Município quer mais 50 mil para o Festival de Almada

Câmara vai "acorrer de forma excepcional" a esta edição 

O Festival de Almada vai mesmo ter lugar, de 4 a 18 Julho. E Inês de Medeiros anunciou que ia procurar garantir a sua viabilização futura. A Câmara de Almada tem por objectivo reforçar com 50 mil euros, para os 275 mil euros a verba a atribuir pela autarquia à edição deste ano do Festival de Almada, revelou presidente da autarquia, Inês de Medeiros, à agência Lusa. Inês de Medeiros lembra que o Festival de Almada é o "maior certame de teatro de Portugal, e é reconhecido a nível internacional", a autarca sustentou ainda que "o Estado e as entidades estatais não podem fugir às responsabilidades culturais do país". "Colónia penal", "A última estação" e "Carmen", homenagem a Carmen Dolores, são as três criações do 35.º Festival de Almada, a decorrer em Julho, anunciou a Companhia de Teatro de Almada.
Inês queixa-se dos cortes nos apoios a festival de teatro

A Câmara de Almada atribui anualmente uma verba de 225 mil euros ao Festival de Almada, valor que este ano pretende aumentar para 275 mil euros, precisou a autarca à agência Lusa, à margem da apresentação da 35.ª edição do Festival.
Inês de Medeiros ressalvou que a atribuição desta verba está dependente de aprovação em sessão de Câmara, acrescentando que irá apresentar essa proposta ao executivo municipal.
Já antes, na cerimónia de apresentação do certame, a autarca sublinhara que a Câmara vai "acorrer de forma excepcional" a esta edição do certame, por este ser "um ano especial".
Uma forma de "reconhecer o esforço e empenho do director do Festival e da Companhia de Teatro de Almada" em garantirem a sua realização, "num ano de grandes dificuldades", indicou a autarca.
Lembrando que o Festival de Almada é o "maior certame de teatro de Portugal, e é reconhecido a nível internacional", Inês de Medeiros sustentou que "o Estado e as entidades estatais não podem fugir às responsabilidades culturais do país".
A autarca voltou a lembrar que o apoio atribuído este ano pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes) à Companhia de Teatro de Almada sofreu um corte de 25 por cento do montante total de verbas.
E este corte é tanto mais "incompreensível e absurdo", quando surge a poucos meses da abertura do Festival, disse.
"A incapacidade de a DGARtes, por débeis razões de forma e ainda mais débeis avaliações dos jurados, em reconhecer o Festival como evento prioritário, estruturante e único no panorama cultural português, é indesculpável", escreve Inês de Medeiros no programa oficial da 35.ª edição do festival de teatro de Almada.
A autarca lembrou, a propósito, que as verbas atribuídas pela DGArtes à Companhia de Teatro de Almada se destinam à programação anual da companhia e à realização do Festival, e que este absorve metade do montante atribuído por ano.
Não se pode, por isso, ter como missão promover a internacionalização da cultura portuguesa e, em simultâneo, reduzir em 25 por cento o financiamento do que mais contribui para essa mesma internacionalização, concluiu.
A presidente da Câmara de Almada voltou a defender a necessidade de o programa de subsídios de apoio às artes ter de analisar esta especificidade, já que os subsídios atribuídos à Companhia de Teatro de Almada são repartidos pela programação e pelo Festival.
A decorrer de 4 a 18 de Julho, em vários locais de Almada e em salas de teatro de Lisboa, a 35.ª edição do Festival de Almada está orçada em 576 mil euros, segundo o director do certame.
Do total orçamentando, apenas 91 mil euros, o equivalente a 16 por cento, provêm dos subsídios da DGartes, sublinhou Rodrigo Francisco.

Agência de Notícias com Lusa

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