Municípios defendem terminal no Barreiro

Lisboa, Barreiro e Setúbal querem novo porto e melhores acessos

As câmaras municipais de Setúbal, Barreiro e Lisboa defendem que a Área Metropolitana de Lisboa e os estuários do Tejo e do Sado “devem constituir-se como grande Plataforma Portuária Multimodal da Região e do país”. As autarquias assumem que, nesse contexto, é “indispensável promover o crescimento do porto de Lisboa na margem sul do Tejo, desde logo através da instalação de um novo terminal no Barreiro” e o seu “potencial para a instalação de novas atividades industriais, logísticas, tecnológicas e de serviços”. A posição dos três municípios está inscrita numa declaração conjunta apresentada esta quinta-feira nos Paços do Concelho de Lisboa pelos presidentes Maria das Dores Meira, Carlos Humberto e Fernando Medina. 
Autarcas de Setúbal, Lisboa e Barreiro reuniram esta quinta-feira 

Os presidentes das Câmaras Municipais do Barreiro, Setúbal e Lisboa tomaram uma posição conjunta, na qual defendem a "instalação de um novo terminal" portuário no Barreiro e o aprofundamento "dos canais de acesso ao porto de Setúbal". O documento foi apresentado esta quinta-feira numa conferência de imprensa conjunta dos três autarcas, que decorreu nos Paços do Concelho de Lisboa.
O texto refere que os três municípios "assumem como indispensável" a promoção do "crescimento da atividade do porto de Lisboa na margem sul do Tejo, desde logo através da instalação de um novo terminal no Barreiro".
Para as Câmaras Municipais de Lisboa, Barreiro e Setúbal, este novo terminal deverá "aproveitar os territórios da antiga CUF/Quimigal e o seu potencial para a instalação de novas atividades industriais, logísticas, tecnológicas e de serviços".
No documento, Fernando Medina, Carlos Humberto  e Maria das Dores Meira defendem também o aprofundamento dos "canais de acesso ao porto de Setúbal para permitir a navegabilidade de navios de maiores dimensões".
Para os líderes destes três executivos municipais, esta medida permitirá potenciar "os territórios de retaguarda, a atividade exportadora instalada e a localização de novas atividades industriais logísticas".
O texto conjunto advoga ainda o reordenamento do "sistema logístico da Região Metropolitana de Lisboa, desde logo por via da conclusão e implementação de um plano de navegabilidade do Tejo, enquanto fator de racionalização dos transportes, tratamento e distribuição de mercadorias".
Esta medida tem em vista impactos na "redução de custos da sua movimentação, na melhoria da qualidade dos serviços prestados e no aumento da capacidade competitiva das empresas".

Autarquias reforçam apoio ao projeto 
Autarcas querem terminal no Barreiro e melhoramentos em Setúbal
Assim, na opinião dos responsáveis autárquicos, a "Região Metropolitana de Lisboa, e os estuários do Tejo e do Sado devem constituir-se como uma grande plataforma multimodal da região e do país".
"Temos uma visão de que toda esta grande área tem de ser vista como uma, e que não faz sentido cada um dos municípios tratar por si do que é o desenvolvimento de infraestruturas que têm impacto que transcendem a base administrativa dos municípios", afirmou o presidente da Câmara de Lisboa.
Salientando que "o porto de Lisboa serve muito mais do que o município de Lisboa" e que "é responsável por alimentar uma parte muito importante da economia", Fernando Medina disse que o seu desenvolvimento "pode, sem prejuízo e com vantagem, fazer-se a partir de duas margens".
A declaração conjunta agora apresentada representa, para Carlos Humberto, presidente da Câmara do Barreiro, a convicção das três autarquias de que atividade portuária é “importantíssima” para a região metropolitana de Lisboa e pode “alavancar a criação de riqueza”.
O que se afirma na declaração é, segundo o autarca, que estes três municípios têm “uma opinião comum sobre a atividade portuária na região” e que, “pelos projetos que estão em desenvolvimento, podem ter um papel relevante” que deve obedecer a uma “visão integrada, única e global do desenvolvimento da atividade portuária da região”.
O presidente da autarquia barreirense defende que é necessário que a estratégia para o aumento da competitividade portuária apresentada pelo Governo seja concretizada e que os prazos para a sua implementação, “tal como têm vindo a ser afirmados, sejam respeitados.
Por seu turno, a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, afirmou, durante a apresentação da declaração conjunta, ser “fundamental que, em conjunto e ouvindo, a cada momento, todos os protagonistas” – que, de acordo com Maria das Dores Meira, são, “naturalmente” estas três autarquias e as administrações portuárias de Setúbal – “se possa desenvolver uma estratégia coerente para o aumento da competitividade portuária que responda às necessidades de desenvolvimento” da grande região em que estes municípios estão integrados.
A autarca salientou que, para a Câmara de Setúbal, continua a ser de “enorme importância a possibilidade de ter uma relação muito estreita com quem administra o porto de Setúbal e Sesimbra” e, por essa razão, garante que manterá a“insistência na obrigatoriedade de haver interlocutores próximos e sempre disponíveis para operacionalizar soluções”, pois a “vida e configuração do território da cidade exigem esta proximidade e disponibilidade de quem comanda a administração portuária”.
Para lá da manifesta unidade territorial dos dois portos, destaca-se na declaração que Setúbal e Lisboa constituem “um conjunto funcionalmente complementar que, integrado em redes de transportes multimodais transeuropeias e transcontinentais, se mostra apto a satisfazer as necessidades estratégicas regionais e nacionais”.
As três autarquias anunciaram que irão solicitar à ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, uma reunião para transmitir estas posições, “bem como o empenho dos presidentes das câmaras de Lisboa, Setúbal e Barreiro em prosseguir o diálogo e os trabalhos em curso com o Governo”.

Agência de Notícias 

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