Setúbal homenageou nascimento de Luísa Todi

Luísa Todi, a diva do Sado, a voz do mundo

Setúbal homenageou na sexta-feira, a cantora lírica Luísa Todi, 262 anos após o seu nascimento, numa cerimónia evocativa, com deposição de flores, em que foi destacada a importância de lembrar as figuras históricas da cidade. O tributo às personalidades que ajudaram a divulgar o nome de Setúbal em Portugal e no mundo motivou a presença de duas dezenas de pessoas junto da Glorieta da cantora. Luísa Todi, uma das maiores cantoras líricas europeias do século XVIII, nasceu em Setúbal a 9 de Janeiro de 1753, na atual Rua da Brasileira, mudando-se para Lisboa ainda de tenra idade. Mas a ligação ao Sado ficou para sempre. 
Setúbal recordou 262º aniversário de Luísa Todi 

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, relembrou que hoje, tal como na altura de Luísa Todi, “há pessoas muito importantes que ajudam e dão a conhecer a cidade”.
A autarca relembrou que no seculo XVIII, quando a cantora atuava, não era muito comum uma mulher subir ao palco, atitude que reflete a perseverança da diva setubalense.
O hino da Academia Luísa Todi, interpretado por 16 alunos desta escola, encerrou a homenagem, sem que antes eles próprios deixassem uma flor no monumento.
A cerimónia contou, entrou outras individualidades, com a presença do presidente da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, Luís Machado Luciano, instituição parceira da Autarquia nas comemorações de Luísa Todi.
Dois espetáculos, este sábado e domingo, com Coral Luísa Todi e a homenagem a Ruy de Carvalho, no Fórum Luísa Todi, e a exibição do filme “Todi – A segunda morte de Luísa Aguiar”, domingo, às compuseram o programa comemorativo do 262º aniversário de uma das maiores cantoras líricas do país.

O percurso da "diva" de Setúbal 
Luísa Todi, uma das maiores cantoras líricas europeias do século XVIII, nasceu em Setúbal a 9 de Janeiro de 1753, na atual Rua da Brasileira, mudando-se para Lisboa ainda de tenra idade.
Luísa Rosa de Aguiar, nome de solteira, estreou-se, como atriz, em 1767 ou 1768, no teatro montado na propriedade do Conde de Soure, em Lisboa, recitando, com a irmã, as falas das personagens de Tartufo, de Molière. Aqui, conheceu Francesco Saverio Todi, violinista de origem italiana, com quem veio a casar a 28 de Julho de 1769, com apenas 16 anos.
Um ano após o casamento, atuou no mesmo teatro, mas, desta vez, como cantora, na ópera “Il Viaggiatore Ridicolo”, de Giuseppe Scolari. A partir desse momento, a carreira de Luísa Todi tomou outro rumo, com a cantora a apresentar-se logo no ano seguinte em Londres.
Paris, Berlim, Turim, Varsóvia, Veneza, Viena e São Petersburgo foram algumas das outras cidades em que Luísa Todi passou largas temporadas, alcançando consideráveis êxitos. Nessas ocasiões, conviveu de perto com a aristocracia europeia, como foi o caso de Frederico II da Prússia e Catarina II, imperatriz da Rússia.
Até 1793 andou em digressão pela Europa e foi já com 40 anos que voltou a Portugal para cantar nas festas da filha primogénita do príncipe regente, futuro D. João VI.
Regressou ao estrangeiro e, em 1803, já viúva, voltou a Portugal, ao Porto, cidade que teve de abandonar, seis anos depois, devido às invasões francesas, perdendo grande parte dos bens, incluindo jóias.
Em 1811, quando regressou a Lisboa, já era uma mulher amargurada, em parte pela morte de alguns dos seis filhos e por uma das filhas ter sido internada no Recolhimento de Rilhafodes, destinado a doentes mentais.
Luísa Todi teve várias moradas na capital, a última na Travessa da Estrela, onde morreu a 1 de Outubro de 1833, aos 80 anos, cega, devido a uma doença que tinha desde nova.

Agência de Notícias

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