Almada avança com medidas à mudança do clima

Autarcas de Almada, Cascais e Sintra preparam territórios  para mudanças no clima

Almada, Sintra e Cascais partilham vulnerabilidades resultantes das alterações climáticas, como na zona costeira, nos recursos hídricos, na saúde ou nos incêndios, e já têm medidas para enfrentar várias situações, mesmo quando os planos estratégicos ainda estão em preparação. Além dos problemas na costa, as mudanças do clima relacionam-se com as inundações, com chuvas excessivas, com frios excessivos. Em Almada, as áreas mais problemáticas são as zonas costeiras, a frente ribeirinha, os ecossistemas e serviços ambientais que prestam, o ciclo urbano da água, estando a ser aumentado o número de bacias de retenção, e os serviços urbanos onde estão os transportes ou a energia, explica a autarquia. 
Mudança de clima preocupam responsáveis  municipais 

"Para além das medidas avulso que vão sendo tomadas na costa e nos centros urbanos [por exemplo], agora vamos dar coerência a essa estratégia, não de curto prazo, tem de ser de médio longo prazo, é isso que está em cima da mesa", acrescentou Basílio Horta, chefe do executivo em Sintra. 
Almada fez "uma inventariação de todos os planos municipais que estavam em desenvolvimento, como o de gestão das florestas, revisão do PDM [Plano Diretor Municipal], vários planos de urbanização e de pormenor, de drenagem de águas pluviais, e [que] não estavam 'contaminados' por questões de alteraçõs climáticas", avançou a diretora do Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável da autarquia, Catarina Freitas.
O Plano Estratégico de Cascais face às Alterações Climáticas (PECAC) estabelece ações de mitigação, mas foi aprofundada a adaptação, porque "é uma prioridade", e consoante eram conhecidos os impactos dos fenómenos previstos, era feito um levantamento das ações, dando resposta às vulnerabilidades, o que permite "ter um ajuste da nossa ação consoante a resposta que já estamos a dar", explicou à Lusa João Dinis, responsável por aquela temática e pelo Desenvolvimento Sustentável daquela autarquia.
Cascais está a terminar o plano de adaptação, "já com um complemento muito importante do ponto de vista metodológico, por exemplo, algo que é muito relevante para nós, que é o custo da ação versus o custo da inação, quanto nos custa o investimento de uma ação de adaptação", acrescentou João Dinis.
O exemplo apontado é a salvaguarda da linha litoral ou da diversificação das fontes de recursos hídricos.
Cascais criou uma rede de medição meteorológica local para acompanhamento dos fenómenos e desenvolve instrumentos de planeamento do território para ajudar a compreender como o concelho pode tornar-se mais resiliente, além das ações que a autarquia já iria realizar, como o plano contra incêndios da proteção civil, mas que se integra na estratégia de adaptação, a eliminação dos focos de poluição nos corpos de água ou o plano de contingência para ondas de calor.

Almada prepara futuro 
Os responsáveis falavam a propósito da assinatura, na quinta-feira, do protocolo entre o projeto ClimadaPT.Local e 26 autarquias, visando a preparação do país, e de cada região, para as consequências das alterações climáticas, que vão afetar Portugal, e é financiado pela iniciativa EEA Grants, com verbas que vêm da Noruega, Liechstein e Islândia.
Sintra, Almada e Cascais são os três municípios que já estão a trabalhar na adaptação às mudanças do clima e vão colaborar com aqueles que agora começam nesta área.
Foram concretizadas medidas que "resultam das alterações climáticas, não foram [aplicadas] para adaptar às alterações climáticas, [mas] tinham de ser feitas", referiu Basílio Horta, dando como exemplos a reposição de areia nas praias ou a resposta a verões mais quentes que exigem dos bombeiros equipas preparadas para "atacar" fogos florestais.
Em Almada, as áreas mais problemáticas são "as zonas costeiras, a frente ribeirinha, os ecossistemas e serviços ambientais que prestam, o ciclo urbano da água, estando a ser aumentado o número de bacias de retenção, e os serviços urbanos onde estão os transportes ou a energia", referiu Catarina Freitas.


Agência de Notícias

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