícias com Lusa

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