PCP e Bloco de Esquerda rejeitam Grupo Hospitalar do distrito
O ministro da Saúde tem nas mãos um parecer encomendado em Outubro 2013 à consultora Antares Consulting pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo sobre a reorganização da oferta hospitalar, que recomenda a junção dos hospitais de Setúbal, o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo e o Hospital Garcia de Orta, em Almada. O mesmo irá acontecer com os hospitais do distrito de Santarém. Pesem os pedidos de esclarecimento sobre o conteúdo do parecer, que terá sido entregue em Dezembro de 2013, o primeiro dos quais apresentado pela deputada do Bloco de Esquerda, Helena Pinto, o gabinete de Paulo Macedo tem recusado sistematicamente a entrega de cópia dos documentos, alegando que não o poderia divulgar por se tratar “de um documento não final e que se encontra em fase de análise e de discussão interna”. O PCP também contesta a "fusão" de hospitais considerando que "será prejudicial para os utentes", mas, de acordo com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo a "junção é benéfica" e poderá mesmo avançar.
O ministro da Saúde tem nas mãos um parecer encomendado em Outubro 2013 à consultora Antares Consulting pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo sobre a reorganização da oferta hospitalar, que recomenda a junção dos hospitais de Setúbal, o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo e o Hospital Garcia de Orta, em Almada. O mesmo irá acontecer com os hospitais do distrito de Santarém. Pesem os pedidos de esclarecimento sobre o conteúdo do parecer, que terá sido entregue em Dezembro de 2013, o primeiro dos quais apresentado pela deputada do Bloco de Esquerda, Helena Pinto, o gabinete de Paulo Macedo tem recusado sistematicamente a entrega de cópia dos documentos, alegando que não o poderia divulgar por se tratar “de um documento não final e que se encontra em fase de análise e de discussão interna”. O PCP também contesta a "fusão" de hospitais considerando que "será prejudicial para os utentes", mas, de acordo com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo a "junção é benéfica" e poderá mesmo avançar.
Fusão dos hospitais de Almada, Setúbal, Barreiro e Montijo em estudo |
Para o BE, “uma proposta com estas características altera profundamente a rede hospitalar da região de Lisboa e Vale do Tejo”, pelo que “não pode desenvolver-se nas costas dos utentes, dos autarcas, dos profissionais de saúde, das populações nem da Assembleia da República”.
“Não é concebível que o Governo mantenha um jogo de silêncios em torno deste assunto, recusando-se a responder a todas as questões colocadas sobre este relatório e recusando-se a divulgar o relatório”, sublinha a deputada.
Helena Pinto refere, ainda, que, em resposta a uma pergunta feita pelo partido há um ano, o Governo respondeu “de forma pouco clara e evasiva”, mas referindo não existir “nenhuma proposta concreta quanto à criação de um Grupo Hospitalar do Ribatejo ou do Grupo Hospitalar da Península de Setúbal”.
A deputada reitera que é “fundamental conhecer este relatório bem como as intenções do Governo para com as propostas preconizadas”.
"Reduzir despesa pública à custa da saúde dos utentes"
Os comunistas também estão frontalmente contra a "fusão" num único centro, as gestões dos hospitais de Setúbal, Almada, Barreiro e Montijo. Esta notícia, dizem os deputados eleitos por Setúbal na Assembleia da República, "causa uma enorme preocupação em toda a região. Já conhecemos o resultado da criação de centros hospitalares na região, e que conduziram ao encerramento e concentração de serviços e valências, por isso é expectável, que o processo de constituição do Grupo Hospitalar vá no mesmo sentido, em prejuízo dos utentes".
“Não é concebível que o Governo mantenha um jogo de silêncios em torno deste assunto, recusando-se a responder a todas as questões colocadas sobre este relatório e recusando-se a divulgar o relatório”, sublinha a deputada.
Helena Pinto refere, ainda, que, em resposta a uma pergunta feita pelo partido há um ano, o Governo respondeu “de forma pouco clara e evasiva”, mas referindo não existir “nenhuma proposta concreta quanto à criação de um Grupo Hospitalar do Ribatejo ou do Grupo Hospitalar da Península de Setúbal”.
A deputada reitera que é “fundamental conhecer este relatório bem como as intenções do Governo para com as propostas preconizadas”.
"Reduzir despesa pública à custa da saúde dos utentes"
Os comunistas também estão frontalmente contra a "fusão" num único centro, as gestões dos hospitais de Setúbal, Almada, Barreiro e Montijo. Esta notícia, dizem os deputados eleitos por Setúbal na Assembleia da República, "causa uma enorme preocupação em toda a região. Já conhecemos o resultado da criação de centros hospitalares na região, e que conduziram ao encerramento e concentração de serviços e valências, por isso é expectável, que o processo de constituição do Grupo Hospitalar vá no mesmo sentido, em prejuízo dos utentes".
O acesso à saúde na península de Setúbal constitui uma dos principais problemas e das
principais preocupações da população. "Cresceram as dificuldades no acesso dos
utentes à saúde, e a muitos foram mesmo negados cuidados de saúde", dizem os deputados comunistas para quem uma "eventual criação de um Grupo Hospitalar na Península de Setúbal não assenta em
critérios de natureza clínica ou de melhoria da prestação de cuidados, muito pelo
contrário, o seu principal objetivo é reduzir despesa pública à custa da saúde dos
utentes. Mais uma vez, se constata que este Governo privilegia os critérios de natureza
economicista".
Ao invés de reduzir a capacidade das unidades hospitalares, como o Governo
preconiza, o que é preciso é "reforçar os serviços e valências nas unidades hospitalares
existentes, assim como construir o Hospital no concelho do Seixal e o novo Hospital
Montijo/Alcochete. O que é preciso é reforçar os cuidados de saúde primários e
atribuir médico de família e o enfermeiro de família a todos os utentes. O que é
preciso é garantir a acessibilidade a cuidados de saúde de qualidade e eficazes, em
tempo útil", apontam os deputados do PCP.
ARS Vale do Tejo confirma estudo
Os receios de comunistas e bloquistas relativamente às intenções da tutela têm fundamento. De facto, em declarações ao Jornal I, O presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, confirma que está a ser ultimada uma proposta ao Governo para agrupar os hospitais da Lezíria e da península de Setúbal, "para que possam criar sinergias e dar resposta a doentes que acabam por estar a vir para Lisboa quando poderiam ter um atendimento mais confortável perto de casa". Outro objectivo é "tornar mais viáveis do ponto de vista financeiro os hospitais da região, tanto os locais como os centrais", disse Luís Cunha Ribeiro.
Os grupos hospitalares da península de Setúbal e de Santarém têm um objectivo mais ambicioso: rever a carteira de valências das unidades, fechando ou abrindo especialidades. Está também previsto – aliás, como no diploma que em 2014 definiu quatro patamares de diferenciação para os hospitais do SNS e que ainda não teve implementação prática – que doentes e médicos se desloquem entre hospitais, e Luís Cunha Ribeiro adianta que, neste caso, a deslocação terá de ser paga pelo hospital.
Governo só avança após ouvir autarquias
O secretário de Estado Adjunto da Saúde Fernando Leal da Costa disse à Agência Lusa, que a criação de um Grupo Hospitalar no distrito de Santarém ou em Setúbal, “não desvirtua a existência dos hospitais e dos centros hospitalares, como eles são”.
Mais, que se iria trazer como mais-valia “a criação de sinergias e o aumento do valor de escala para a aquisição de equipamentos e de medicamentos, e a partilha de algum pessoal, entre hospitais”.
O governante disse ainda à Lusa estar “convicto da bondade do projeto”, tendo afirmado que o Grupo Hospitalar, “só será constituído se for benéfico para todas as partes”.
O governante disse ainda à Lusa estar “convicto da bondade do projeto”, tendo afirmado que o Grupo Hospitalar, “só será constituído se for benéfico para todas as partes”.
O secretário de Estado Adjunto da Saúde referiu ainda que é natural a desconfiança de alguns autarcas e das populações "mas compete-nos demonstrar, em conjunto com os conselhos de administração dos hospitais envolvidos, que há uma mais-valia para as populações e que o projeto só tem significado se as autarquias estiverem dispostas a aceitar esta solução como boa”, concluiu Fernando Leal da Costa.
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