Comunidade Islâmica recebe 250 refugiados em Palmela

Refugiados começam a chegar a Portugal em breve 

O líder da comunidade islâmica em Portugal, Abdul Vakil, disse  à Lusa que vai receber, com o apoio da Câmara de Lisboa, 250 refugiados num terreno em Palmela, no âmbito do Programa de Apoio aos Refugiados.  A iniciativa será realizada pela Comunidade Islâmica de Lisboa, a Fundação Islâmica de Palmela e outras fundações islâmicas, como a de Odivelas, do Martim Moniz, do sul do Tejo e do Porto, e conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa,  explicou Abdul Vakil. Os movimentos solidários em relação aos mais de três mil refugiados que Portugal irá receber têm-se multiplicado, e de norte a sul do país são cada vez mais aqueles que se mostram dispostos a acolher estas pessoas. O próprio ministro da Presidência, Marques Guedes, afirmou que "Portugal quer estar na primeira linha" do auxílio humanitário.  A candidata do Bloco de Esquerda por Setúbal, Joana Mortágua, fez um apelo às autarquias do Distrito de Setúbal para que acolham refugiados.
Portugal pode receber cerca de três mil refugiados em Outubro 

“Na zona de Palmela, a Fundação tem uma parceria com uma entidade local que lhes vai disponibilizar um terreno grande, onde já existem coisas construídas e outras que se vão construir mais tarde”, disse Abdul Vakil.
O líder da comunidade islâmica em Portugal adiantou que a comunidade pensa poder “albergar até 250 refugiados”, mas admitiu que o número pode ser maior caso as condições o permitam.
Abdul Vakil acrescentou ainda  que a Câmara de Lisboa vai ceder um “prédio, num bairro lisboeta, onde ficará localizada toda a logística de apoio aos refugiados, como os voluntários”.
Para Abdul Vakil, os refugiados vão ser recebidos com “a bondade típica portuguesa” e com a capacidade de integrar os que vêm de fora, até porque os portugueses devem orgulhar-se em ser “bons a tratar os outros”.
O Programa de Apoio aos Refugiados, conta já com cerca de 30 organizações aderentes, entre as quais a Amnistia internacional, a Cáritas Portuguesa e Comunidade Islâmica, tendo como objetivo criar condições para o alojamento, alimentação, acesso à saúde, educação e trabalho, com o apoio de autarquias ou instituições de solidariedade.
A crise de refugiados foi já considerada a maior crise desde o final da II Guerra Mundial, sendo que os dados de Agosto da Agência da ONU Para Refugiados contavam já mais de 300 mil, incluindo centenas de mortes em tentativas de travessia do Mediterrâneo.

Portugal começa a receber refugiados em Outubro
Os movimentos solidários em relação aos mais de três mil refugiados que Portugal irá receber têm-se multiplicado, e de norte a sul do país são cada vez mais aqueles que se mostram dispostos a acolher estas pessoas. O próprio ministro da Presidência, Marques Guedes, afirmou que "Portugal quer estar na primeira linha" do auxílio humanitário aos refugiados.
O país vai receber 3.074 refugiados, no âmbito do processo de recolocação de mais de 120 mil pessoas por todos os Estados-membros, os primeiros dos quais poderão começar a chegar já a partir do mês de Outubro.
Dezenas de municípios portugueses manifestaram já vontade de receberem refugiados, maioritariamente originários da Síria, em coordenação com entidades locais e nacionais, como o Conselho Português para os Refugiados ou a Cruz Vermelha.
Muitos dos municípios que se dispuseram a receber refugiados estão já a desenvolver iniciativas nesse sentido, como é o caso de Lisboa, que ainda não sabe quantos migrantes irá acolher, tendo, no entanto, a Câmara Municipal anunciado a criação de um fundo de dois milhões de euros para “dar resposta a necessidades básicas".
Na capital, o trabalho de acolhimento dos refugiados será feito em articulação com instituições como a Santa Casa da Misericórdia, o Conselho Português para os Refugiados e a Cruz Vermelha.
A Câmara de Sintra, por seu turno, está a preparar um plano de acolhimento e integração, com uma dotação financeira de cerca de 500 mil euros, para apoiar cidadãos que o país venha a receber.
A autarquia deverá, ainda este mês, receber duas famílias, uma oriunda da Eritreia e a outra do Sudão, ambas acolhidas provisoriamente num campo de refugiados no Egito.
Penela, Santarém, Vila de Rei, Oleiros, Castelo Branco, Penamacor, Vila Velha de Ródão ou as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, bem como os 15 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela ou os nove municípios da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes já aprovaram a vinda de refugiados.
Também a União das Misericórdias Portuguesas fez saber que estas instituições estão em condições de acolher "grande parte" dos refugiados que cheguem a Portugal.

BE Setúbal desafia as autarquias de Setúbal a acolher refugiados
Milhares de refugiados estão a chegar à Europa 
No debate entre candidatos pelo círculo eleitoral de Setúbal promovido pela Antena 1, a candidata do Bloco de Esquerda fez um apelo às autarquias do Distrito de Setúbal para que acolham refugiados.
Perante o drama humanitário das dezenas de milhar de refugiados que chegam à Europa fugidos da guerra e da morte certa, Joana Mortágua alertou que "ou a Europa e os Governos têm a coragem de resolver este problema com a humanidade com que ele deve ser encarado, ou a Europa vai transformar-se num cemitério". A candidata criticou ainda as hesitações do Governo português que tentou "negociar por baixo os número de refugiados a receber pelo Estado português".
A exemplo do que aconteceu noutros países europeus e noutros distritos do país, Joana Mortágua apelou às autarquias do Distrito de Setúbal para que se mostrem abertas e elaborem programas de acolhimento de refugiados.

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