Turismo cresce no concelho de Alcácer do Sal

Há cada vez mais visitantes a procurarem a pérola do Sado

Alcácer do Sal tem atraído nos dois últimos anos mais turistas e visitantes, particularmente no alojamento hoteleiro, na cripta arqueológica (e os seus vinte e sete séculos de história), bem como na oferta do cinema digital. Decorrente do trabalho de promoção empreendido pelo município, Alcácer do Sal afirma-se cada vez mais convidativo. Para este ano, a autarquia do distrito de Setúbal quer atrair ainda mais visitantes. Além das atividades normais, o executivo apresenta mais um "trunfo" para quem gosta de descer o Sado num barco tradicional. O Galeão Amendoeira, propriedade do município, foi submetido a uma reparação de fundo, tendo regressado a Alcácer do Sal na semana passada, juntando-se assim a um outro galeão, também propriedade do município, o “Pinto Luísa” que efetua passeios no rio Sado.

Número de dormidas cresce em Alcácer do Sal 

A Pousada D. Afonso II, em Alcácer do Sal, registou nos últimos três anos um crescente aumento do número de dormidas. Em 2014, dormiram na Pousada 13 mil 53 visitantes, número que subiu 33,8 por cento em 2015, ano em que se registaram 14 mil 142 dormidas. De acordo com dados da Pestana Pousadas de Portugal, a Pousada D. Afonso II passou a ser a segunda mais procurada em todo o Alentejo.
A Cripta Arqueológica do Castelo de Alcácer Sal registou durante o ano de 2015 um aumento considerável do número de visitantes. O espaço museológico, localizado no subsolo do castelo e do antigo Convento de Aracoelli, foi visitado durante o ano passado por quase 7 mil pessoas, tendo havido um aumento considerável em relação a 2014, ano em que cinco mil 868 pessoas visitaram o mesmo. Os meses de verão, entre Junho e Setembro, foram aqueles em que a Cripta registou mais visitantes, tanto nacionais como estrangeiros.
Na vertente cultural, as sessões de cinema do Auditório Municipal registaram um incremento de 35 por cento do número de espetadores. Em 2014, registaram-se cinco mil 430 entradas de pessoas que se deslocaram a este espaço para ver as últimas novidades cinematográficas, número que aumentou significativamente no final de 2015, em que se registaram sete mil 349 espetadores.

Autarquia renova Galeão Amendoeira
Para este ano, a autarquia do distrito de Setúbal quer atrair ainda mais visitantes. Além das atividades normais, o executivo apresenta um "trunfo" para quem gosta de descer o Sado num barco tradicional.
O Galeão Amendoeira está de volta a Alcácer do Sal, depois de ter sido submetido a uma reparação de fundo ao longo de mais de um ano. É um dos exemplares característicos dos anos de ouro da exploração salineira na região.
A embarcação tradicional, propriedade da Câmara Municipal, encontrava-se em estaleiro para reparação desde novembro de 2014. O Amendoeira sofreu grandes melhorias, tendo sido retirado o tabuado que se encontrava todo danificado e substituído. A mesma intervenção foi feita na proa e contra proa, na braçola do porão e algumas peças do cavername também foram substituídas.
Durante a reparação feita num estaleiro em Sesimbra, foram ainda substituídos os equipamentos de casa de banho, foram feitos melhoramentos da hélice e melhoramentos a nível elétrico e as pinturas.
Segundo a autarquia, o Galeão esteve mais tempo em estaleiro do que o previsto, pois o real estado de conservação da embarcação estava muito pior do que se previa, ficando a descoberto quando foi retirado o tabuado.

A história do Galeão Amendoeira
Galeão foi totalmente recuperado 
Esta embarcação tradicional tem 18,84 metros de comprimento e lotação de 50 pessoas. Foi construída em 1925, na praia da Saúde, em Setúbal, por Artur Santos. Pertenceu inicialmente à firma “Manuel Francisco Afonso Herdeiros Lda.”, operando como embarcação de tráfego local. Foi adquirido em 1972 pela empresa “Unisado – União Salineira do Sado, lda”, que vendeu o galeão, em 1984, a Henri Frank van Uffelen Elisabeth.
Este submeteu-o a obras de reconversão. Em 1997 foi sujeito à retirada de alguns dos seus elementos descaracterizadores. Em 2004 foi adquirido pela Câmara de Alcácer do Sal. Naufragou no ano seguinte junto à praia “dos Fuzileiros”, em Troia, só regressando a casa em 2007 depois de uma complexa operação de resgate e do seu total restauro, com substituição do cavername, aparelhagem, motor, instalação elétrica e modernização dos sistemas de segurança.
Recorde-se que a Câmara de Alcácer do Sal possui dois galeões do sal, embarcações tradicionais praticamente únicas no mundo já que das quinze que se pensa terem sobrevivido até hoje poucas se encontram a navegar e, ainda menos, no nosso país, de onde são originárias. "O Amendoeira e o Pinto Luísa são pois testemunhas singulares desse passado em que o Sado era o principal motor económico da região, repleto de embarcações que transportavam mercadorias e gentes", sublinha a autarquia.
Os dois galeões recordam também a importância do sal na história de Alcácer, batizada de Salácia Urbs Imperatoria pelos romanos, assim homenageando esse "ouro branco" que, até ao final do século XVIII, tinha nesta região a sua maior produção nacional.


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