Câmara do Barreiro critica intervenções de Rui Moreira

"Guerrilha" Norte-Sul é inaceitável para o desenvolvimento do país 

O presidente da Câmara do Barreiro manifestou solidariedade com as críticas de Rui Moreira pela redução de rotas da TAP no Porto, mas considerou "desajustadas as intervenções" relacionadas com os investimentos previstos para a região de Lisboa."Acho desajustadas as intervenções do senhor presidente da Câmara  do Porto a propósito desta questão e também sobre outras questões de caráter nacional e de investimentos nacionais contribuintes para a região de Lisboa", afirmou Carlos Humberto que considera "inaceitável" que o presidente da Câmara do Porto, "querendo defender os seus interesses e da sua população", aproveite para fazer uma "guerrilha, sem interesse nenhum para o desenvolvimento do país, entre Norte e Sul".
Autarca do Porto critica investimento do Governo na região 

O autarca, que falava na reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa, apoiou a posição que saiu da cimeira das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, na  semana passada, a salientar "o valor estratégico dos transportes, nomeadamente dos aéreos".
No documento elaborado após a cimeira dos órgãos institucionais das duas principais regiões do país, chama-se a atenção do Governo "no sentido de não permitir a diminuição da oferta suscetível de prejudicar gravemente o desenvolvimento económico regional e nacional".
O presidente da autarquia do Barreiro sublinhou que as críticas à redução de rotas da TAP no aeroporto Francisco Sá Carneiro deve merecer o apoio da região de Lisboa, "não por uma questão de solidariedade regional, mas porque é um problema de caráter nacional".
No entanto, para Carlos Humberto, "é inaceitável" que o presidente da Câmara do Porto, "querendo defender os seus interesses e da sua população, que está no seu direito", aproveite para fazer uma "guerrilha, sem interesse nenhum para o desenvolvimento do país, entre Norte e Sul".
"Talvez fosse isso que levou à errata que foi entregue na Assembleia da República, que retira do Orçamento do Estado [para 2016] a prioridade aos investimentos nas áreas portuárias da região metropolitana de Lisboa", alertou o autarca do município do distrito de Setúbal.
Carlos Humberto prometeu, "para bem da área metropolitana", tudo fazer para que o assunto "seja retificado".
"A ministra do Mar já me reafirmou que não é verdade que estejam postos em causa os investimentos em Lisboa da atividade portuária, mas o facto é que parece que foi retirado do Orçamento do Estado", frisou.

Terminal de contentores ainda não está definido 
Na errata entregue no parlamento, pelo Ministério das Finanças, é corrigida a página 47 do relatório do Orçamento do Estado, onde se referia que, "em 2016, será ainda definida a localização do novo terminal de contentores para a área da Grande Lisboa, bem como promoção do Projeto do Arco Ribeirinho Sul, que visa a requalificação urbanística de um vasto território na margem sul do estuário do Tejo, predominantemente áreas industriais desativadas situadas nos municípios de Almada, Barreiro e Seixal".
"Nesta matéria, em 2016, serão avaliadas, preparadas e lançadas diversas intervenções estratégicas nos portos portugueses, designadamente quanto ao incremento da capacidade de movimentação de contentores de Leixões e de Sines e da coordenação estratégica entre os portos de Lisboa e de Setúbal", lê-se agora no documento.
Na errata prevê-se agora a "promoção da náutica de recreio e da requalificação urbanística e económica de zonas ribeirinhas e áreas industriais desativadas, em estreita colaboração com a administração local, designadamente do projeto do Arco Ribeirinho Sul".
"Estas cimeiras afastam esse espírito de antagonismo entre Lisboa e Porto, que não tem qualquer razão de ser", comentou o presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra, que também sublinhou a importância do aeroporto nortenho para a economia nacional.

Rui Moreira acredita na construção da Terceira Ponte no Tejo 
Além do terminal de contentores previsto para a cidade do Barreiro, o autarca do Porto criticou ainda outras obras previstas para a região. Rui Moreira acusou a TAP de ter em curso uma estratégia para “destruir o aeroporto Francisco Sá Carneiro”, com vista a construir em Lisboa “um novo aeroporto e uma nova ponte”, investimentos previstos para o distrito de Setúbal. O Campo de Tiro de Alcochete é o local indicado para a construção do futuro aeroporto internacional de Lisboa e a terceira travessia do Tejo tem o Barreiro como local de amarração.
“A estratégia da TAP é um insulto à cidade do Porto e uma tentativa de destruir o aeroporto para construir um novo aeroporto, uma nova ponte e uma nova Expo [em Lisboa]. Isto é um problema de regime. Temos sido uns carneiros e temo-nos iludido com promessas sucessivas. O TGV vai acabar por ser Lisboa-Madrid. A terceira ponte [sobre o Tejo] é um grande objectivo do regime”, afirmou Rui Moreira.

Agência de Notícias

Comentários