Setúbal evoca aniversário de Sebastião da Gama

“Ao pé dos poetas, as palavras são demais”

O poeta azeitonense Sebastião da Gama foi, no dia 10, data em que faria 93 anos, homenageado numa cerimónia evocativa,  que inclui a deposição de flores na estátua erigida em Vila Nogueira de Azeitão. “Este não deve ser um ato de memória mas sim de agradecimento a um homem que faz parte da história” de Setúbal e de Azeitão, sublinhou o vereador da Câmara  de Setúbal Manuel Pisco. “Ao pé dos poetas, as palavras são demais”. 

Poeta da Arrábida relembrado no dia do seu aniversário 

Coroas de flores na base do monumento, localizado na Praça da República, foram depositadas pelo vereador Manuel Pisco, pela presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves, e pela presidente da Associação Sebastião da Gama, Alexandrina Pereira.
“A evocação feita é apenas um complemento ao trabalho feito ao longo do ano que perpetua a memória de Sebastião da Gama”, exaltou Alexandrina Pereira, para destacar o papel do poeta na identidade cultural setubalense e azeitonense. “Uma figura que nunca vai ser esquecida”.
A presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves, evidenciou a importância da iniciativa para “homenagear um grande poeta de Setúbal e de Azeitão”.
Anunciou que em 2018 “o programa comemorativo em torno de Sebastião da Gama vai ter outro cariz”.
O programa, promovido numa parceria da Câmara  de Setúbal com a Associação Cultural Sebastião da Gama, continuou com a Casa da Poesia a evocar o autor numa sessão de declamação, na Biblioteca Pública Municipal.

Sebastião, o poeta da Arrábida
Sebastião da Gama foi um poeta português, natural de Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal. Concluiu o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1947, e ainda nesse ano iniciou a sua actividade de professor, que exerceu em Lisboa, Setúbal e Estremoz. Foi colaborador das revistas Árvore e Távola Redonda.
Sebastião da Gama ficou para a história pela sua dimensão humana, nomeadamente no convívio com os alunos, registado nas páginas do seu famoso Diário (iniciado em 1949). Literáriamente, não esteve dependente de qualquer escola, afirmando-se pela sua temática (amor à natureza, ao ser humano) e pela candura muito pessoal que caracterizou os seus textos. Atingido pela tuberculose, que causaria a sua morte precoce, passou a residir no Portinho da Arrábida, com a panorâmica serra da Arrábida a alimentar o culto pela paisagem presente na sua obra. Foi, entretanto, instituído, com o seu nome, um Prémio Nacional de Poesia.
Estreou-se com Serra Mãe, em 1945. Publicou ainda Loas a Nossa Senhora da Arrábida (1946, em colaboração com Miguel Caleiro), Cabo da Boa Esperança (1947) e Campo Aberto (1951). Após a sua morte, foram editados Pelo Sonho é que Vamos (1953), Diário (1958), Itinerário Paralelo (1967), O Segredo é Amar (1969) e Cartas I (1994).
No dia 7 de fevereiro de 1952, Sebastião da Gama morre, com apenas 27 anos, vítima de tuberculose renal, doença que sofria desde a adolescência.

Agência de Notícias com Câmara de Setúbal 



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