Obras do paredão da Costa de Caparica já começaram

"Cada uma das praias só será interditada durante uma semana"

A reposição das areias nas praias da Costa de Caparica vai ser feita em Junho e, de acordo com o ministério do Ambiente, vai implicar a interdição de praias aos banhistas durante alguns dias. As obras de reforço do paredão na praia de São João arrancaram hoje mas só vão estar concluídas em plena época balnear. A reposição de areias irá custar mais de 5 milhões de euros, com financiamento comunitário a 100 por cento da União Europeia.  

Reposição de areia das praias obriga à interdição das praias no verão 

O secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, adjudicou hoje o contrato de reabilitação de 430 metros do paredão da Costa de Caparica, em Almada, por 600 mil euros, obra que será financiada em 85 por cento por fundos comunitários.
"Esta obra é muito importante para a segurança de pessoas e bens", disse Paulo Lemos, adiantando que a comparticipação portuguesa será assegurada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e que o prazo de execução das obras é de dois meses.
"Esta zona do paredão está muito danificada. Não foram só os temporais recentes, os temporais anteriores também já tinham provocado alguns danos. Mas este ano houve galgamentos [do mar] que puseram em risco a zona do parque de campismo", acrescentou.
O secretário de Estado do Ambiente revelou também que o contrato para a recarga de areias em seis praias da Caparica, desde a praia da Saúde à praia de São João, também já foi adjudicado, na segunda-feira, por cinco milhões de euros, neste caso com financiamento comunitário de 100 por cento. As obras só começam em Junho.
Segundo o secretário de Estado, "a recarga de areias em seis praias da Costa de Caparica vai decorrer durante a época balnear, mas só vai obrigar à interdição de cada uma das praias intervencionadas durante uma semana”, disse Paulo Lemos.
"Os banhistas compreenderão que, por três ou quatro dias, uma praia for interditada é para um bem maior que é ter a praia em condições e uma praia mais resistente ao próximo inverno", diz o governante.
"Esta obra [recarga de areias] não estava prevista para este ano, porque estávamos à espera das dragagens que o porto de Lisboa vai realizar para aproveitarmos as areias. Mas tendo em conta a situação provocada pelos temporais, o ministro do Ambiente decidiu avançar com a recarga de areias", acrescentou.
Paulo Lemos justificou o facto de a recarga de areias decorrer durante a época balnear lembrando que "foi necessário um reforço do orçamento da Agência Portuguesa do Ambiente e uma nova candidatura as fundos comunitários".

Câmara de Almada quer "danos mínimos" na atividade das praias
Joaquim Judas, presidente da Câmara de Almada, lamenta o prazo em que a obra começou. "Não podemos estar satisfeitos porque pretendíamos iniciar a época balnear com as praias em pleno funcionamento". Ainda assim, diz Joaquim Judas, face às circunstâncias do início da empreitada "é importante que as obras andem rapidamente". O presidente da Câmara de Almada espera que os "danos sejam os mínimos possíveis para a atividade económica e para usufruto dos visitantes das praias da Costa de Caparica".  
O secretário de Estado reiterou, no entanto, que não se trata de uma situação inédita na Caparica e sublinhou o facto de se tratar de uma "intervenção praia a praia", para minimizar os prejuízos para os veraneantes e apoios de praia.
"Cada uma das praias só será interditada durante uma semana", frisou o governante.
Questionado pelos jornalistas, Paulo Lemos disse que já estão a decorrer trabalhos de recuperação de outras zonas do litoral que também foram muito afetadas pelo mau tempo do último inverno.
"Neste momento já estão a decorrer trabalhos em todo o litoral, desde a zona norte, em Moledo, à zona centro, em Ovar, Cortegaça, Esmoriz, praia da barra e também em Sintra. E muitos mais vão arrancar", disse, adiantando que foram aprovadas as candidaturas de 18 câmaras municipais para reforço da proteção nas zonas mais afetadas pelo mau tempo.



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