Faltam 104 médicos na Península de Setúbal

Autarcas do distrito querem maior aposta na Saúde na região de Setúbal 

A Associação de Municípios da Região de Setúbal diz, em comunicado, que faltam 104 médicos de família na Península de Setúbal, e em algumas freguesias não existe nenhum médico de família. Os autarcas reunidos em Setúbal mostraram-se ainda contra à Portaria sobre a reorganização da rede hospitalar pública que desclassifica os hospitais de Setúbal, Barreiro e Montijo, fazendo com que percam algumas especialidades clínicas. 

Autarcas da Península de Setúbal reclamam falta de médicos 

Estes valores baseiam-se na análise do movimento assistencial publicado pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), no final de 2013, na Península de Setúbal, 184.151 utentes não tinham médico de família, 69.751 no ACES Almada – Seixal, 52.599 no Arco Ribeirinho (Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo) e 61.801 no ACES Arrábida (Palmela, Sesimbra e Setúbal). Considerando o rácio 1/1750 utentes (média das unidades de saúde familiar e centros de saúde) faltam na Península 104 médicos de família.
O comunicado adianta ainda que para a população abrangida, estimada em 780 mil habitantes, “o número de enfermeiros necessários ao funcionamento das equipas de saúde familiar, e a falta de enfermeiros nos três Agrupamentos de Centros de Saúde é ainda maior”, diz a Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS).

Autarquias contra desclassificações de hospitais do distrito 
Presidentes de Câmara e Vereadores com responsabilidade na área da Saúde, da Península de Setúbal estiveram reunidos esta segunda-feira para analisar a publicação da Portaria sobre a reorganização da rede hospitalar pública, proposto pelo Ministério da Saúde.
Da reunião, decidiram recusar todo o processo que se consideram “levar à destruição dos Serviços Públicos de Saúde” e exigir a "revogação imediata da Portaria. Neste sentido, reivindicam a participação das autarquias nos processos ou decisões dos Serviços de Saúde da Península de Setúbal". Os autarcas já solicitaram uma audiência com o Ministro da Saúde, Paulo Macedo.
Para além destas medidas, a AMRS convoca uma concentração junto ao Ministério da Saúde, no dia 27 de Junho, pelas 10h30 em defesa do SNS e da manutenção das valências que se entende serem essenciais para as populações.
Não está descartada também a hipótese de recorrer às instâncias internacionais competentes para que seja respeitado o princípio de um direito fundamental dos cidadãos como o direito à saúde, consagrado na Constituição da República Portuguesa.
A nova Portaria, se entrar em vigor, desclassifica os hospitais de São Bernardo, em Setúbal, e o Centro Hospitalar de Barreiro/Montijo e concentra diversas especialidades [que acabam nos hospitais de Setúbal, Barreiro e Montijo] no hospital Garcia de Orta, em Almada.


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