Obras no Cabo Espichel custam 1,33 milhões de euros

Trabalhos incluem a reabilitação das hospedarias e o restauro da Casa de Água

O Santuário da Nossa Senhora do Cabo Espichel, em Sesimbra, vai ser alvo de obras de reabilitação, depois de a autarquia ter visto aprovada a candidatura ao Plano Operacional Regional de Lisboa 2020. A intervenção vai custar cerca de 1,33 milhões de euros, sendo comparticipada em metade pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. De acordo com a Câmara de Sesimbra, a "reabilitação do edificado poente da ala sul das hospedarias e o restauro da Casa de Água" estão incluídas, bem como a intervenção no troço aéreo do aqueduto e respetivo sistema hidráulico. Também a ligação entre a Casa da Água e do Horto ao Terreiro do Santuário vai ser requalificada. As obras de melhoramento preveem ainda o "reordenamento do estacionamento junto à entrada do farol e o espaço de visitação envolvente à Casa da Água, horto e tanques". 
Santuário do  Cabo Espichel vai ser requalificado 

Esta operação, associada às propostas apresentadas no Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa, tem como objetivo valorizar este monumento emblemático do município de Sesimbra e da região, através da intervenção em alguns dos seus espaços mais importantes e, ao mesmo tempo, melhorar as condições de visita ao conjunto, tanto no edificado e em áreas públicas de utilização comum, como na organização dos circuitos de acessibilidade e requalificação de estruturas musealizadas", explica a autarquia em comunicado enviado à ADN-Agência de Notícias.
Neste âmbito, estão englobadas a reabilitação do edificado poente da ala sul das hospedarias, o restauro da Casa da Água, uma obra que ficou concluída em 2017 e que foi suportada pelo orçamento municipal, a recuperação e restauro do troço aéreo do aqueduto e do seu sistema hidráulico setecentista, a ligação do cercado da Casa da Água e do Horto ao terreiro do Santuário, o reordenamento do estacionamento junto à entrada do farol e o espaço de visitação envolvente à Casa da Água, horto e tanques, promovendo ainda a recuperação de espaços edificados, estruturas funcionais, motivos arquitetónicos e zonas de acesso, de modo a assegurar a conservação do património, reforçar a sua atratividade turística, e valorizar a sua inclusão na centralidade Arrábida. Tal como aconteceu na obra de reabilitação da Casa da Água, estas intervenções terão acompanhamento arqueológico.
Depois de um processo que se arrastou por vários anos, a Câmara de Sesimbra "conseguiu, em 2017, formalizar a aquisição da ala norte do Santuário do Cabo Espichel por 321 mil euros, o que permitiu, e por acordo com a Confraria de Nossa Senhora do Cabo, proprietária da ala sul, avançar com uma solução para salvar este património edificado único, que o poder central condenou ao abandono por vários anos", refere o mesmo comunicado.
O conjunto edificado foi incluído no projeto Revive - Reabilitação, Património e Turismo, que pretende dar "um novo rumo a um conjunto de edifícios com o envolvimento de investidores privados, em regime de concessão. Neste momento, há empresas do ramo da hotelaria interessadas em investir e, assim que haja uma decisão, será lançado concurso público", diz a Câmara gerida por Francisco Jesus. 
O caderno de encargos preparado pela autarquia "foi bastante exigente, para assegurar a salvaguarda da identidade e religiosidade do Cabo Espichel", conclui a nota de imprensa. 
O Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel (ou de Nossa Senhora da Pedra Mua) tem origem numa ermida do século XIV, para guardar uma imagem da Santa, e congrega a igreja construída entre 1701 e 1707, duas alas de hospedarias, a Casa de Água e a Casa da Ópera.

Agência de Notícias com Câmara de Sesimbra 

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