"História do cerco de Lisboa" entre as três estreias em Almada
Arrancou esta terça-feira mais uma edição do Festival de Teatro de Almada. Até 18 de Julho há 45 espectáculos nacionais e internacionais para ver. No ano em que o festival presta homenagem ao cenógrafo e figurinista António Lagarto, há cinco estreias em palco. Mas o director queixa-se do apoio do Ministério da Cultura ser o mesmo do que em 1997. Todos “os dirigentes são unânimes” ao considerar o Festival de Teatro de Almada de “âmbito nacional”, afirma o director Rodrigo Francisco. Contudo, “no que toca a apoios”, o festival “é maioritariamente de apoio local”. O festival terá espectáculos em Almada e na capital portuguesa.
Começou esta terça-feira o Festival de Teatro de Almada, no Teatro Joaquim Benite, que desagua também em Lisboa. A "História do cerco de Lisboa", a partir da obra homónima de José Saramago, é uma das três peças que se estreiam quarta-feira, em Almada, no segundo dia do 34.º Festival de Teatro.
Com dramaturgia e encenação de José Gabriel Antuñano e Ignacio García, respetivamente, trata-se da peça que o anfitrião do certame, a Companhia de Teatro de Almada, estreia, numa produção conjunta com a ACTA - Companhia de Teatro do Algarve (Faro), a Companhia de Teatro da Braga e o Teatro dos Aloés (Amadora).
Nesta peça, e além das personagens principais do romance original, José Gabriel Antuñano convocou o próprio autor para um diálogo com o revisor Raimundo, o protagonista da história.
O espetáculo - que mostra que "ler e pensar são os atos mais subversivos que se pode ter hoje em dia", como o definiu na apresentação do festival o encenador Ignacio García - será representado, a partir das 21h30 de quarta-feira, no palco da sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, onde regressará no dia seguinte, às 19 horas.
"História do cerco de Lisboa" estará depois em cartaz em todas as cidades onde as companhias coprodutoras estão instaladas, num total de 37 representações.
"Operários", de Miguel Moreira e Romeu Runa, com que a Útero - Associação Cultural comemora os 20 anos de existência, e "Ela diz", pelo Teatro da Garagem, com texto e encenação de Carlos Pessoa, são os outros espetáculos que se estreiam esta quarta-feira, no âmbito do festival.
A criação de Miguel Moreira e Romeu Runa pode ser vista no Teatro-Estúdio António Assunção, em Almada, e a de Carlos Pessoa, no Teatro Taborda, em Lisboa, ambas às 21h30. A primeira repete na quinta-feira e no sábado, às 19 horas, e na sexta-feira e no domingo, às 21h30; a segunda, na quinta, na sexta-feira e no domingo, às 21h30, e no sábado, às 14 horas.
Além das três estreias, o segundo dia do Festival contempla ainda a apresentação de "Hedda Gabler", de Henrik Ibsen, o espetáculo de honra com direção artística e conceito performativo da norueguesa Juni Dahr, que este ano orienta o curso "O sentido dos mestres".
O Visjoner Teater regressa à Casa da Cerca/Centro de Arte Contemporânea para seis espetáculos, em três dias consecutivos, com duas representações diárias (às 15 e às 19 horas), com a leitura que a criadora faz deste clássico de Ibsen, por ter sido o espetáculo eleito pelo público em 2016.
A decorrer até 18 de Julho, em 14 espaços de Almada e Lisboa, o 34.º Festival de Almada inclui 45 produções de teatro, 27 delas de sala. Destas, 13 são portuguesas, entre as quais cinco estreias.
820 mil euros para fazer o festival
Arrancou esta terça-feira mais uma edição do Festival de Teatro de Almada. Até 18 de Julho há 45 espectáculos nacionais e internacionais para ver. No ano em que o festival presta homenagem ao cenógrafo e figurinista António Lagarto, há cinco estreias em palco. Mas o director queixa-se do apoio do Ministério da Cultura ser o mesmo do que em 1997. Todos “os dirigentes são unânimes” ao considerar o Festival de Teatro de Almada de “âmbito nacional”, afirma o director Rodrigo Francisco. Contudo, “no que toca a apoios”, o festival “é maioritariamente de apoio local”. O festival terá espectáculos em Almada e na capital portuguesa.
Historia do Cerco de Lisboa estreia hoje em Almada |
Começou esta terça-feira o Festival de Teatro de Almada, no Teatro Joaquim Benite, que desagua também em Lisboa. A "História do cerco de Lisboa", a partir da obra homónima de José Saramago, é uma das três peças que se estreiam quarta-feira, em Almada, no segundo dia do 34.º Festival de Teatro.
Com dramaturgia e encenação de José Gabriel Antuñano e Ignacio García, respetivamente, trata-se da peça que o anfitrião do certame, a Companhia de Teatro de Almada, estreia, numa produção conjunta com a ACTA - Companhia de Teatro do Algarve (Faro), a Companhia de Teatro da Braga e o Teatro dos Aloés (Amadora).
Nesta peça, e além das personagens principais do romance original, José Gabriel Antuñano convocou o próprio autor para um diálogo com o revisor Raimundo, o protagonista da história.
O espetáculo - que mostra que "ler e pensar são os atos mais subversivos que se pode ter hoje em dia", como o definiu na apresentação do festival o encenador Ignacio García - será representado, a partir das 21h30 de quarta-feira, no palco da sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, onde regressará no dia seguinte, às 19 horas.
"História do cerco de Lisboa" estará depois em cartaz em todas as cidades onde as companhias coprodutoras estão instaladas, num total de 37 representações.
"Operários", de Miguel Moreira e Romeu Runa, com que a Útero - Associação Cultural comemora os 20 anos de existência, e "Ela diz", pelo Teatro da Garagem, com texto e encenação de Carlos Pessoa, são os outros espetáculos que se estreiam esta quarta-feira, no âmbito do festival.
A criação de Miguel Moreira e Romeu Runa pode ser vista no Teatro-Estúdio António Assunção, em Almada, e a de Carlos Pessoa, no Teatro Taborda, em Lisboa, ambas às 21h30. A primeira repete na quinta-feira e no sábado, às 19 horas, e na sexta-feira e no domingo, às 21h30; a segunda, na quinta, na sexta-feira e no domingo, às 21h30, e no sábado, às 14 horas.
Além das três estreias, o segundo dia do Festival contempla ainda a apresentação de "Hedda Gabler", de Henrik Ibsen, o espetáculo de honra com direção artística e conceito performativo da norueguesa Juni Dahr, que este ano orienta o curso "O sentido dos mestres".
O Visjoner Teater regressa à Casa da Cerca/Centro de Arte Contemporânea para seis espetáculos, em três dias consecutivos, com duas representações diárias (às 15 e às 19 horas), com a leitura que a criadora faz deste clássico de Ibsen, por ter sido o espetáculo eleito pelo público em 2016.
A decorrer até 18 de Julho, em 14 espaços de Almada e Lisboa, o 34.º Festival de Almada inclui 45 produções de teatro, 27 delas de sala. Destas, 13 são portuguesas, entre as quais cinco estreias.
820 mil euros para fazer o festival
Bovary será apresentado no Teatro Nacional Dona Maria II |
Com um orçamento de 820 mil euros, dos quais 257 mil são da autarquia de Almada, o Festival de Teatro faz-se com 363 mil euros de receita própria e de parcerias. A restante verba, 200 mil euros, sai do Ministério da Cultura. É com este orçamento e parcerias com salas de espectáculo de Lisboa que se monta o Festival que pretende ser “mais do que uma mostra” diz o seu director. Para Rodrigo Francisco os próximos dias em Almada serão “espaço de reflexão”.
Ao todo, “são 45 espectáculos de teatro, dança e música, 26 dos quais em sala” explica o programador, acrescentando “há também espectáculos de rua”. Rodrigo Francisco diz que se pretende “dessacralizar o espaço do teatro”. “Muitas vezes as pessoas pensam que o teatro é para pessoas muito cultas ou muito ricas” diz nesta entrevista à Renascença, o director do Festival de Teatro de Almada. “Trazer os espectáculos para um palco ao ar livre é também para as pessoas perceberem que não há espectáculos complicados”.
“Um dia antes de apresentarmos a programação já tínhamos vendido mais de metade dos bilhetes de assinatura para os espectáculos” indica o director do Festival de Teatro de Almada. O público local é um dos segredos bem guardados deste festival. “Comprar uma assinatura para os 26 espectáculos custa 75 euros” diz Rodrigo Francisco que faz as contas: “não chega a três euros por espectáculo, ou seja não é um festival de lógica comercial”.
Ao todo, “são 45 espectáculos de teatro, dança e música, 26 dos quais em sala” explica o programador, acrescentando “há também espectáculos de rua”. Rodrigo Francisco diz que se pretende “dessacralizar o espaço do teatro”. “Muitas vezes as pessoas pensam que o teatro é para pessoas muito cultas ou muito ricas” diz nesta entrevista à Renascença, o director do Festival de Teatro de Almada. “Trazer os espectáculos para um palco ao ar livre é também para as pessoas perceberem que não há espectáculos complicados”.
“Um dia antes de apresentarmos a programação já tínhamos vendido mais de metade dos bilhetes de assinatura para os espectáculos” indica o director do Festival de Teatro de Almada. O público local é um dos segredos bem guardados deste festival. “Comprar uma assinatura para os 26 espectáculos custa 75 euros” diz Rodrigo Francisco que faz as contas: “não chega a três euros por espectáculo, ou seja não é um festival de lógica comercial”.
No site da Companhia de Teatro de Almada há contudo ainda muitos bilhetes avulso e assinaturas disponíveis.
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