Palmela em desacordo com mapa de turnos das farmácias

Legislação discrimina municípios sem serviços de urgência

A Câmara de Palmela deu conhecimento, em reunião pública do executivo municipal do seu parecer desfavorável, pelo terceiro ano consecutivo, face ao mapa de turnos das farmácias do concelho para o próximo ano. O vereador da Saúde da autarquia explica que quem “é mais lesado com os horários das farmácias são as populações rurais, que têm uma rede insuficiente de transportes”, disse Adilo Costa. A autarquia diz ainda estar atenta aos "problemas de sustentabilidade financeira vividos pelas farmácias portuguesas, especialmente, pelas farmácias do concelho de Palmela". 
Palmela "não aceita" horários das farmácias do concelho para 2015

Pelo terceiro ano consecutivo a Câmara de Palmela disse "não" aos horários das farmácias do concelho para o próximo ano. De acordo com Adilo Costa, responsável pela pasta da saúde do concelho, o mapa de turnos nas farmácias “discrimina os municípios sem serviços de urgência”. 
Da responsabilidade da Associação Nacional de Farmácias e enviado aos municípios pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para parecer (não vinculativo), o documento expressa, no entender da Câmara de Palmela, "o decréscimo continuado da resposta farmacêutica de urgência no concelho, em consonância com a legislação, que exige como requisito para o serviço permanente a existência de serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde nos concelhos". Os municípios com menor acesso aos cuidados de saúde deste nível saem, assim, diz Adilo Costa, "duplamente prejudicados, com a população a ser forçada a deslocar-se a centros urbanos fora do seu local de residência".
Na posição apresentada, o município de Palmela defende que "os turnos de serviço de disponibilidade constituem uma cobertura farmacêutica precária e limitadora do acesso de grande parte da população ao medicamento em situação de urgência, pelo que não poderá aceitar que, num território com as características do concelho de Palmela, que possui uma extensão geográfica de 462 km2, com 62 mil 805 habitantes, servido por uma insuficiente rede de transportes públicos, situação que afeta a população dispersa pelas zonas rurais, a resposta farmacêutica existente continue a ser especialmente gravosa para estes grupos populacionais", sublinha a posição. 
O vereador da Saúde diz ainda que a Câmara de Palmela está atenta aos problemas de sustentabilidade financeira vividos pelas farmácias portuguesas, especialmente, pelas farmácias do concelho de Palmela, e sublinha "o esforço realizado no sentido de compatibilizar os horários de funcionamento diário e semanal com os turnos de disponibilidade, em particular, nas localidades de Pinhal Novo e Palmela", conclui Adilo Costa.

Comentários