Freeport Alcochete atira 200 pessoas para o desemprego

Investimento de 20 milhões na reformulação do espaço comercial pode despedir 200 pessoas 

O Freeport Fashion Outlet, em Alcochete, vai realizar uma reformulação profunda. De acordo com algumas notícias, perto de 200 pessoas vão ficar sem emprego já a partir de Janeiro. Em causa está o encerramento de várias lojas por decisão da administração, que vai investir 20 milhões de euros na reformulação daquele espaço comercial. A informação foi divulgada pela Rádio Renascença, que adianta que nos planos da administração do Freeport está o encerramento de várias lojas, para dar lugar a novas marcas, principalmente de luxo. Espera-se assim um impacto positivo na criação de postos de trabalho e na sustentabilidade do projeto. 

Cerca de 200 pessoas podem ser despedidas já em Janeiro 

O centro comercial Freeport de Alcochete vai realizar um investimento de 20 milhões de euros na reformulação do 'outlet' que inclui a abertura de novas lojas e o encerramento de outras. "No âmbito da aquisição pelo Grupo VIA Outlets, vai ser realizado um investimento de 20 milhões na reformulação do Freeport Fashion Outlet. Trata-se de uma reformulação profunda que permitirá acolher um maior número de lojas e de marcas internacionais", disse à Lusa fonte oficial do Freeport. 
Segundo a mesma fonte, esta reformulação terá um "impacto positivo na criação de postos de trabalho e na sustentabilidade do projeto Freeport".
De acordo com fonte ligada ao processo, esta reformulação vai levar novas lojas para o Freeport de Alcochete, algumas já existentes vão mudar de local mas permanecer no 'outlet' e outras vão encerrar.
A Rádio Renascença noticiou ontem que perto de 200 trabalhadores no Freeport Fashion Outlet vão ficar sem emprego devido à reformulação.
Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), disse à Lusa que já solicitou uma reunião à administração do Freeport, explicando que o que está em causa são renegociações de contratos com lojistas.
"Por via da renegociação de contratos com os lojistas, sabemos de três casos em que não houve acordo para continuar, não sabemos se vão existir mais. Do que temos conhecimento, uma loja já encerrou em Dezembro e outras duas vão encerrar", apontou.
A responsável referiu que decorrem oito processos de despedimento em lojas abrangidas pela reorganização e que existem mais seis casos em que há intenção de despedimento.
"O encerramento de lojas não significa o despedimento dos trabalhadores, porque podem ser recolocados. Fomos informados da reorganização do espaço, o que acontece com frequência em centros comerciais, mas não acreditamos que o Freeport pretenda ter espaços vazios", sublinhou a dirigente da CESP.
Célia Lopes espera que o número de postos de trabalho no Freeport de Alcochete não seja reduzido e referiu que a reunião com a administração, que deve decorrer na próxima semana, irá servir para obter mais esclarecimentos sobre o processo.
Para já, a dirigente do CESP deixa o alerta: ninguém pode ser dispensado sem documentos escritos e ninguém deve assinar qualquer documento sem se aconselhar sobre os seus direitos. Célia Lopes aconselha "calma". "Não devemos criar alarmismo. As pessoas devem estar informadas. Não podem ser despedidas verbalmente", afirma.

Mercado chinês cada vez mais forte
O objectivo da administração é dividir o espaço de algumas das grandes lojas que vão encerrar e chamar a si novas marcas, sobretudo de luxo, para tentar atrair mais clientes estrangeiros.
Para tal, já foram dados alguns passos. O site do Freeport, por exemplo, já tem uma parte dedicada aos clientes chineses, escrita em mandarim.
O Freeport foi o primeiro espaço comercial na Península Ibérica a aderir à certificação Welcome Chinese, criada pelo próprio governo chinês, que define regras para, por exemplo, melhor acolher os turistas chineses nos estabelecimentos comerciais.
O Freeport foi adquirido, no ano passado, pelos britânicos da Hammerson, através da sua participada VIA Outlets, um grupo que fez outras aquisições na Europa e que pretende, no caso de Alcochete, atrair turistas através de marcas internacionais, recorrendo a operações de marketing dirigidas a esses cidadãos que estejam de passagem por Lisboa.









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