Tensão à saída dos arguidos no Tribunal do Barreiro

Prisão preventiva para os 23 arguidos das agressões em Alcochete

O juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro decretou, esta segunda-feira, prisão preventiva a todos os 23 arguidos detidos na sequência das agressões de terça-feira na Academia do Sporting, em Alcochete. Uma medida contestada pelos advogados dos suspeitos, que se dizem "chocados" com a decisão. "É inacreditável colocar todos os arguidos no mesmo espaço, a pena ser igual para os 23 arguidos… a maioria são jovens. Acho que a mão foi muito pesada", afirmou Maria João Mata. A advogada garantiu que o nome de Bruno de Carvalho "nunca" foi mencionado durante o processo. À saída dos 23 arguidos do caso Alcochete do Tribunal do Barreiro, alguns familiares fizeram-se ouvir em tom de protesto, com a polícia a ter de reforçar a segurança. Os detidos foram encaminhados para as carrinhas, rodeadas por um cordão de segurança. No pico da tensão, uma mulher acabou por desmaiar no local. Recorde-se que todos os 23 arguidos resultantes das agressões em Alcochete ficaram em prisão preventiva após terem sido ouvidos em tribunal.
Tribunal decretou prisão preventiva para todos os arguidos 

O juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro decretou esta segunda-feira a medida de coação de prisão preventiva a todos os 23 arguidos detidos na sequência das agressões de terça-feira na Academia do Sporting, em Alcochete.
No comunicado divulgado às 20h15, a medida é justificada no facto de se manterem os pressupostos, "objetivos e subjetivos", dos tipos de crimes imputados aos arguidos.
O tribunal refere que a medida foi tomada "tendo em conta que se verificam os pressupostos, objetivos e subjetivos, dos tipos de crimes que lhes são imputados e que se verificam ainda os perigos referidos nas alíneas a) a c) do artigo 204 do processo penal, perigo de fuga, perigo de perturbação do decurso do inquérito, nomeadamente para aquisição e conservação e veracidade da prova, de continuação da atividade criminosa, bem como de grave perturbação da ordem e tranquilidade públicas".
A nota acrescenta: "Atendendo à natureza dos ilícitos em causa e à visibilidade social que a prática dos mesmos implica, considerando, principalmente, o aumento do número e da gravidade dos crimes e dos comportamentos associados ao fenómeno desportivo, foi aplicada, para além do Termo de Identidade e Residência, a medida de coação de prisão preventiva".

Advogados "chocados" com preventiva
Uma medida contestada pelos advogados dos suspeitos, que se dizem "chocados" com a decisão.
"É inacreditável colocar todos os arguidos no mesmo espaço, a pena ser igual para os 23 arguidos… a maioria são jovens. Acho que a mão foi muito pesada", afirmou Maria João Mata. A advogada garantiu que o nome de Bruno de Carvalho "nunca" foi mencionado durante o processo.
O seu colega Nuno Loureiro Coelho, que representa dois arguidos, não confirmou que o presidente do Sporting nunca tenha sido referido durante o processo, mas mostrou-se igualmente crítico pela prisão preventiva aplicada aos 23 arguidos, recordando que a maioria tem entre os 19 e os 26 anos. "Há aqui miúdos que ainda ontem estavam a ser ensinados pelos pais a atar os ténis", atirou. Para o causídico, uma das soluções era proibir os arguidos de presenciarem "competições desportivas".
Na última terça-feira, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores, tendo a GNR detido 23 dos atacantes.
Dos 23 detidos, nove aceitaram prestar declarações ao Tribunal do Barreiro, em audições que decorreram no fim de semana, tendo as medidas de coação sido anunciadas ao final desta segunda-feira.

Agência de Notícias com Lusa 

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