Economia do mar debatida em Setúbal

“As questões políticas têm prejudicado bastante a economia do mar”

A importância da economia do mar foi debatida ontem no Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal, a funcionar no Mercado do Livramento, em Setúbal. A quinta sessão das “Tertúlias no Mercado”, para debate das questões ligadas às atividades do mar e a importância para o comércio local, organizada pela Câmara Municipal, através do Gabinete de Apoio ao Empresário, em parceria com a pereirapisco.creativity e a WinWinTalents, instaladas no Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal, contou com a presença de representantes de várias entidades, públicas e privadas, relacionadas com a atividade marítima, como a pesca, o desporto, o turismo e a engenharia e reparação naval. A vereadora das Atividades Económicas da autarquia, Carla Guerreiro, sublinhou que “é necessário colocar o mar no topo das prioridades, não só pelo seu forte potencial, mas também porque contribui para o aumento do crescimento económico e para gerar emprego”. 

Especialistas  traçam objetivos para a economia do mar 
A autarca defendeu ainda que “as questões políticas têm prejudicado bastante a economia do mar”, quando as respetivas atividades “podem ser o caminho para o futuro daqueles que estão desempregados”, disse Carla Guerreiro.
O presidente da Sesibal – Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines, Ricardo Santos, indicou que “em Setúbal há uma grande quantidade de formações rochosas junto da costa, o que favorece a produção de plâncton e algas e, consequentemente, cria condições bastante favoráveis à alimentação das espécies”.
O responsável referiu ainda que “a pesca está órfã deste tipo de iniciativas”como o encontro desta quarta-feira e alertou para a realidade de “quem trabalha 15 ou 20 horas por dia para chegar ao fim do mês e receber 100 euros”.
Ricardo Santos salientou que parte do problema na diminuição do pescado capturado reside na falta de proteção da costa setubalense.
O dirigente da Sesibal assegurou, todavia, que “Setúbal ostenta as melhores espécies de peixe a nível nacional” e que a sardinha portuguesa “é a melhor do mundo”.
Tendo em conta a definição de tertúlia, Natália Henriques, da ADREPES – Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal, apontou para a importância da “criação de uma rede de empreendedores que apresentem os seus projetos, partilhem ideias, estabeleçam e elaborem estratégias futuras em prol do desenvolvimento da região e do mar”.
Ao longo da manhã, as intervenções realçaram a importância do rio Sado para o comércio local.
Sérgio Matos, técnico da Divisão de Desporto da Câmara Municipal, lembrou o papel que as atividades náuticas, como o remo, a vela e a canoagem, no rio Sado desempenham na divulgação externa da cidade. “Iniciativas como os Jogos do Sado e a Setúbal Bay [prova internacional de natação], além de contribuírem para o desenvolvimento desportivo do concelho, fazem do Estuário do Sado um cenário perfeito para o lazer”, referiu.
No final do encontro dedicado ao tema “A Economia do Mar”, incluído no programa local comemorativo do Dia Nacional do Pescador, foi oferecida uma degustação de peixe, proporcionada pela Docapesca e pela Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal.

Agência de Notícias

Comentários