Utentes de Almada protestam contra os TST esta tarde

Utentes do Distrito de Setúbal exigem resolução de problemas dos TST

A Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul convocou uma acção de protesto em Almada, com uma concentração prevista para esta tarde, a partir das 17 horas. A concentração servirá para reclamar da “degradação do serviço prestado pela empresa à população de Almada”, anunciou a comissão, em comunicado. “A mobilidade é um direito de que não prescindimos no nosso quotidiano e é uma absoluta necessidade para os trabalhadores e populações, não só de Almada. Este direito implica um serviço público de transportes de qualidade, eficiente, seguro, fiável e acessível, que desempenhe o seu papel como factor de coesão social e territorial”, salienta a comissão de utentes, considerando que “não é essa a realidade” a que se assiste em Almada nem na Península de Setúbal. 
Utentes dos TST protestam esta tarde em Almada 

O objectivo deste protesto é exigir qualidade, regularidade e segurança nas carreiras dos Transportes Sul do Tejo. Luísa Ramos, da Comissão de Utentes, em declarações ao site AbrilAbril, afirma que a questão da mobilidade das populações é um direito inerente à qualidade de vida. Na sua opinião, "há condições para cumprir este pressuposto quando os serviços de transportes estão sob alçada do Estado, e dá-nos o exemplo da degradação dos serviços desde a privatização das empresas públicas de transportes, nos anos 80".
Segundo a utente, a situação explica-se pela lógica das empresas privadas de obtenção do lucro para os accionistas, em detrimento da prestação de um serviço público que garanta as necessidades e uma cobertura de qualidade. Os TST são exemplo disso, com consequências para os utentes de Almada: corte de carreiras, degradação da qualidade, alterações de horários, situação que também se sente por toda a Península de Setúbal.
“Esta empresa tem uma frota envelhecida, sem conforto, sem higiene, com constantes avarias e consequentes alterações nos horários e cortes de carreiras”, critica a comissão de utentes, que adianta ter recebido “queixas de falta de trabalhadores na manutenção e noutras áreas” da empresa.
Segundo os utentes, tudo isto tem contribuído para que “nos períodos da tarde, à noite e aos fins-de-semana” as carreiras tenham vindo “a ser suprimidas e a generalidade das populações de Almada estejam impedidas” de se movimentarem. 
“Acresce que, até nas horas de ponta, avolumam-se os constrangimentos e dificuldades no acesso aos transportes da responsabilidade da TST, devido às avarias resultantes do desinvestimento na manutenção e na renovação da frota de autocarros”, sublinha a comissão de utentes.

Preços elevados das tarifas 
Os preços elevados são outro dos problemas apontados. Apesar de os TST estarem incluídos no passe social intermodal, os preços dos bilhetes são "exorbitantes". 
O problema acresce ao facto de tanto a Fertagus como a Metro Transportes do Sul, alternativas para os utentes da Margem Sul, estarem fora deste sistema. A Comissão lamenta que tenha sido chumbado o Projecto de Lei do PCP que propunha o alargamento do passe social intermodal a toda a Área Metropolitana de Lisboa.
A comissão de utentes afirma que já foram apresentadas várias moções nas reuniões da Assembleia Municipal de Almada, expondo estas preocupações dos utentes, que foram aprovadas.
O protesto é convocado depois de reuniões da Comissão com as populações, apurando as suas principais reivindicações.

Protestos começaram no Montijo 
A situação de protesto em relação à TST, recorde-se, não verifica apenas em Almada, já que no Montijo os utentes também têm vindo a manifestar-se por melhores condições. O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos do Montijo já levou recentemente a efeito uma acção de protesto por motivos idênticos.

Agência de Notícias 

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