Utentes do Barreiro contra venda de barcos da Transtejo

Utentes preocupados com venda de barcos do Barreiro 

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro está contra a venda de embarcações do grupo Transtejo e anunciou a realização, na quinta-feira, de uma tribuna pública de protesto. "A anunciada venda do 'Augusto Gil'", da Soflusa, e de seis embarcações da Transtejo, mostra a intenção de reduzir a oferta de transportes fluviais, deixando milhares de passageiros sem serviço público de qualidade", considera a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos da União de Freguesias do Alto Seixalinho, Santo André e Verderena. Apesar da empresa garantir  "que as carreiras não serão afetadas" e que "não haverá redução de meios humanos e técnicos", a comissão tem dúvidas e lembra que a ligação entre o Barreiro e a capital portuguesa "fica com oito embarcações, quando nas horas de ponta utiliza sete". Os deputados do PSD do distrito de Setúbal também questionaram o Governo sobre a venda de oito embarcações.
Transtejo confirmou a venda de oito barcos mas garante horários 

A venda de alguns barcos que asseguram a ligação entre as duas margens do Tejo está a preocupar a população dos concelhos do Barreiro, Moita, Seixal, Almada e Montijo [onde existe maior procura do transporte fluvial].A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro vai mais longe e afirma que "com esta redução diminui a frota, degrada a mesma, conduzindo assim o caminho apetecível para a privatização das empresas fluviais da região de Lisboa", acrescenta.
A empresa, responsável pelas ligações fluviais entre as duas margens do rio Tejo, confirmou a venda das embarcações mas assegurou que os barcos são excedentários e que as carreiras não serão afetadas.
"A venda dos navios referidos não afetará a atual oferta, a qual está devidamente ajustada à procura. Trata-se de uma venda de navios excedentários, que se encontram parados", disse fonte oficial do grupo Transtejo.
Segundo a mesma fonte, "nesta fase, não estão previstas quaisquer alterações de carreiras [nem] qualquer redução de meios materiais ou humanos", estando assegurados "todos os navios necessários à operação, incluindo dois navios de reserva para cada linha", diz a fonte da Transtejo. 
No entanto, a comissão explica que a ligação Barreiro e Lisboa fica com oito embarcações, quando nas horas de ponta utiliza sete, referindo que não estão previstas situações de manutenção que ocasionalmente ocorrem.
Os deputados do PSD do distrito de Setúbal também questionaram o Governo sobre a venda de oito embarcações da empresa Transtejo/Soflusa, mostrando-se preocupados com eventuais implicações que este processo possa ter para os utentes.
A comissão vai realizar na quinta-feira, pelas 7h30, no terminal do Barreiro, uma Tribuna Pública, apelando a que as pessoas se manifestem "contra a tentativa de redução dos serviços públicos de transportes".

Barcos transportam 74 mil pessoas por dia
De acordo com dados do Relatório de Caraterização e Diagnóstico do Plano de Mobilidade e Transportes Intermunicipal (PMTI) o Estuário do Tejo representa cerca de 11 por cento do “território” da Área Metropolitana de Lisboa, com cerca de 330 km2, o sistema fluvial do grupo Transtejo/Soflusa, no conjunto das suas ligações, movimenta diariamente cerca de 74 mil passageiros (4º maior do mundo, acima do Star Ferry de Hong-Kong e muito próximo do volume da ligação Manhathan/Staten Island, em Nova Iorque, com um volume médio de 75 mil passageiros/dia com a particularidade de ser gratuita), representando um tráfego superior ao do serviço ferroviário metropolitano de atravessamento do estuário realçando que a ligação fluvial Barreiro-Lisboa representa hoje mais de 50 por cento do volume total do sistema fluvial, com cerca de 41 mil passageiros/dia, e é o interface de transportes mais movimentado do Distrito de Setúbal.
O Grupo Transtejo é responsável pelas ligações marítimas no Tejo entre o Barreiro, Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria à capital portuguesa.

Agência de Notícias


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