Palmela reivindica colocação urgente de médicos de família

Mais de nove mil utentes sem médico de família no concelho 

A Câmara de Palmela aprovou, por unanimidade, em reunião pública, uma moção que reivindica a colocação urgente de médico de família em falta, que garantam a prestação de cuidados de saúde em todas as Unidades do concelho. De acordo com a autarquia "de um total de 63 mil 283 utentes inscritos nas 11 Unidades de Saúde do concelho de Palmela, nove mil 487 (16,6 por cento) não têm médico de família. A situação é igualmente grave no conjunto dos três municípios do ACES Arrábida (Palmela, Setúbal e Sesimbra), onde estão em falta 32 médicos de família - dos 253 mil 522 utentes, estão sem médico de família 55 mil 753.
Palmela reclama mais médicos de família para o concelho 


Entre as Unidades de Saúde cuja situação é mais grave estão: Brejos do Assa (com 8 horas semanais de consulta e um serviço de enfermagem prestado por uma profissional que se desloca à unidade) e Olhos de Água (onde a maioria dos utentes são idosos e as consultas decorrem apenas à segunda-feira, por um período de três horas, e os domicílios são efetuados por uma enfermeira da extensão de saúde de Pinhal Novo).
"Esta elevada percentagem de utentes sem médico, num concelho de assimetrias entre os núcleos rurais e urbanos, com uma área de 465 quilómetros quadrados, servido por uma rede de transportes públicos deficitária, constitui uma preocupação constante da Câmara Municipal que se tem empenhado seriamente na qualificação dos equipamentos de saúde, de forma a ultrapassar um dos mais graves problemas do concelho, ao longo dos anos", explica a autarquia em comunicado.
Disso são prova as cedências de terrenos pelo município para a construção de novas Unidades de Saúde, sendo de assinalar a recente assinatura do Contrato-Programa relativo à construção da nova Unidade de Saúde de Pinhal Novo – Lado Sul, a 31 de Maio de 2016, investimento no valor de um milhão e duzentos mil euros, projeto no qual a Câmara Municipal terá a responsabilidade de financiar todos os encargos decorrentes da sua execução, que não sejam da competência da ARS Lisboa e Vale do Tejo nos termos do referido contrato.
Assim, considerando que, em Abril, cerca de 300 médicos de família obtiveram a especialidade, sem que o Ministério da Saúde tenha promovido, até hoje, a sua contratação, a Câmara de Palmela, "exige ao Ministério da Saúde a colocação urgente de médicos de família em falta, que garantam a prestação de cuidados de saúde em igualdade de circunstâncias em todas as Unidades de Saúde do Concelho, de forma a cumprir um dos direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa", realça a autarquia.

Agência de Notícias com Câmara de Palmela 

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