Costa de Caparica recebe novo festival em Agosto

Em Agosto todos prometem fugir para... o sol da Caparica 

Quatro dias de música em dois palcos, projecção de filmes e desportos de mar prometem fazer da Costa de Caparica, em Almada, entre 14 e 17 de Agosto, o centro dos festivais de verão. É O Sol da Caparica, organizado pela Câmara de Almada, com o objectivo de promover a frente atlântica do concelho e capitalizar verbas para algumas obras da alçada da autarquia. O uso de trabalho está, no entanto, a gerar preocupação política no Bloco de Esquerda local. Os bloquistas já solicitaram à Câmara de Almada um esclarecimento sobre a natureza deste trabalho voluntário. 


Costa de Caparica vai ter festival de música em Agosto 

A Costa de Caparica acolherá em Agosto um festival de música, a juntar ao calendário de festivais de verão, mais virado para a produção musical portuguesa, com atenção dada à música lusófona e ao surf.
De acordo com a organização, o festival O Sol da Caparica decorrerá de 14 a 17 de agosto num recinto localizado próximo da praia de Santo António e de parques de campismo, que acolherá cerca de trinta bandas e DJ, repartidas por dois palcos.
Entre os artistas já anunciados estão os Buraka Som Sistema, os Deolinda, os Expensive Soul, o músico António Zambujo, a rapper Capicua, a cantora Rita Redshoes e o brasileiro Gabriel o Pensador.
No que toca à relação entre a música e o espaço onde o festival se realiza, a organização pretende que O Sol da Caparica concorra “positivamente e ao mesmo nível espacial com o Rock in Rio, em Lisboa, e com o Primavera Sound, no Porto, ambos referenciados como os dois eventos mais ‘bonitos’ em termos paisagísticos”.
O festival terá ainda em atenção o público familiar e infantil, com uma programação que contará com o apoio do festival Monstra – Cinema de Animação de Lisboa.
A criação do festival tinha já sido anunciada em Fevereiro passado pelo presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas, sublinhando o objetivo de "valorizar a Costa de Caparica do ponto de vista turístico e minimizar os prejuízos provocados pelo mau tempo durante o inverno".
O investimento camarário previsto para este ano na Costa da Caparica é de “cerca de um milhão de euros”, avança o presidente da Câmara de Almada. Deste montante, 700 mil euros são para a realização do festival, do qual é esperado um retorno financeiro de bilheteira a ser aplicado em futuros investimentos “também na Costa da Caparica”, acrescenta Joaquim Judas.
O festival, diz o presidente daquela autarquia, irá “contribuir para a afirmação de uma ‘marca Costa da Caparica’, potenciando também as condições para que a procura e o usufruto desta área privilegiada pela natureza se possa projetar para além do verão, criando um hábito novo de vir à Costa da Caparica ao longo de todo o ano”. 
O Sol da Caparica, que vai realizar-se no Parque Urbano da Costa da Caparica, é a primeira experiência em grandes festivais de música no concelho de Almada e vai ser produzido pela amg music. Vão ser 11 horas de música por dia com dez artistas, cinema, zona lounge, arte urbana e restauração. A entrada para um dia custa 15 euros e o passe para os quatro dias 35 euros.

BE contra trabalho voluntário no festival 
Ainda antes da música e das gentes chegarem ao festival já há vozes que discordam do modelo do evento. Sobretudo do voluntariado que irá ser feito antes e e durante o festival. A concelhia do Bloco de Esquerda de Almada  está preocupada com a suscetibilidade de a autarquia pretender “utilizar jovens voluntários para ocuparem o que poderia ser postos de trabalho com direito a salário digno”.
O BE refere que está de acordo com o festival, e reconhece que o mesmo pode promover os potenciais turísticos da Costa de Caparica, mas não aceita que a procura de voluntariado seja a melhor forma de fazer baixar os custos do evento.
“A precariedade que rouba o futuro aos jovens tem vindo a assumir novas formas, para além dos falsos recibos verdes, deparamo-nos agora com falsas formações e falsos voluntariados”, refere um comunicado do Bloco de Esquerda de Almada.
O partido já solicitou à Câmara de Almada um esclarecimento sobre a natureza deste trabalho voluntário e pergunta “qual a duração do trabalho voluntário no festival Sol da Caparica; se este trabalho será exclusivo aos dias de realização do Festival e se haverá trabalho voluntário antes, durante e depois do festival”?
Os bloquistas querem ainda saber quais "as contrapartidas oferece a autarquia aos voluntários?".

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