Serviços mínimos na greve dos Barcos do Barreiro

Decretados serviços mínimos para greve de cinco dias na Soflusa

Os trabalhadores da Soflusa, que faz a ligação fluvial entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa, vão realizar uma greve de três horas por turno esta segunda e terça-feira, e na próxima semana, contra “a onda repressiva na empresa”. Depois de esta semana as ligações fluviais na Transtejo terem parado, para a semana é a vez da Soflusa, com as carreiras a pararem nas horas de ponta da manhã e da tarde entre as duas margens do rio Tejo. No entanto, o tribunal arbitral do Conselho Económico e Social decretou como serviços mínimos a realização de carreiras que partem do Barreiro às 5h15 e 6h15 e o seu regresso e carreiras que saem de Lisboa às 5h45 e 6h40. De tarde, de acordo com o comunicado do tribunal, não estão previsto serviços mínimos.  
Barcos do Barreiro param segunda e terça-feira 


O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) decretou serviços mínimos para as greves convocadas para os dias 14, 15, 21, 22 e 23 de Setembro na transportadora fluvial Soflusa, segundo um comunicado divulgado.
De acordo com a nota do CES, o tribunal arbitral decretou como serviços mínimos a realização de carreiras que partem do Barreiro às 5h15 e 6h15 e o seu regresso e carreiras que saem de Lisboa às 5h45 e 6h40.
O CES decretou ainda que têm de ser assegurados dois trabalhadores para a amarração dos barcos e para a mesa de controlo.
Várias estruturas sindicais convocaram três horas de greve por turno para aqueles dias para reivindicarem aumentos salariais e mostrarem a "indignação dos trabalhadores com o incrível aumento que a administração atribuiu aos diretores e aos chefes de núcleo", disse fonte sindical.
"Os trabalhadores grevistas asseguram os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e instalações, bem como os serviços de emergência que, em caso de força maior, reclamem a utilização dos meios disponibilizados pela Soflusa", lê-se na decisão do tribunal arbitral.
A greve esta marcada para esta segunda e terça-feira e, na próxima semana, entre 21 e 23 de Setembro. Segundo um comunicado da FECTRANS – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, esta greve é convocada “em defesa do cumprimento integral do Acordo de Empresa, pela negociação colectiva e contra a onda repressiva traduzida em cerca de 90 processos disciplinares”.
“Esta é a resposta às medidas prepotentes e arbitrárias da actual administração desta empresa que recusa negociar as condições de trabalho e procede a aumentos de salários de quadros superiores em valores que atingiram 2 500 euros por mês”, lê-se no comunicado da FECTRANS.
Aquela federação sindical acusa o Governo de estar a “proceder à destruição da organização e funcionamento das quatro empresas – Carris, Metro, Transtejo e Soflusa – para gerar a extinção de centenas de postos de trabalho e embaratecer a operação se subconcessão/privatização em curso”. A decisão dos trabalhadores foi tomada durante um plenário.

Barcos transportam 74 mil pessoas por dia 
De acordo com dados do Relatório de Caraterização e Diagnóstico do Plano de Mobilidade e Transportes Intermunicipal (PMTI) o Estuário do Tejo representa cerca de 11 por cento do “território” da Área Metropolitana de Lisboa, com cerca de 330 km2, o sistema fluvial do grupo Transtejo/Soflusa, no conjunto das suas ligações, movimenta diariamente cerca de 74 mil passageiros (4º maior do mundo, acima do Star Ferry de Hong-Kong e muito próximo do volume da ligação Manhathan/Staten Island, em Nova Iorque, com um volume médio de 75 mil passageiros/dia com a particularidade de ser gratuita), representando um tráfego superior ao do serviço ferroviário metropolitano de atravessamento do estuário realçando que a ligação fluvial Barreiro-Lisboa representa hoje mais de 50 por cento do volume total do sistema fluvial, com cerca de 41 mil passageiros/dia, e é o interface de transportes mais movimentado do Distrito de Setúbal.
O Grupo Transtejo é responsável pelas ligações marítimas no Tejo entre o Barreiro, Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria à capital portuguesa.

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Decretados serviços mínimos para greve de cinco dias na Soflusa



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