Transtejo espera ter navios para melhorar transporte

Empresa quer duplicar frota para minimizar falhas nas ligações

A presidente da Transtejo afirmou no parlamento que espera ter à disposição, até ao final do mês, navios suficientes para garantir o serviço da operadora de transporte fluvial entre os concelhos do Barreiro, Seixal, Montijo, Almada e Lisboa. “Esperamos, ao longo deste ano, poder lançar os procedimentos necessários ao ritmo do que fizemos no ano passado ou ainda mais rapidamente, por forma a, tão depressa quanto possível, termos uma redundância de frota, ou seja, o dobro da frota, por forma a que quando um navio avarie, porque as avarias são sistemáticas e constantes, podermos por sempre outro navio a funcionar”, disse Marina Ferreira. Este anuncio surgiu no mesmo dia que as comissões de utentes de transportes do Seixal, Montijo e Barreiro realizam uma marcha simbólica entre o Cais do Sodré e o Ministério das Finanças, em Lisboa, em protesto contra a deterioração das ligações fluviais.
Transtejo e Soflusa  querem ter mais navios em breve 

“Estamos convencidos que com a entrada em funcionamento do Aroeira, esta segunda-feira, com a entrada em funcionamento do Castelo, com a saída do estaleiro do Fernando Namora, que está em Peniche, iremos poder começar finalmente a ter navios de reserva na Transtejo para poder voltar a ter alguma regularidade e segurança quando dizemos aos passageiros que iremos cumprir os horários”, disse Marina Ferreira, presidente do Conselho de Administração da Transtejo/Soflusa. 
De acordo com Marina Ferreira, “isto já deveria ter acontecido, mas o mau tempo dos últimos 15 dias atrasou os trabalhos”.
Além deste objetivo, Marina Ferreira garante ainda que “a partir da próxima sexta-feira, o máximo segunda-feira”, passará a existir “um catamarã de reserva para fazer o serviço de ligação ao Seixal e ao Montijo, o que limita significativamente o número de falhas”.
"É nossa convicção de que, até ao final do mês, a frota da Transtejo tenha condições de navios operacionais e em reserva para dar a garantia aos seus passageiros", acrescentou a responsável, hoje ouvida na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, acerca das dificuldades verificadas nas ligações fluviais com Lisboa.
Marina Ferreira admitiu, no entanto, que a empresa está "a viver num regime de grande imponderabilidade no que diz respeito a esta matéria” e que os dados que tem “não são 100% seguros porque este é um meio de transporte muito especial" e a idade dos navios “é muito significativa”, com barcos entre os 25 e os 40 anos, “que necessitam de muita manutenção”.
A responsável admitiu que a empresa tem “já vários pedidos de indemnização pendentes” de passageiros descontentes com o serviço público prestado.
A presidente do Conselho de Administração da Transtejo/Soflusa defendeu ainda que o plano de médio prazo tem de passar pela renovação da frota, mas realçou que as condições de segurança para os passageiros “nunca estiveram em causa”.
A Transtejo realiza o transporte fluvial entre Lisboa e o Seixal, o Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão. E a Soflusa faz a ligação entre o Barreiro e a capital portuguesa.

Utentes foram entregar reivindicações ao Ministério das Finanças 
São revelações feitas no mesmo dia em que as comissões de utentes de transportes do Seixal, Montijo e Barreiro que realizaram uma marcha simbólica entre o Cais do Sodré e o Ministério das Finanças, em Lisboa, em protesto contra a deterioração das ligações fluviais.
"Os Utentes estão cientes de que os problemas não começaram nesta legislatura, mas essa é uma situação que pouco nos interessa. O que queremos e exigimos são soluções e respostas urgentes e imediatas à rutura do serviço prestado pelas empresas públicas Transtejo e Soflusa, no âmbito da travessia fluvial do rio Tejo", disse a comissão de utentes dos três concelhos ribeirinhos.
As recentes respostas e soluções alternativas postas à disposição dos Utentes pela Administração da Transtejo nada resolveram. "Passado um ano e 10 milhões de euros gastos (verba que demonstrou ser insuficiente), o serviço prestado degradou-se e os utentes continuam sem garantias do cumprimento dos horários, que não são sequer os mínimos a serem prestados por um serviço público de transportes. Por esta mesma Administração tem sido reiterado, em reuniões com as Comissões de Utentes e mesmo publicamente, que a empresa pública se debate com um problema sério de financiamento e que dessa forma nunca poderão por em prática um plano eficaz de manutenção dos navios e muito menos iniciar o desejado processo de renovação das frotas da Transtejo e Soflusa", revelam os utentes. 
De acordo com a comissão de utentes do Barreiro, Montijo e Seixal "as principais prioridades" para que se cumpra o que está estabelecido pela empresa deve ser a "agilização financeira do plano de manutenção da frota e pontões de embarque", "o aluguer imediato de embarcações para suprir as atuais lacunas (à semelhança do que já sucedeu)",  o "desbloqueamento das verbas para iniciar o processo de renovação de frota" e "disponibilizar o financiamento necessário para garantir as condições de navegabilidade do rio Tejo, minimizando de imediato os danos causados pelo assoreamento na frota existente (em particular nos Catamarãs)". 
Desta forma, diz a comissão em comunicado, "solicitamos junto do Ministério das Finanças, e face à urgência desta situação, que todos os pedidos de verbas necessárias para a prestação do serviço de transporte fluvial do rio Tejo sejam prontamente autorizados, seja pela via de orçamentação de carácter urgente ou pela descativação de verbas já orçamentadas para o efeito, para que os problemas dos utentes possam de alguma forma começar a ser mitigados".

Agência de Notícias 

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