Fábrica de Palmela elegeu comissão de trabalhadores

Fernando Gonçalves vence eleições para a comissão de trabalhadores da Autoeuropa

A lista E, liderada por Fernando Gonçalves, ganhou esta terça-feira as eleições para a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, em Palmela, tendo assegurado quatro eleitos num universos de 11 lugares, disse à agência Lusa fonte sindical. Segundo a mesma fonte, a lista C, com alguns elementos afetos à CGTP-In, assegurou a eleição de três trabalhadores e a lista D garantiu a eleição de outros três elementos, a que se junta mais um eleito pela lista A. A lista liderada por Fernando Sequeira - coordenador da Comissão de Trabalhadores que se demitiu - também não conseguiu eleger nenhum elemento. A tomada de posse da nova Comissão de Trabalhadores ainda não tem data marcada. A administração da Autoeuropa aguardava pela eleição da nova Comissão de Trabalhadores para retomar o processo negocial, tendo em vista a implementação de novos horários, que incluem o trabalho ao sábado.
Funcionários da Autoeuropa escolheram comissão de trabalhadores 

A lista E, liderada por Fernando Gonçalves, foi a mais votada nas eleições para a comissão de trabalhadores da Autoeuropa, com 1212 votos (30,3 por cento), mas sem conseguir maioria, elegendo quatro representantes. Seguem-se as listas D (com Fausto Dionísio à frente) e a C (encabeçada por José Carlos Silva, ligado ao sindicato SITE Sul/CGTP), com três cada. Por fim, a lista A, liderada por Paulo Marques, conseguiu um representante. Ao todo, a comissão de trabalhadores é composta por onze trabalhadores. Sem conseguir eleger ninguém ficaram as listas B (encabeçada por Isidoro Barradas, do Sindel, sindicato afecto à UGT) e a F, do coordenador da comissão de trabalhadores demissionária, Fernando Sequeira. O mandato é até 2020. Do universo de 5128 inscritos, votaram 4011, ou seja, 78 por cento. 
Esta foi a primeira vez que houve seis listas na corrida para a comissão de trabalhadores. O modelo usado para a selecção dos membros das listas mais votadas é o método Hondt, de representação proporcional.
A primeira grande missão da nova comissão de trabalhadores será negociar o novo regime laboral, que implica trabalhar também aos sábados, de forma regular (com 18 turnos por semana), de modo a cumprir com as metas de produção do novo veículo da Volkswagen (VW), o T-Roc. Foi, aliás, por causa do trabalho aos sábados que a anterior CT acabou por pedir a demissão no início de Agosto, após a maioria dos trabalhadores ter rejeitado o pré-acordo que ficara estabelecido com a administração liderada por Miguel Sanches.
Do universo de 4462 funcionários que podiam votar no referendo sobre a compensação para a aplicação do horário de 18 turnos, houve 3472 que votaram (77,8 por cento do total), E, destes, 2596 não aceitaram as condições em cima da mesa.
O pré-acordo estabelecia uma folga fixa ao domingo e outra rotativa ao longo da semana. Isto para que houvesse três turnos diários em seis dias da semana. A VW efectuaria então “um pagamento mensal de 175 euros adicional ao que está previsto na lei, 25 por cento de subsídio de turno e a atribuição de um dia adicional de férias”.
Agora, a ideia da empresa passa por começar as novas conversações o mais rapidamente possível.

Autoeuropa está a procurar soluções de horários para casais

A Volskwagen Autoeuropa, em Palmela, está a chamar casais de trabalhadores com filhos para encontrar soluções "caso a caso" em relação a horários, escreve o Diário de Notícias desta terça-feira, 3 de Outubro.
O processo está a ser acompanhado por duas psicólogas que estão a tentar arranjar formas para que os casais empregados na fábrica possam acompanhar os filhos quando entrar em vigor o novo horário, com produção contínua em três turnos, a partir de Novembro.
"Estamos a entrevistar todos os casais na Autoeuropa. Queremos ver de que forma podemos acomodar a dinâmica de conjugação de turnos e resolver esta situação de modo a causar o menor impacto possível junto das famílias", confirmou fonte oficial da empresa.
A fábrica de Palmela é a segunda maior exportadora portuguesa, contribuindo com cerca de um por cento do PIB português.

Agência de Notícias 

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