Pescadores por um dia na Praia da Califórnia e do Ouro
Recolher os materiais para a faina no armazém de pesca e puxar as redes na praia são algumas das tarefas que os turistas vão poder participar durante as atividades de Arte Xávega, em Sesimbra, abertas ao público. Dar continuidade a esta arte de pesca milenar é o principal objetivo deste projeto-piloto, que vai decorrer nos dias 13, 20 e 27 de Agosto e 3 de Setembro, quintas-feiras, das 18 às 20 horas, na Praia da Califórnia, junto à Fortaleza de Santiago. Inserido na campanha Sesimbra é Peixe, é dinamizado pela Câmara de Sesimbra em parceria com Serafim Painho, conhecido na vila por Bauça, o pescador sesimbrense mais velho em atividade e proprietário da aiola 25 de Abril, e com a Associação do Sul dos Armadores de Pesca Costeira e Construção Naval. As atividades estão limitadas a um máximo de 12 participantes. Os interessados podem inscrever-se no Posto de Turismo de Sesimbra, pelos telefones 21 228 85 40 e 93 24560 98.
Atualmente, a Arte Xávega é exercida na Baía de Sesimbra num contexto turístico-cultural, ao abrigo de um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal e os proprietários das três embarcações autorizadas pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade – Parque Natural da Arrábida para realizar esta arte. A pesca tem lugar de Maio a Outubro, às segundas, quintas e sábados, na Praia da Califórnia, e às quintas, sextas e sábados, na Praia do Ouro, das 6 às 9 e das 19 às 21 horas.
"Trata-se de um tipo de pesca em que a rede, fixa a um cabo na praia, é transportada para o mar por uma aiola, pequena embarcação de madeira utilizada na pesca local, num movimento circular, larga-a a várias dezenas de metros da costa, voltando imediatamente para o areal com o outro cabo. Logo que o barco chega a terra, os pescadores distribuem-se pelos dois cabos, separados por cerca de cem metros, e começam a puxar a arte para terra, encurtando a distância entre eles, à medida que o saco com o peixe se aproxima do areal", explica a Câmara de Sesimbra.
Esta pesca conserva ainda hoje uma particularidade que tem a sua origem num costume antigo, "assente no facto de ser aceite pela companha de pesca a ajuda de quaisquer pessoas que desejem participar, tendo estas também um quinhão da pescaria", diz a autarquia.
A História
Reza a lenda que São Pedro, ao observar os homens a pescarem com uma rede de cerco, de terra, para mar, sugeriu que experimentassem puxar as redes a partir de terra, alegando que teriam maiores probabilidades de apanhar peixe.
Esta tradição milenar, conhecida por Arte Xávega, é há muito praticada por várias comunidades piscatórias do litoral português, desde o norte até ao Algarve. Trata-se de um tipo de pesca em que a rede, fixa a um cabo na praia, é transportada para o mar por um barco que, num movimento circular, larga-a a várias dezenas de metros da costa, voltando imediatamente para o areal com o outro cabo.
Logo que o barco chega a terra, os pescadores distribuem-se pelos dois cabos, separados por cerca de cem metros, e começam a alar a arte para terra, encurtando a distância entre eles, à medida que o saco com o peixe se aproxima do areal.
As diferentes técnicas em Sesimbra e no Meco
No caso de Sesimbra, a xávega pratica-se há muitas décadas na baía, onde é igualmente conhecida por “Arte do Caneiro”, e na Praia do Moinho de Baixo, na Aldeia do Meco, embora com algumas diferenças.
A primeira refere-se ao período de pesca, porque no Meco ela pode ser efetuada durante todo o ano.
Outra diferença reside no facto de, no Meco, para além da força humana, a arte ser puxada para terra com a ajuda de tratores, o que mostra a ligação dos pescadores à agricultura. Já em Sesimbra, apenas são utilizados homens, pois o mar apresenta-se quase sempre mais calmo. Por fim, as embarcações utilizadas também são diferentes. No Meco, os barcos são mais altos e compridos, semelhantes aos utilizados no litoral norte, o que pode estar associado à ondulação frequentemente mais alta.
Por seu turno, em Sesimbra, é tradição utilizar-se a aiola, pequena embarcação de madeira utilizada na pesca local, mas que em tempos, também servia para auxiliar os barcos no mar alto, na pesca ao espadarte, outra grande tradição sesimbrense que, a partir da segunda metade do século XX ganhou protagonismo a nível mundial, graças ao início da pesca desportiva esta espécie, que atraiu pescadores desportivos de todo o mundo, o que revela a riqueza dos mares de Sesimbra.
Recolher os materiais para a faina no armazém de pesca e puxar as redes na praia são algumas das tarefas que os turistas vão poder participar durante as atividades de Arte Xávega, em Sesimbra, abertas ao público. Dar continuidade a esta arte de pesca milenar é o principal objetivo deste projeto-piloto, que vai decorrer nos dias 13, 20 e 27 de Agosto e 3 de Setembro, quintas-feiras, das 18 às 20 horas, na Praia da Califórnia, junto à Fortaleza de Santiago. Inserido na campanha Sesimbra é Peixe, é dinamizado pela Câmara de Sesimbra em parceria com Serafim Painho, conhecido na vila por Bauça, o pescador sesimbrense mais velho em atividade e proprietário da aiola 25 de Abril, e com a Associação do Sul dos Armadores de Pesca Costeira e Construção Naval. As atividades estão limitadas a um máximo de 12 participantes. Os interessados podem inscrever-se no Posto de Turismo de Sesimbra, pelos telefones 21 228 85 40 e 93 24560 98.
Arte Xávega é cartaz turístico nas praias de Sesimbra |
Atualmente, a Arte Xávega é exercida na Baía de Sesimbra num contexto turístico-cultural, ao abrigo de um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal e os proprietários das três embarcações autorizadas pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade – Parque Natural da Arrábida para realizar esta arte. A pesca tem lugar de Maio a Outubro, às segundas, quintas e sábados, na Praia da Califórnia, e às quintas, sextas e sábados, na Praia do Ouro, das 6 às 9 e das 19 às 21 horas.
"Trata-se de um tipo de pesca em que a rede, fixa a um cabo na praia, é transportada para o mar por uma aiola, pequena embarcação de madeira utilizada na pesca local, num movimento circular, larga-a a várias dezenas de metros da costa, voltando imediatamente para o areal com o outro cabo. Logo que o barco chega a terra, os pescadores distribuem-se pelos dois cabos, separados por cerca de cem metros, e começam a puxar a arte para terra, encurtando a distância entre eles, à medida que o saco com o peixe se aproxima do areal", explica a Câmara de Sesimbra.
Esta pesca conserva ainda hoje uma particularidade que tem a sua origem num costume antigo, "assente no facto de ser aceite pela companha de pesca a ajuda de quaisquer pessoas que desejem participar, tendo estas também um quinhão da pescaria", diz a autarquia.
A História
Reza a lenda que São Pedro, ao observar os homens a pescarem com uma rede de cerco, de terra, para mar, sugeriu que experimentassem puxar as redes a partir de terra, alegando que teriam maiores probabilidades de apanhar peixe.
Esta tradição milenar, conhecida por Arte Xávega, é há muito praticada por várias comunidades piscatórias do litoral português, desde o norte até ao Algarve. Trata-se de um tipo de pesca em que a rede, fixa a um cabo na praia, é transportada para o mar por um barco que, num movimento circular, larga-a a várias dezenas de metros da costa, voltando imediatamente para o areal com o outro cabo.
Logo que o barco chega a terra, os pescadores distribuem-se pelos dois cabos, separados por cerca de cem metros, e começam a alar a arte para terra, encurtando a distância entre eles, à medida que o saco com o peixe se aproxima do areal.
As diferentes técnicas em Sesimbra e no Meco
No caso de Sesimbra, a xávega pratica-se há muitas décadas na baía, onde é igualmente conhecida por “Arte do Caneiro”, e na Praia do Moinho de Baixo, na Aldeia do Meco, embora com algumas diferenças.
A primeira refere-se ao período de pesca, porque no Meco ela pode ser efetuada durante todo o ano.
Outra diferença reside no facto de, no Meco, para além da força humana, a arte ser puxada para terra com a ajuda de tratores, o que mostra a ligação dos pescadores à agricultura. Já em Sesimbra, apenas são utilizados homens, pois o mar apresenta-se quase sempre mais calmo. Por fim, as embarcações utilizadas também são diferentes. No Meco, os barcos são mais altos e compridos, semelhantes aos utilizados no litoral norte, o que pode estar associado à ondulação frequentemente mais alta.
Por seu turno, em Sesimbra, é tradição utilizar-se a aiola, pequena embarcação de madeira utilizada na pesca local, mas que em tempos, também servia para auxiliar os barcos no mar alto, na pesca ao espadarte, outra grande tradição sesimbrense que, a partir da segunda metade do século XX ganhou protagonismo a nível mundial, graças ao início da pesca desportiva esta espécie, que atraiu pescadores desportivos de todo o mundo, o que revela a riqueza dos mares de Sesimbra.
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