Setúbal pode perder Academia de Dança Contemporânea

Corte de 43 mil euros nos apoios do Estado coloca escola artística em "situação insustentável"

A direção da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, uma escola de ensino artístico, afirmou ontem ficar numa "situação insustentável" com o corte de 43 mil euros nos apoios do Estado, admitindo a possibilidade de fechar portas. "Ou conseguimos arranjar quem nos dê um apoio financeiro, na ordem dos 50 mil euros, ou teremos de reduzir o número de professores e aumentar o número de horas para os que ficarem, sem qualquer contrapartida salarial", acrescentou Iolanda Rodrigues, referindo que, este ano, a associação vai receber apenas 151 mil euros, quando no ano passado recebeu quase 200 mil. A autarquia reuniu com a direção da escola e já se mostrou “solidária e disponível para, junto da tutela, tentar compreender esta tomada de decisão e ajudar a encontrar uma solução que garanta a continuidade desta escola de ensino artístico da nossa cidade”, afirma Pedro Pina, vereador com o pelouro da educação.
Escola tem 90 alunos inscritos e perdeu apoio do Estado 

A responsável revelou ainda que a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal vai pedir para consultar o processo para fundamentar a contestação da decisão do Ministério da Educação e Ciência, mas salientou também que, se não for encontrada nenhuma solução, a Escola de ensino artístico da cidade  "pode mesmo ter de fechar as portas".
As preocupações com o futuro próximo são partilhadas por Marina Sacramento, da direção pedagógica, que salienta o facto de a associação já ter realizado "cortes sucessivos em tudo aquilo em que era possível reduzir despesas, ao longo dos últimos anos".
"Temos 90 alunos inscritos e um corpo docente de 15 professores, que não sabemos se será possível manter na totalidade se não encontramos outros apoios financeiros", realçou Marina Sacramento.
Ao longo de 33 anos de atividade, a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal formou muitos bailarinos portugueses, alguns dos quais integraram a companhia de ballet da Gulbenkian, que foi extinta em Julho de 2005.
As aulas na escola de ensino artístico de Setúbal já não vão começar no dia 16 de Setembro, tal como estava previsto inicialmente, sendo certo que alunos e professores vão marcar presença na manifestação de escolas do ensino artístico particular e cooperativo que terá lugar no dia 18 de Setembro, pelas 10h30, junto ao Ministério da Educação, em Lisboa.

Câmara quer ajudar desbloquear problema 
Apreensiva com esta situação, a Câmara de Setúbal resolveu reunir com a direção da escola e já se mostrou “solidária e disponível para, junto da tutela, tentar compreender esta tomada de decisão e ajudar a encontrar uma solução que garanta a continuidade desta escola de ensino artístico da nossa cidade”, afirmou, na última reunião pública da autarquia, Pedro Pina, vereador com o pelouro da educação.
“A Academia de Dança Contemporânea de Setúbal tem protocolos estabelecidos com as escolas D. Manuel Martins e Luísa Todi. Com o ano letivo à porta esta situação coloca em causa a sobrevivência do estabelecimento e grandes constrangimentos em encontrar outros caminhos”, realçou o autarca. Além do executivo CDU, também a vereação da oposição (PS e PSD/CDS-PP) está solidária com a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal.

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