Alcochete e Loures defendem mais acessos à Vasco da Gama

Autarcas defendem melhores ligações a Sul e a Norte do Tejo 

O presidente da Câmara de Alcochete defendeu a "necessidade imperiosa" de construção de mais um acesso à Ponte Vasco da Gama no seu concelho, enquanto o presidente de Loures realçou que também Sacavém está mal servida de ligações. Fernando Pinto, presidente da Câmara de Alcochete, no distrito de Setúbal, onde a ponte amarra em terra na margem sul, defendeu que faz falta no seu concelho uma nova acessibilidade à Vasco da Gama, o “que deveria ser resolvido com a maior brevidade possível”. 
Autarcas das duas margens defendem melhores acessos 

O autarca sublinha ainda que “Alcochete tem apenas um acesso à Ponte Vasco da Gama, que afunila junto à praça das portagens, mas há uma necessidade imperiosa que, num curto espaço de tempo, essa acessibilidade seja maior”.
Fernando Pinto explicou, por outro lado, que “ainda continuam a existir em Alcochete pessoas que, para acederem à ponte têm de dar um passo atrás para depois darem um passo em frente” e assim conseguirem chegar à Vasco da Gama.
“Julgo que, no nosso território, temos condições soberbas para podermos criar, pelo menos, mais um acesso à Ponte Vasco da Gama, o que eu acho que, simultaneamente, também vai contribuir para a fluidez do tráfego rodoviário que se sente praticamente todos os dias”, defendeu.
A construção da Ponte Vasco da Gama, há 20 anos, “alterou radicalmente a zona Oriental de Loures e de Lisboa, criando novas e importantes acessibilidades”, o que, “juntamente com a Expo’98, permitiu uma regeneração junto ao rio muito importante”, salientou, pelo seu lado, Bernardino Soares (autarca da CDU), atual presidente da Câmara de Loures.
Apesar da ligação facilitada dos concelhos de Lisboa e de Loures ao sul, de acordo com o autarca de Loures, o projeto deixou ainda por resolver algumas acessibilidades.
“Ficaram ainda por resolver alguns problemas que novas vias sempre trazem, com o isolamento no acesso a algumas dessas vias de certas zonas do nosso concelho, em particular na cidade de Sacavém, que não ficou tão bem servida como devia de ligações quer à 2ª Circular ou ao Eixo Norte-Sul ou ao IC2”, disse.
Questionado se defenderia a mesma localização para a ponte Vasco da Gama, caso fosse na altura presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares respondeu afirmativamente, ressalvando que “poderia ter existido melhores soluções nalgumas localizações que permitissem uma melhor acessibilidade e um menor fechamento das localidades que foram mais afetadas pela ponte Vasco da Gama”.
“De toda a forma, julgo que foi um momento de avanço de ligação das duas margens do Tejo e infraestruturação de uma Área Metropolitana que estava a precisar desse tipo de equipamento”, sublinhou.

Os dados da Ponte Vasco da Gama 
Foi inaugurada a 29 de Março de 1998, há exatamente 20 anos, com festa, feijoada (realizada uma semana antes) com direito a entrar no Guiness e um fogo de artifício inesquecível para quem viu. A Ponte Vasco da Gama celebra duas décadas de vida com números abaixo do esperado no que diz respeito à passagem de automóveis, mas um dos principais objetivos cumpridos: aproximar as duas margens do Rio Tejo.
Mais de 62 mil carros passam diariamente pela Ponte Vasco da Gama, número oficial que ainda assim fica longe das previsões que motivaram a construção de uma das maiores ponte da Europa (e do Mundo). A ideia do investimento de quase 900 milhões de euros era retirar carros à Ponte 25 de Abril, sempre congestionada, mas ainda hoje quem passa nas duas pontes sente a diferença: a Vasco da Gama com trânsito normalmente fluído, a 25 de Abril sempre com mais movimentação, tecnicamente mais do dobro.
Ainda assim, os 17,2 quilómetros de ponte, inaugurados semanas antes da Expo 98, cumpriram um dos seus grandes objetivos, como destacam os autarcas de Montijo e Alcochete.
Antes de 29 de Março de 1998, chegar a Lisboa de Alcochete ou do Montijo demorava entre uma a duas horas de carro, hoje demora 20 minutos ou meia hora. Em 20 anos, duplicou a população residente nestes concelhos do distrito de Setúbal e dispararam os preços das casas, criou-se uma nova centralidade.
O preço pode influenciar: hoje, um veículo ligeiro paga 1,80 para atravessar a Ponte 25 de Abril e 2,80 de portagem pela travessia da Vasco da Gama (um veículo de categoria 4, a maior, já paga 12 euros. Quando inaugurou, ainda se pagava em escudos mas custava o equivalente a 1,60 euros. A extensão total da nova ponte é de 17,2 kms, dos quais 10 sobre as águas do Tejo e os restantes em terra.
Na obra foram utilizadas 100 mil toneladas de aço, 730 mil toneladas de betão e foram empregadas 150 vigas-tabuleiro pré-fabricadas.
A ponte tem uma esperança de vida de 120 anos, tendo sido projetada para suportar velocidades do vento de 250 km/h e resistir a um sismo 4,5 vezes mais forte ao Terramoto de Lisboa, em 1755.

Agência de Notícias com Lusa
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