Passos foi a velórios de massacre da Quinta do Conde

Multidão compareceu aos funerais do triplo homicídio 

Centenas de pessoas estiveram na terça-feira nos funerais das vítimas do triplo homicídio na Quinta do Conde, em Sesimbra. Os militares da GNR despediram-se do colega de de 25 anos que foi morto no sábado. Muitos agentes da PSP e amigos despediram-se também do polícia e do filho. Pedro Passos Coelho juntou-se às cerimónias fúnebres que contaram ainda com a presença da Ministra da Administração Interna. Ambos apresentaram condolências às famílias das vítimas do triplo homicídio ocorrido sábado. A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda “lamenta profundamente” a morte do militar da GNR baleado na Quinta do Conde, apontando que é resultado da falta de meios, tanto humanos, como de veículos ou coletes antibalísticos. O alegado homicida é Rogério Coelho, homem de 77 anos que após o tiroteio tentou suicidar-se. Encontra-se agora internado no hospital de São Bernardo. Após sair do hospital, vai ser formalmente detido e posteriormente acusado dos crimes cometidos.
Os três homens foram mortos na Quinta do Conde no sábado 

O primeiro-ministro deslocou-se primeiro à igreja da Boa Água, naquela vila próxima de Sesimbra, onde eram velados o agente da PSP - que tinha 52 anos, e, fazia parte do Corpo de Segurança Pessoal da PSP, prestava serviço no gabinete de Passos Coelho - e o seu filho, de 23 anos.
De seguida, foi ao velório do militar da GNR, de 25 anos, que decorria na igreja de Nossa Senhora da Esperança, também na Quinta do Conde, O primeiro ministro recusou, porém, fazer qualquer comentário à imprensa, durante os velórios.
A nota de condolências do Governo ficou a cargo da ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, que logo no sábado, emitiu um comunicado no qual enviava "sentidas condolências" às famílias das vítimas, "bem como a todo o efectivo da GNR e da PSP". E "lamentava profundamente a morte de dois elementos das forças de segurança" da GNR e da PSP.
Recorde-se que as três vítimas morreram no sábado, numa rua da Quinta do Conde, em Sesimbra, depois de terem sido mortalmente atingidas por tiros de caçadeira disparados por Rogério Coelho.
Segundo os relatos dos vizinhos, foram discussões sobre a cadela da família Pereira que levaram o vizinho a disparar na tarde de sábado, matando pai e filho.
As divergências duravam há anos e já teriam levado Rogério Coelho a agredir António José Pereira com um machado.
Na altura, as agressões chegaram mesmo a tribunal e Rogério Coelho foi condenado a pagar uma indemnização ao vizinho e agente da PSP.
Mas a contenda entre vizinhos não ficou por aí. No sábado, eram 17 horas quando a GNR foi chamada ao local depois de Rogério Coelho ter disparado vários tiros de caçadeira atingindo António José Pereira e o filho, Bruno.
Nuno Anes estava ao serviço e foi chamado para tomar conta da ocorrência. Ainda estava a tentar perceber o que se tinha passado, falando com moradores da rua, quando foi atingido por um tiro na cabeça, tendo morrido no local. Era guarda no posto da Quinta do Conde.
Segundo uma fonte da GNR Rogério Coelho, de 77 anos, ainda tentou matar-se com um tiro de caçadeira,  tendo sido transportado para o Hospital de Setúbal, onde ainda se encontra internado. Após sair do hospital, o alegado homicida vai ser formalmente detido e posteriormente acusado dos crimes cometidos.

ASPIG aponta falta de meios da GNR
A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG) “lamenta profundamente” a morte do militar da GNR baleado na Quinta do Conde, apontando que é resultado da falta de meios, tanto humanos, como de veículos ou coletes antibalísticos.
Em comunicado, a ASPIG manifesta “profundo pesar e consternação relativamente ao trágico episódio” e estende as condolências à família do agente da PSP e do filho, igualmente mortos.
O militar da GNR morto pertencia ao comando de Setúbal e tinha 25 anos. Foi baleado quando socorria as outras duas vítimas.
“A ASPIG lamenta que os patrulheiros da GNR continuem a deslocar-se às ocorrências, para que são diariamente solicitados, 'de peito aberto', sofrendo na pele os efeitos da falta de efetivos humanos, de viaturas e coletes antibalísticos, que afetam gravemente o funcionamento dos Postos Territoriais e as condições de segurança dos militares que neles prestam serviço”, refere a associação.
A ASPIG salienta que o número de efetivos dos postos territoriais tem vindo a ser “reiteradamente reduzido”, enquanto os recursos humanos são “canalizados quer para outras valências da GNR, quer para funções de caráter administrativo”.
Por último, a associação lembra que foi no decorrer da atual legislatura que “tudo” foi retirado aos militares da GNR, “inclusivamente o horário de trabalho de referência da corporação que estava previsto na proposta de Estatuto que o Governo tinha acordado com as associações socioprofissionais”.

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