Vivem em Alcochete em condições precárias

Máfia da amêijoa escraviza imigrantes de origem asiática

Os trabalhadores de origem asiática foram detetados, no início deste mês, pela Polícia Marítima no rio Tejo e estão a viver em condições precárias em antigas pocilgas de porcos. O Serviço de Investigação da Polícia Marítima detetou um novo esquema criminoso que usa mão de obra ilegal para trabalhar na apanha da amêijoa. Os trabalhadores, de origem asiática, chegam através de circuitos de tráfico de pessoas e imigração ilegal. A Polícia Marítima detetou entre 100 a 200 apanhadores, oriundos de países como o Laos e Vietname, no rio Tejo. De acordo com alguns testemunhos, estes trabalhadores vivem nas zonas de Alcochete e do Samouco em condições precárias, ficando a dormir em antigos pavilhões de quintas que eram usados para guardar animais, como antigas pocilgas de porcos.
Centenas de imigrantes ilegais obrigados a mariscar no Tejo 

O Serviço de Investigação da Polícia Marítima desvendou um esquema criminoso que recorre a mão de obra ilegal para trabalhar na apanha da amêijoa, no rio Tejo. Os trabalhadores, de origem asiática, chegam através de circuitos de tráfico de pessoas e imigração ilegal, revelou o Jornal de Notícias numa investigação divulgada no início deste mês.
Estes trabalhadores operam num regime de quase escravatura, com baixos salários.
Segundo a Polícia Marítima, foram detectados entre 100 e 200 apanhadores no rio Tejo, provavelmente oriundos de países do sudoeste asiático, como o Laos ou o Vietname. Estes trabalhadores vivem nas zonas de Alcochete e do Samouco em condições precárias, em antigos pavilhões de quintas, que eram usados para guardar animais.
Este esquema foi detectado já durante este ano e é por isso que não há qualquer referência ao mesmo no Relatório Anual de Segurança Interna e 2017, que apenas relatava a mão de obra oriunda do leste europeu. O jornal Expresso tinha já realizado uma reportagem sobre a mão-de-obra escrava no rio Tejo para a apanha de amêijoas.
De acordo com a reportagem, da jornalista Raquel Moleiro, "são mais de mil. Todos os dias apanham no Tejo toneladas de amêijoas japonesas, contaminadas mas que geram milhões. Não para eles. Tailandeses e romenos são controlados por redes que começam no estuário e terminam na Galiza. Pelo caminho há agressões, armas, furtos, falsificações, fraude fiscal, atentados à saúde pública, exploração laboral e suspeitas de tráfico humano". “Escravos do Rio”,  foi um dos três trabalhos distinguidos na 20ª edição do Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença. 
Existem suspeitas de que estes trabalhadores asiáticos sejam igualmente utilizados noutros países europeus, conforme a altura do ano. Os trabalhadores estarão com os seus passaportes retidos pelos engajadores.

Agência de Notícias 



Comentários