Barreiro exige ao Governo o pagamento atrasado à Rumo

Governo nega cenário de preocupação com associação Rumo

O executivo municipal do Barreiro apresentou uma moção “pela sobrevivência da Rumo” que exige ao Governo o pagamento de verbas em atraso à instituição. “A Câmara do Barreiro delibera exigir ao Governo o pagamento das verbas em atraso, que permitirão o normal funcionamento da instituição, o pagamento das suas obrigações ao Estado e o vencimento dos seus trabalhadores”, refere a proposta, aprovada por unanimidade. O município expressou também solidariedade a toda a direcção, colaboradores e utentes da Rumo, “neste período difícil de incerteza face ao futuro da instituição”. O Governo negou o cenário de preocupação sobre a associação, levantado pelo PSD, devido a uma alegada dívida do Estado a esta instituição de solidariedade social. O ministro do Planeamento e das Infraestruturas contrapõe que "em 2016 e 2017, entre reembolsos e adiantamentos, já foram pagos à mencionada entidade 963 mil euros de fundos europeus".
Associação Rumo reclama verbas e atraso do estado 

Esta moção surge depois do vereador do PSD, Bruno Vitorino, ter afirmado, no início desta semana, que o futuro da Rumo estava a ser colocado em causa e que o funcionamento da mesma já estaria a ser afectado, devido a uma dívida do Estado à instituição que ascende a meio milhão de euros, correspondendo a mais de 5 meses de despesas já incorridas e não ressarcidas.
Em resposta ao PSD, o Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas disse, em comunicado, que está a aguardar a apresentação de documentação relativa a despesas, que “serão pagas no prazo máximo de uma semana”. E lembrou que, entre reembolsos e adiantamentos, em 2016 e 2017, já pagou à associação 963 mil euros de fundos europeus.
Alegadamente, o montante que está em atraso é referente a um conjunto de projectos ligados ao Instituto do Emprego e Formação Profissional e à CCDR de Lisboa, nomeadamente ao projecto Formar (Medida de Qualificação Profissional para Pessoas com Deficiência e/ou Incapacidade) que tem como organismo intermédio o Instituto do Emprego e Formação Profissional e a entidade financiadora CCDR Lisboa.
Neste momento, a cooperativa atravessa uma situação de “estrangulamento de tesouraria” que dificulta o seu funcionamento normal e a impede de cumprir os seus compromissos para com colaboradores e fornecedores. A acrescentar a estas dificuldades, a Rumo já tornou público que, se a situação não se alterar, não terá condições de honrar compromissos legais também com a segurança social e com as finanças.

PSD diz que Rumo tem futuro incerto 
Face às incertezas quanto ao futuro da instituição, o deputado do PSD já alertou para as consequências do encerramento da Rumo.
“O encerramento da sua actividade irá afectar mais de seis mil pessoas em situação de desvantagem ou exclusão, impedir o acompanhamento de 1500 pessoas por ano com incapacidade ou deficiência, bloqueando a formação e inserção no mercado de trabalho de mais de 300 pessoas. Também irá colocar em causa 78 postos de trabalho nos concelhos do Barreiro, Moita, Lisboa e Oeiras”, disse Bruno Vitorino.
Com actividade iniciada em 1981, a Rumo é uma cooperativa, sem fins lucrativos, sediada no Barreiro, que tem por objectivo fundamental a solidariedade social e o desenvolvimento de actividades de apoio em diferentes domínios de intervenção a pessoas em situação de desvantagem, visando a defesa dos seus direitos individuais e de cidadania, designadamente no quadro da promoção do direito à igualdade de oportunidades e à inclusão escolar, profissional e comunitária.
O trabalho desenvolvido por esta instituição estende-se a vários concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, integrando vários projectos de apoio a pessoas na inclusão educativa, profissional e comunitária, na perspectiva do movimento de emprego apoiado.

Agência de Notícias com Lusa 

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