Ministro aponta à construção do hospital do Seixal

Seis meses de IRS do concelho ajudam a custear unidade

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, deixou ontem clara a intenção de retomar a construção de um hospital no concelho do Seixal. Numa reunião que decorreu ontem de manhã, com os autarcas do Seixal, Almada e Sesimbra, o ministro informou que tem a intenção de incluir o Projeto de Execução do Hospital no Orçamento do Estado para 2016. Ficou ainda decidido que, até que o equipamento esteja concluído, se irão encontrar soluções que dotem de maiores condições de saúde dos concelhos da Península de Setúbal. Um grupo de trabalho irá reunir-se para definir que medidas poderão ser implementadas a curto prazo de forma a alivar o Hospital Garcia de Orta e dar condições de acesso à saúde aos munícipes destes concelhos, que se veem atualmente privados de médicos e hospitais.O novo hospital, que terá urgências de 24 horas e apenas 72 camas deverá custar 60 milhões de euros. Deverá estar construído em 2019 ou 2020. 
Autarcas recebidos pelo ministro da Saúde, em Lisboa 


O ministro da saúde, Adalberto Campos Fernandes, deu ontem luz verde para a construção do hospital do Seixal, disse o presidente da câmara no final de uma reunião com o governante. 
"Nas palavras do ministro, o processo vai ser retomado, o projeto de execução vai ser retomado para que possa ser lançado o concurso e posteriormente começada a sua construção", afirmou Joaquim Santos aos jornalistas.
Segundo o autarca, foi manifestada a "intenção de, respeitando a decisão da Assembleia da República, incluir no Orçamento do Estado de 2016 o projeto de execução do hospital do Seixal". “Aquilo que foi interrompido pelo anterior ministro em 2011 vai ser retomado, o que são excelentes notícias para as nossas populações”, acrescentou.
Estimando que o hospital estará construído em 2019 ou 2020, Joaquim Santos referiu que irá custar cerca de 60 milhões de euros e que será pequeno, uma vez que terá “72 camas apenas”.
Para mostrar que a fatura da obra não vai recair sobre o erário público, o autarca frisou que a população do Seixal paga ao Estado, “só em IRS” (Imposto sobre o Rendimento Singular), 120 milhões de euros por ano.
“Talvez seis meses de IRS da população do Seixal seja suficiente para custear o hospital”, afirmou o chefe do executivo do Seixal.
Contudo, esclareceu que a verba para a edificação não vai estar prevista no Orçamento do Estado de 2016, onde constará apenas o montante necessário para se avançar com os projetos para a obra.

Península de Setúbal com falta de 1300 camas e 715 médicos 
O presidente da Câmara do Seixal referiu ainda que faltam na península de Setúbal 1300 camas hospitalares relativamente à média nacional e cerca de 715 médicos também relativamente à média nacional.
Acompanhado na reunião pelos presidentes das câmaras de Sesimbra e de Almada, o autarca revelou ainda que os três municípios se comprometeram a trabalhar numa solução para ajudar a aliviar a “sobrecarga” que tem o hospital Garcia de Orta, em Almada.
“Ficou estabelecida a criação de um grupo de trabalho para, num curto prazo, podermos estudar soluções complementares que pudessem ajudar a aliviar este problema”, disse Joaquim Santos, acrescentando que o Garcia de Orta foi dimensionado para 150 mil pessoas e serve mais de 450 mil.
No dia 18, o parlamento aprovou, com a abstenção do PSD e do CDS-PP e os pareceres favoráveis das restantes bancadas e do deputado do PAN, dois projetos de resolução - do BE e do PCP - recomendando a construção urgente de um hospital no Seixal.
A unidade está projetada para ser um equipamento de proximidade, vocacionada para os cuidados em ambulatório, com serviço de urgência a funcionar 24 horas, 72 camas, 23 especialidades e unidades de apoio domiciliário e de medicina física e de reabilitação.

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