Governo 'travou' greve nas refinarias de Sines

Sindicatos falam em "flagrante violação da Constituição"

Os trabalhadores das refinarias da Galp em Sines e Leixões, acusam executivo do PS de se colocar ao lado dos grupos económicos e de ter emitido um despacho ilegal sobre serviços mínimos que põe em causa o direito à greve e acusam o atual governo de se comportar como o anterior executivo PSD/CDS. Em causa está uma greve marcada para hoje, terça e quarta-feira, que podia parar as únicas refinarias de combustíveis do país. A paralisação foi noticiada este domingo pela agência Lusa, mas, afinal, tinha sido suspensa no sábado. A Federação e o Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero acrescentam que a decisão do governo é uma "flagrante violação da Constituição" no direito à greve. O Governo diz que cumpriu a lei.
Greves estavam marcadas para esta semana. Governo não deixou 

O sindicalista Armando Farias explica que a suspensão foi decidida porque o atual governo impôs serviços mínimos que impedem a paragem das refinarias.
Perante este cenário, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), afeta à CGTP, conclui que não vale a pena avançar já com a greve, mas contestar, primeiro, a decisão do governo em tribunal.
À TSF, Armando Farias diz que o despacho do Ministério da Economia é ilegal e segue um caminho que já foi censurado no passado pelos tribunais. O sindicalista conta que ficaram "surpreendidos pois com este governo não mudou nada e continua, como o anterior, ao lado dos grupos económicos contra os direitos dos trabalhadores".
A Federação e o Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero acrescentam que a decisão do governo é uma "flagrante violação da Constituição" no direito à greve.
Razões que levam os sindicatos a pedirem reuniões com os partidos no Parlamento, mas também a fazerem uma queixa à Organização Internacional do Trabalho contra o governo português.

Cortes nos apoios a filhos deficientes
Armando Farias diz ter ficado surpreendido com a decisão do governo, nomeadamente devido à natureza das reivindicações dos trabalhadores.
O sindicalista e funcionário da Petrogal explica que em causa estão cortes nos subsídios de infantários e creches e do subsídio atribuído aos trabalhadores com filhos deficientes.
Ou seja, explica Armando Farias, "não estamos a pedir nada de novo nem aumentos de salários, mas apenas a manutenção de direitos num grupo económico que nos últimos cinco anos teve mais de dois mil milhões de euros de lucro".
As refinarias da Galp são fundamentais para a economia portuguesa e para as exportações, mas o representante dos trabalhadores diz que o governo não pode ter medo das consequências da greve.
A função do executivo, segundo Armando Farias, devia ser "perceber as razões do conflito e tentar aproximar as partes, em vez de se colocar contra os trabalhadores e ao lado da empresa".
Confrontado pela TSF, para responder a estas críticas, o ministério da Economia disse que decretou os serviços mínimos para "respeitar a lei".


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