Novo Banco partilha cultura com cidade de Setúbal

Convento de Jesus recebe espólio de artistas setubalenses  

A Câmara de Setúbal e o Novo Banco assinaram este mês o contrato de depósito de bens culturais móveis que permite a exposição de três pinturas da coleção do banco no Museu de Setúbal, no Convento de Jesus. “Estes três quadros terão aqui muito mais utilidade do que numa sala de qualquer conselho de administração ou banco. Falo da utilidade que a arte pode ter enquanto pretexto educativo e objeto de fruição”, sublinhou a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, na cerimónia que decorreu esta semana na Galeria Municipal do Banco de Portugal. No evento, que contou com a presença do ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, foram dados a conhecer os quadros de três pintores portugueses que se juntam ao Retábulo da Capela-Mor da Igreja do Convento de Jesus para integrar a exposição permanente do Museu de Setúbal. 
Novo Banco quer cultura ao serviço de todos 


“Os Músicos”, de José Antonio Benedicto Soares da Gama de Faria (1752 – 1809), conhecido por Morgado de Setúbal, o “Último Ancoradouro, Tejo”, do setubalense João Vaz (1859 – 1931), e “Barco em Terra”, de António Carvalho da Silva Porto (1850 – 1893) estão, desde o dia 24 de Julho, disponíveis para fruição dos setubalenses e de todos os que visitam Setúbal.
De salientar que é “a primeira vez que a pintura “Os Músicos” está disponível para fruição do público, pois esteve sempre integrada em coleções privadas”, explica a consultora científica do Novo Banco Cultura, Ana Paula Rebelo Correia, que fez uma breve apresentação das obras.
Sob o lema “Arte e a cultura partilham-se”, o Novo Banco resolveu disponibilizar ao público um conjunto de peças do património artístico e cultural do país, bem como colocar nos museus portugueses obras que venham enriquecer o seu acervo.
“São mais de 90 obras e pinturas que colocamos à fruição de todos em vários locais do país. No Novo Banco assumimos um dever de responsabilidade social e queremos transformar o enorme prazer que a cultura nos permite num dever da nossa instituição”, vinca o presidente do Conselho de Administração, António Ramalho, após a assinatura do contrato de depósito com a presidente da autarquia.
Para o ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, “o programa inovador de cultura partilhada do Novo Banco segue o desígnio nacional de descentralização”, ao colocar obras de arte à disposição do público em todo o país.
O governante lembra que este projeto “só é possível graças às negociações entre os ministérios da Cultura e das Finanças que permitem que os valores artísticos do Novo Banco permaneçam em Portugal e sejam partilhados com todos”.
Quanto ao local escolhido na cidade sadina para acolher três peças deste“valioso património”, Luís Castro Mendes defende que é o ideal, pois o acervo do Museu de Setúbal, no Convento de Jesus “é uma referência nacional”.
Este acervo, que inclui os 14 painéis do Retábulo da Capela-Mor da Igreja de Jesus, está provisoriamente exposto na Galeria Municipal do Banco de Portugal até estarem concluídas as obras em curso de requalificação do Museu de Setúbal, lideradas pela Câmara Municipal.
Luís Castro Mendes reconhece “o notável esforço técnico e financeiro” do município para concretizar esta importante empreitada e deixou um repto a Maria das Dores Meira: “espero, senhora presidente, e agradeço o convite da cidade, se assim o entender, de vir inaugurar o Museu de Setúbal ainda durante esta legislatura”.
O contrato de depósito de bens culturais móveis celebrado no dia 24 entre a Câmara de Setúbal e o Novo Banco estabelece a cedência das três pinturas a óleo pelo prazo de cinco anos, renovável automaticamente.

Agência de Notícias com Câmara de Setúbal 

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