Montijo defende a manutenção das urgências no Hospital

Nuno Canta discutiu com ministro manutenção da urgência hospitalar

O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, reuniu-se com o ministro da Saúde para solicitar a manutenção do serviço de urgência no hospital do Montijo e a reabertura do Centro de Saúde em Santo Isidro de Pegões, anunciou esta segunda-feira a autarquia. Segundo o comunicado, o autarca discutiu com o ministro Adalberto Campos Fernandes a situação da saúde na região e no concelho. 
Montijo quer manter urgências no Hospital da cidade 


Na reunião, que teve lugar no dia 22 de Dezembro, estiveram em destaque dois temas: a manutenção do Serviço de Urgência Básica do Hospital do Montijo e o encerramento da extensão do Centro de Saúde em Santo Isidro de Pegões.
"A Câmara Municipal do Montijo defende a manutenção das urgências no Hospital do Montijo, assim como a reabertura do Centro de Saúde em Santo Isidro de Pegões", refere a nota. O autarca mostrou-se preocupado com o funcionamento da urgência do Hospital do Montijo e com a resposta dos cuidados de saúde primários no concelho, informando o Governo do elevado número de utentes sem médico de família e da necessidade de alargamento do Centro de Saúde do Montijo. 
"O Governo garantiu que irá verificar todas as situações reportadas pelo município do Montijo, que não procederá ao encerramento das urgências sem revisão do protocolo em vigor e que irá continuar a trabalhar com a autarquia na prestação de cuidados de saúde às populações", concluiu Nuno Canta.

Quase quatro anos depois de uma comissão de especialistas ter proposto uma nova rede de urgências, o Ministério da Saúde publicou dias antes de cessar posse, no fim do mês passado, o mapa dos serviços que vão continuar a ter este estatuto em Portugal. São 78 serviços de urgência e emergência que funcionam em hospitais e centros de saúde de Norte a Sul do país, menos 11 do que os que constam da rede definida em 2008. O novo mapa entra em vigor dentro de seis meses. No despacho, o ministro da saúde do anterior Governo, [dias antes da sua saída] deixa o funcionamento do serviço de urgência básica no Hospital de Montijo na vontade e dependência de "orientação" da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

O despacho da polémica 
Esta decisão incomodou a autarquia do Montijo que defende a manutenção da urgência básica no Hospital local, criticando o despacho. O presidente da autarquia, Nuno Canta, apresentou na altura uma moção que foi aprovada por unanimidade, deixando criticas ao ex-ministro Paulo Macedo.
"É a segunda tentativa de encerramento do Serviço de Urgência Básica no Hospital do Montijo, na dependência da orientação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo", afirmou Nuno Canta.
O autarca socialista refere que o despacho do último Governo [que abandonou funções na semana da publicação do despacho] tem como objetivo "o encerramento arbitrário de serviços hospitalares no Montijo", obrigando os utentes a deslocarem-se para o "congestionado" serviço de urgência do hospital do Barreiro.
A moção exigia a revogação do despacho e o cumprimento do protocolo celebrado em 24 de Fevereiro de 2007, entre a Câmara Municipal do Montijo e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, que garantia o funcionamento da urgência básica no Montijo.
O documento afirmava, igualmente, a necessidade de se efetuar uma verdadeira reforma hospitalar com racionalidade, participação e transparência, exigindo que as autarquias e as populações sejam ouvidas numa eventual reforma hospitalar e do Serviço Nacional de Saúde.
"O Serviço Nacional de Saúde é um fator de coesão social e um avanço civilizacional que não é compatível com medidas avulsas, pontuais e casuísticas, sem qualquer estratégia de sustentabilidade e que neguem qualquer perspetiva de reforma e de articulação entre os vários níveis de prestação de cuidados de saúde", concluiu Nuno Canta.

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