IP avança com obras no IC1 entre Alcácer e Grândola

Infraestruturas de Portugal garantem "obras urgentes" já em Abril 

A Infraestruturas de Portugal vai passar a ter a jurisdição do IC1, entre Álcacer do Sal e Grândola, com a entrada em vigor em Abril do novo contrato da subconcessão do Baixo Alentejo. A empresa vai avançar com obras urgentes e lançar concurso público para a empreitada de requalificação estrutural mais profunda, que está orçada em cerca de seis milhões de euros. Os autarcas e utentes de Alcácer do Sal e Grândola esperam para ver. António Figueira Mendes, de Grândola, vê anuncio das obras “com reservas” e Vítor Proença, de Alcácer do Sal, avisa que reparação “não pode ficar pelos remendos”. 
O troço do IC1 vai para obras em Abril 

O Tribunal de Contas "dispensou a necessidade de visto prévio ao contrato renegociado da Subconcessão do Baixo Alentejo", anunciou esta quarta-feira a empresa Infraestruturas de Portugal. 
Esta decisão permite a entrada em vigor, no início de Abril, do novo contrato de subconcessão, cujo objeto foi reduzido, através da suspensão de trabalhos de construção e requalificação de algumas vias e a retirada de lanços de estrada, como é o caso da reversão para a jurisdição direta da Infraestruturas de Portugal do troço do IC1 entre Alcácer do Sal (quilómetro 3,4) e Grândola Norte (quilómetro 19,1).
"O efetivo regresso da jurisdição desta via irá permitir à Infraestruturas de Portugal proceder aos trabalhos de beneficiação de que esta estrada necessita, assegurando a reposição com a maior brevidade possível das condições de circulação em segurança para os milhares de automobilistas que diariamente utilizam o IC1", acrescenta a empresa em comunicado.
Face ao "atual estado de conservação deficitário do lanço do IC1 entre Alcácer do Sal e Grândola Norte", a Infraestruturas de Portugal irá executar uma intervenção com "carácter de urgência", no sentido de "eliminar ou mitigar boa parte dos atuais problemas da via".
Esta obra de reabilitação funcional da estrada compreenderá a "correção pontual do pavimento, assim como o nivelamento e regularização da plataforma rodoviária e das bermas", explica a empresa liderada por António Laranjo.
Esta solução imediata, a concretizar já a partir de Abril, possibilitará o "incremento das condições de segurança na circulação do IC1, até que seja possível dar início à empreitada de reabilitação profunda do pavimento, cujo projeto está em fase final de revisão".
A empreitada de requalificação estrutural mais profunda do IC1 será lançada a Concurso Público no próximo mês de Abril, e está orçada em cerca de seis milhões de euros.
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, já tinha explicado no Parlamento que só quando fosse possível retirar o IC1 da subconcessão do Baixo Alentejo é que a Infraestruturas de Portugal. assumiria a jurisdição desta estrada e poderia, então, lançar a obra.

Autarcas querem "ver para crer" 

A notícia apanhou, quase todos, de surpresa e os autarcas e a comissão de utentes daquela via ainda não acreditam que os trabalhos decorram efectivamente no calendário referido pela empresa.
“Não estou a por em causa de que possa ser assim, mas já estive em reuniões com o senhor secretário de Estado em que me foi dito que haveria obras dentro de dois meses e depois não houve nada”, disse António Figueira Mendes, presidente da Câmara de Grândola, ao jornal Diário da Região.
De acordo com o autarca da Vila Morena, “ficaremos muito felizes se as obras arrancarem, mas vamos esperar para ver e até lá continuamos com as reservas que tínhamos”, sublinha António Figueira Mendes.
No concelho vizinho, Alcácer do Sal, as dúvidas também ainda são muitas. Vítor Proença, presidente da autarquia, diz que o anúncio da reparação urgente do Itinerário Complementar 1  é “resultado da luta dos autarcas, comissões de utentes e populações” e avisa que a reparação “não pode ficar pelos remendos”.
De acordo com o chefe do executivo municipal de Alcácer do Sal, “os autarcas têm-se empenhado nos últimos anos na luta pela reabilitação do IC1, com as comissões de utentes e as populações, e este anúncio, que é resultado dessa pressão, vem dar razão ao que temos dito, que se trata de uma obra muito urgente”, sublinhou Vítor Proença.
“Mas o mais importante é que a intervenção agora anunciada não se fique pelos remendos, porque o que o IC1 exige é uma obra de fundo”, conclui o autarca. 
No mesmo sentido, a Comissão de Utentes do IC1 também quer “ver para crer”. O presidente desta comissão, Manuel Rocha, diz “estranhar como é que só agora, após seis anos de negociações, chegam à conclusão de que pode ser dispensado o visto do Tribunal de Contas”.

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