Marateca abriu Semanas das Freguesias em Palmela

Câmara promete mais acessibilidade em Águas de Moura

O ciclo de trabalho descentralizado que a Câmara de Palmela promove em cada uma das freguesias do concelho teve início, este ano, com Marateca, uma das freguesias marcadamente rurais. A vinha e o vinho, o tomate, o sobral e os vastos campos de arroz que nascem nas margens do Sado são algumas das principais riquezas deste território, que toca, já, o Alentejo. Entre outros assuntos, foram analisadas questões relativas a investimentos em infraestruturas de saneamento, abastecimento de água e rede viária, em Cajados, as obras da Avenida da Liberdade, em Águas de Moura, a apresentação do projeto para ampliação da EB Águas de Moura e a apresentação do projeto de reabilitação paisagística do Sobreiro Grande, uma árvore com 206 anos e mais de 16 metros de altura, que é reconhecida, internacionalmente, como o sobreiro mais antigo e mais produtivo do mundo, produzindo cortiça suficiente para o fabrico de 100 mil rolhas. 
Sobreiro mais velho do mundo vai ter projeto de reabilitação 

A forma de trabalhar do Executivo assenta, diz a autarquia, "numa gestão participada e partilhada com todas e todos, desde os agentes económicos, culturais e sociais, à população em geral, e além dos atendimentos descentralizados e dos canais que, diariamente, estão abertos para receber contributos e ouvir problemas, são muitos e variados os projetos que envolvem as comunidades na vida do seu concelho, da sua freguesia, do seu bairro". 
As pioneiras “Semanas das Freguesias” do Município de Palmela trilham o seu caminho há mais de uma década e são "uma peça indispensável nesta forma de entender e fazer política: no terreno, com as pessoas, com as instituições, recolhendo informação, perspetivando soluções, prestando contas", diz a autarquia. 
Entre outros assuntos, foram analisadas questões relativas a investimentos em infraestruturas de saneamento, abastecimento de água e rede viária, designadamente, a continuação do calcetamento das bermas em Cajados e reforço da sinalização horizontal, definição da primeira fase da rede em baixa do saneamento em Cajados, a conclusão das infraestruturas e pavimentação na Rua José dos Santos, no Bairro Margaça, assim como o projeto de asfaltamento da segunda fase da Rua 9 de Março, numa zona de Vale da Abrunheira.
Discutiu-se a necessidade de reforço da limpeza urbana, na recolha de monos e verdes, e foi apresentado o conjunto de intervenções que serão objeto de candidaturas a fundos comunitários, no âmbito do Portugal 2020. Foi, ainda, feita a avaliação dos protocolos de delegação de competências e dos níveis de serviço disponibilizados pela Loja Móvel do Cidadão na freguesia.
A promoção da acessibilidade em todo o concelho tem sido um dos objetivos prioritários do Município, em termos de ordenamento urbano. As visitas tiveram início com um passeio a pé pela Avenida da Liberdade, em Águas de Moura, para verificar as obras, já em curso e analisar outras previstas.
"Este é um projeto que a autarquia pretende disseminar por todo o território do concelho e, depois de Pinhal Novo e da aldeia de Poceirão, comprometeu-se a intervencionar, também, o centro de Águas de Moura, uma área mais movimentada, que apresenta vários desafios nesta matéria, nomeadamente, passeios estreitos, que não podem, para já, ser alargados, sob pena de acabar com o estacionamento", explica a Câmara de Palmela.
Assim, nesta fase, aposta-se no rebaixamento das zonas de acesso a passadeiras e transição de ruas, na repintura de passadeiras, bem como no ordenamento do estacionamento, com a criação de lugares próprios para bicicletas e ciclomotores e, junto aos serviços da União de Freguesias, de uma zona de estacionamento tipificada para pessoas de mobilidade condicionada e idosos.
"Estas obras garantem melhor qualidade de vida para as pessoas com mobilidade condicionada e valorizam, no imediato, esta avenida. Trata-se, no entanto, de um projeto inicial, que terá maior abrangência em 2017 e que está a ser objeto de uma candidatura ao FEDER, com o objetivo de requalificar a baixa e zona comercial de Águas de Moura, ligando-a, também, às novas urbanizações e à zona do Quartel dos Bombeiros", conta a autarquia.

EB Águas de Moura vai ser ampliada 
Depois das acessibilidades,  as atenções viraram-se para a comunidade educativa, com uma visita à escola básica de Águas de Moura para apresentar, à direção da Escola e ao Agrupamento, o estudo prévio relativo à ampliação e remodelação deste estabelecimento de ensino. Trata-se de uma ambição da comunidade, que o município tem acompanhado com muita atenção, e procedeu já, esta semana, ao lançamento do concurso para o projeto.
"O estudo prévio aponta para a qualificação dos espaços exteriores e do edifício antigo, dotando-o de maior conforto, segurança e condições para corresponder às exigências das práticas educativas mais atuais. Será, também, construído um novo bloco, que terá uma área de gestão com sala de professores e de atendimento, sala polivalente/refeitório e sanitários diferenciados, além de uma zona de recreio coberta", sublinham os autarcas. 
A acessibilidade e a eficiência energética são duas das preocupações do Município relativamente a este projeto, existindo um conjunto de candidaturas para apoio à eficiência energética que vão abranger todas as escolas do concelho. Prevê-se que a obra esteja no terreno no início de 2017.
Entretanto, a beneficiação no logradouro, com criação de um campo de jogos – compromisso assumido com as crianças, no âmbito do projeto “Poder Local: Eu conheço! Eu participo!” – já teve início e será concluído nas Férias da Páscoa. A obra contempla a pintura do campo de jogos, a instalação de uma rede de proteção e a colocação de balizas de futsal.

Sobreiro Grande vai ter área de proteção e interpretação
A comitiva visitou, de seguida, o Sobreiro Grande de Águas de Moura – para uns, “o casamenteiro”, para outros, o “assobiador” – uma árvore com 206 anos e mais de 16 metros de altura, que é reconhecida, internacionalmente, como o sobreiro mais antigo e mais produtivo do mundo, produzindo cortiça suficiente para o fabrico de 100 mil rolhas.
Empenhado na valorização deste espécime, o município assumiu, como compromisso de mandato, a reabilitação paisagística da sua envolvente e apresentou um primeiro estudo para a “Zona de Contemplação e Interpretação do Sobreiro de Águas de Moura”. Pretende-se, assim, "dar a dignidade e a visibilidade, aos níveis ambiental, patrimonial e turístico, que merece e, também, protegê-lo de utilizações abusivas", explica a Câmara de Palmela.
O projeto inclui um passadiço que encaminhará os visitantes pelo espaço, zona de estar, informação interpretativa e a instalação de um ginásio de fitness junto ao Espaço de Jogo e Recreio já existente. É, também, parte integrante do projeto um conjunto de sinalética, quer direcional, quer para promoção turística na EN10 desta atração turística, que conduz muitos visitantes até Águas de Moura.
O estudo já foi entregue ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que acolheu de forma muito positiva a atenção do município para com este sobreiro. Depois do parecer do ICNF, conclui-se o estudo e o concurso avançará, para concretizar esta intervenção o mais rapidamente possível.


Adega Casal Freitas perpetua herança familiar
Acessibilidades em Águas de Moura em fase avançada 
A visitas à freguesia passou ainda pela Adega Casal Freitas, em Fernando Pó. De José Bento da Silva Freitas, com 93 anos de idade, esta casa é, atualmente, gerida pela filha, Maria Amália Freitas, e contribui para a fama da localidade enquanto aldeia vinhateira.
Trata-se de uma empresa pequena, de cariz familiar, que dá emprego permanente a seis pessoas. São produzidos, anualmente, entre 500 mil a 700 mil litros de vinho, especialmente para o mercado nacional, com alguma exportação para a Bélgica.
A gestora tem investido na modernização da produção e na eficiência energética e mostrou-se satisfeita com o caminho que tem sido trilhado, apesar de sublinhar "que é impossível competir com os preços praticados pelas empresas de grande dimensão. Assim, a aposta maior tem sido na qualidade, utilizando apenas produtos de topo de gama, e são os bag-in-box que registam maior procura, quer por parte dos privados, quer ao nível da restauração. A empresa tem pouca vinha própria e compra a matéria-prima aos pequenos produtores locais".
Nos tintos, o destaque vai para as castas Castelão (Periquita), Syrah, Touriga Nacional e Alicante Bouschet, e nos brancos, para Fernão Pires, Arinto e Chardonnay. É, ainda, produzido vinho Rosé.
Com um acolhimento caloroso, esta família guiou a visita através da unidade de produção, desde a receção das uvas à embalagem e expedição, terminando na sala de provas, onde recebe, com assiduidade crescente, clientes e turistas nacionais e estrangeiros.



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