Escola de Santo André pode fechar por falta de funcionários

"Um terço dos funcionários encontra-se de baixa médica" 

Cerca de um terço dos funcionários do Agrupamento de Escolas de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, tem estado ausente com baixa médica, segundo a direcção que pondera encerrar um dos estabelecimentos de ensino. A tutela diz estar atenta à situação, mas problema continua por resolver. Um terço dos funcionários encontra-se de baixa médica, alerta a directora do Agrupamento de Escolas de Santo André, Manuela Teixeira. 

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“Temos 11 funcionários de baixa por doença e um que abandonou as funções, que tem um processo disciplinar a decorrer, mas continua a constar como funcionário. Temos funcionários de baixa há mais de um ano e não há junta médica para avaliar estes casos”, disse ontem à agência Lusa a directora do Agrupamento de Escolas de Santo André, Manuela Teixeira.
Em resposta à Lusa, o Ministério da Educação diz estar “a acompanhar de perto a situação” para “poder resolver os efeitos causados pelas ausências motivadas por baixas médicas”.
Ao todo, o agrupamento, que conta com “cerca de 1500 alunos”, gere seis escolas na freguesia de Santo André, sendo quatro delas do primeiro ciclo (três em Vila Nova de Santo André e uma na aldeia do Deixa-o-Resto), uma do segundo ciclo e uma escola secundária.
A ausência de uma parte significativa dos funcionários por motivos de doença tem-se prolongado nos últimos dois anos, tendo no passado mês de Dezembro “entrado mais uma pessoa de baixa” e estando previsto, “no dia 30 mais uma baixa de uma funcionária que vai fazer uma cirurgia com três a quatro meses de período de convalescença”, explicou Manuela Teixeira.
Na Escola Secundária Padre António Macedo, em Vila Nova de Santo André, está “um funcionário” sozinho entre as 18 e as 24 horas, o que, argumentou a responsável do agrupamento, “é manifestamente insuficiente para assegurar tarefas”.
Na unidade de ensino estruturado, que acompanha crianças com necessidades educativas especiais, em “substituição” de duas assistentes operacionais a tempo inteiro estão “duas tarefeiras a meio tempo” (quatro horas por dia cada), “uma de manhã e outra à tarde”, que asseguram ainda “o acompanhamento dos meninos na deslocação às piscinas”. A situação tem levado a que os funcionários que estão ao serviço se “desdobrem” e “andem cansados”, apontou a mesma responsável, indicando que a média de idade destes trabalhadores “ronda os 58 anos”.
Apesar de já ter pedido aos serviços regionais do Ministério da Educação “a afectação de mais pessoas ao agrupamento”, Manuela Teixeira disse não ter ainda tido “nenhuma resposta”, tendo também já informado que, a “continuar assim”, terá que ser “encerrada uma escola”.

Agência de Notícias com Lusa

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