Diocese de Setúbal quer que comunidade apoie refugiados

Igreja pede à população local para  intervir com “tudo o que o coração e a imaginação sugerirem" 

A Diocese de Setúbal quer envolver as comunidades locais no apoio aos refugiados que vão chegar a Portugal, na sequência da “grave crise humana que atualmente é vivida a nível mundial”. Numa nota publicada na página da diocese na internet, e divulgada pela Agência Ecclesia, a Igreja Católica de Setúbal exorta a população local a intervir com “tudo o que o coração e a imaginação sugerirem” mas deixa algumas propostas. Destaque, entre elas, para a importância de preparar o acolhimento aos refugiados, através de uma “inscrição junto da Cáritas diocesana”, manifestando a disponibilidade para receber “em casa alguma família” em dificuldades. A crise de refugiados foi já considerada a maior crise desde o final da II Guerra Mundial, sendo que os dados de Agosto da Agência da ONU Para Refugiados contavam já mais de 300 mil, incluindo centenas de mortes em tentativas de travessia do Mediterrâneo.

Milhares de refugiados chegam à Europa vindos do médio oriente

A diocese sublinha também a importância de “informar” junto da mesma instituição solidária católica, “sobre a existência de edifícios e casas disponíveis ou devolutas que possa vir a ser utilizadas pelos refugiados”.
Recentemente foi criada uma Plataforma de Apoio aos Refugiados, de nível nacional e que envolve vários organismos católicos, incluindo a Cáritas Portuguesa.
Por intermédio deste recurso, já com site online, será possível fazer chegar aos refugiados “dádivas em dinheiro e outros serviços de apoio, na questão da língua por exemplo”, refere a mesma nota.
Recorde-se que a próxima campanha “Dez Milhões de Estrelas” da Cáritas Portuguesa vai reverter, em parte, para ajudar à causa de milhares de pessoas que continuam a chegar à Europa, vindas de países como a Síria, o Iraque ou Irão, marcados pela guerra e pela violência do Estado Islâmico.
A Diocese de Setúbal exorta as suas comunidades a fazerem também uso da oração para que “Deus, rico de misericórdia, toque os corações dos responsáveis pela organização política e económica dos povos e os leve a tomar as medidas necessárias para travar este hediondo drama”.

Portugal começa a receber refugiados em Outubro
Os movimentos solidários em relação aos mais de três mil refugiados que Portugal irá receber têm-se multiplicado, e de norte a sul do país são cada vez mais aqueles que se mostram dispostos a acolher estas pessoas. O próprio ministro da Presidência, Marques Guedes, afirmou que "Portugal quer estar na primeira linha" do auxílio humanitário aos refugiados.
O país vai receber 3.074 refugiados, no âmbito do processo de recolocação de mais de 120 mil pessoas por todos os Estados-membros, os primeiros dos quais poderão começar a chegar já a partir do mês de Outubro.
Dezenas de municípios portugueses manifestaram já vontade de receberem refugiados, maioritariamente originários da Síria, em coordenação com entidades locais e nacionais, como o Conselho Português para os Refugiados ou a Cruz Vermelha.
Muitos dos municípios que se dispuseram a receber refugiados estão já a desenvolver iniciativas nesse sentido, como é o caso de Lisboa, que ainda não sabe quantos migrantes irá acolher, tendo, no entanto, a Câmara Municipal anunciado a criação de um fundo de dois milhões de euros para “dar resposta a necessidades básicas".
Na região, já é público, Palmela irá receber cerca de 250 refugiados, através da Comunidade Islâmica portuguesa. “Na zona de Palmela, [na freguesia de Quinta do Anjo], a Fundação tem uma parceria com uma entidade local que lhes vai disponibilizar um terreno grande, onde já existem coisas construídas e outras que se vão construir mais tarde”, disse Abdul Vakil.
O líder da comunidade islâmica em Portugal adiantou que a comunidade pensa poder “albergar até 250 refugiados”, mas admitiu que o número pode ser maior caso as condições o permitam.
A crise de refugiados foi já considerada a maior crise desde o final da II Guerra Mundial, sendo que os dados de Agosto da Agência da ONU Para Refugiados contavam já mais de 300 mil, incluindo centenas de mortes em tentativas de travessia do Mediterrâneo.

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