Maioria apoia Comissão de Trabalhadores na Autoeuropa

Trabalhadores dão "maioria" à continuidade de Fernando Gonçalves 

Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa vai continuar em funções. O referendo realizado esta quarta-feira resultou em 57 por cento dos votos para o “não”, resultado que significa que Fernando Gonçalves e a sua equipa continuam a representar os trabalhadores. O “sim” obteve 38 por cento dos votos, dos 3.174 trabalhadores que votaram durante o dia de ontem. O referendo foi convocado após uma petição, entregue já no início do ano, que juntou o número suficiente de assinaturas para, de acordo com os estatutos da Comissão de Trabalhadores, requerer a realização de um referendo à permanência da Comissão. Os trabalhadores que assinaram a petição estavam insatisfeitos com o trabalho dos seus representantes na negociação de novos horários de trabalho - já que a Comissão de Trabalhadores prometera que não haveria trabalho aos sábados e este acabou por ser imposto.
Funcionários votaram referendo à Comissão de Trabalhadores 

A confusão na Autoeuropa já começou no verão passado, quando a administração começou a procurar negociar novas soluções para poder atingir os seus objetivos de produção do novo SUV da Volkswagen, o T-Roc, que é produzido exclusivamente na fábrica de Palmela. A Comissão de Trabalhadores de então chegou a um acordo com a administração que acabou por ser chumbado pelos trabalhadores, o que levou à demissão dos representantes.
No princípio do outono, uma nova Comissão de Trabalhadores assumiu o lugar da anterior, dirigida por Fernando Gonçalves. Sem conseguir chegar a acordo com a Comissão de Trabalhadores, a Volkswagen acabou por impor, desde o final de janeiro até à paragem da fábrica por duas semanas em agosto, um horário que inclui sábados e noites. A Comissão de Trabalhadores conseguiu posteriormente negociar um aumento salarial de 3,2 por cento, com um mínimo de 25 euros, com retroativos a partir de outubro de 2017 e que se prolongaria até ao final de 2019.
Este mês, a Autoeuropa entra numa nova fase difícil, em que serão negociados os horários de trabalho de agosto em diante. A administração da empresa pretende que a Autoeuropa passe a ser uma fábrica de laboração contínua, em que o trabalho é de segunda a domingo, com folgas rotativas e nem sempre consecutivas. Os trabalhadores opõem-se a esta ideia, considerando que o fim de semana com duas folgas consecutivas é essencial para a vida familiar e para a saúde. Caberá assim a Fernando Gonçalves e à sua Comissão de Trabalhadores negociar esta nova fase.

Agência de Notícias

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